quinta-feira, 25 de setembro de 2008

VW Pickup Concept aparece em feira na Alemanha

Modelo antecipa a futura picape média da Volkswagen, que será fabricada na Argentina no ano que vem
O mistério em torno da nova picape média da Volkswagen chegou ao fim. Não porque a versão de produção em série tenha sido anunciada, nem porque o nome, que oscila entre Robust e Taro, tenha sido anunciado, mas sim porque a marca mostrou, na principal feira de veículos comerciais da Alemanha, em Hannover, a Pickup Concept. Capaz de transportar uma tonelada de carga, a picape até pode definir o nome do novo produto, que pode ser tão prosaico e óbvio como Pickup, mesmo.Além das imagens e da firula sobre um veículo de salvamento e resgate, um disfarce que pode agradar aos surfistas, a Pickup Concept teve confirmadas poucas informações oficiais. O comprimento, por exemplo, será de 5,18 m. Já os motores serão turbodiesel com common rail. No mais, mistério, mas já sabemos que ela terá uma grande variedade de opções: cabine simples, dupla, e trações 4x2 e 4x4. Suas principais concorrentes serão Toyota Hilux, Nissan Frontier, Mitsubishi L200 Triton, Ford Ranger e Chevrolet S10. A nova picape média será feita, de início, apenas em Pacheco, na Argentina. De lá, será exportada para toda a América do Sul, Austrália, África do Sul e alguns países da Europa. Nos EUA, nem pensar, segundo nossas fontes. Tudo porque os concessionários da marca naquele país consideram que a picape usa materiais bem inferiores em qualidade ao que os consumidores norte-americanos esperam, além de entrar em um segmento pouco interessante. Depois do primeiro flagrante quase sem camuflagem, em abril deste ano, chegamos a mostrar a vocês uma projeção feita pelo designer argentino Jorge Luis Fernández, do site Area 75.Disputado, este mercado tem apresentado diversas novidades. Além da Frontier fabricada no Brasil, há também a nova Hilux, com mudanças mínimas, e, num futuro próximo, a picape derivada do Iveco Massif, que aqui deve ser lançado com outra aparência e o emblema Fiat.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Hora da verdade - Avaliação técnica do Honda Accord EX 3.5 V6


Linhas modernas conferem ao Accord aspecto discretamente esportiva

BOM

Climatização
É automático digital. Apresentou ótimo funcionamento e tem opção de temperatura diferenciada para condutor e passageiro. Para os passageiros de trás, há difusor de ar específico ajustável no fim do console central, além de dutos abaixo dos assentos dianteiros. O sistema está bem vedado e a rumorosidade de funcionamento é satisfatória. O tempo gasto para dar a sensação de conforto em todo o habitáculo após meia hora trancado ao sol foi bom.

Câmbio
É automático de cinco marchas e a alavanca está no túnel central. Não tem opção de troca manual seqüencial. Na zona central do quadro de instrumentos, há display vertical informando a opção e marcha selecionada. As relações de marchas/diferencial atendem bem a dinâmica do veículo no uso na cidade e em rodovias. As trocas são suaves, sem trancos, e tem resposta imediata em kick-down.

Motor
A performance é notável para a relação peso/potência. Proporciona excelente dirigibilidade em qualquer condição de uso. As retomadas de velocidade e aceleração são brilhantes, independentemente do peso e uso do ar-condicionado. O seu funcionamento é bem elástico e a rumorosidade, aceitável. Mesmo com torque máximo atuando em alta rotação, sua condução é ótima em rotações mais baixas.

Vedação
Boa contra água e poeira. Nível interno de ruído O efeito aerodinâmico é praticamente nulo, mas no habitáculo surgem vários ruídos quando se trafega sobre pisos irregulares.

Direção
A coluna de direção tem ajuste manual em altura e distância e o volante tem boa pega e tamanho. O sistema tem reações equilibradas, boa sensibilidade e ótima resposta. O diâmetro de giro satisfaz em manobras de estacionamento e a velocidade do efeito/retorno é aceitável. A precisão na reta e em curvas é boa e as cargas do sistema assistido estão bem definidas.

Iluminação
O sistema tem sensor crepuscular e o quadro de instrumentos, iluminação permanente dia/ noite. Há luz de cortesia nos pára-sóis, porta-malas, porta-luvas e base inferior das portas dianteiras. O farol, com regulagem automática de altura em função da carga transportada, tem luz baixa com lâmpadas de descarga de alta voltagem (HID-Xenônio). Apresentou ótimo resultado em iluminação e conta com auxílio de faróis de neblina embutidos no pára-choque. No teto há duas lanternas (zona anterior e posterior), ambas com duplo spot fixo integrado. O quadro de instrumentos, console central e interruptores elétricos dos painéis de porta são de fácil identificação noturna.



Limpador do pára-brisa
São quatro os jatos de água no pára-brisa, com boa vazão, e quando acionados, palhetas de boa qualidade ativam o sistema de varredura automaticamente, atingindo ótima área. Tem sensor de chuva. O reservatório de água instalado dentro do vão do motor tem fácil acesso e 4,5 litros de capacidade volumétrica para atender também os esguichos das lentes dos faróis.

Estepe/Macaco
O estepe, que está instalado dentro do porta-malas, tem a roda e pneu iguais aos de uso. O kit de troca (macaco, chave de rodas e extensão de acionamento) estão ao lado do estepe. São cinco os prisioneiros fixos por cubo, o que facilita o apoio e a centragem da roda. A operação de troca é normal.

REGULAR

Vão do motor
O motor preenche bem o vão, e o acesso à manutenção é limitado para vários componentes. O resultado da insonorização é bom em relação ao habitáculo. Os itens de verificação constante estão bem identificados e têm fácil manuseio. O capô tem bom ângulo de abertura. Uma barra une as duas torres dos amortecedores para minimizar a torção da carroceria.

Nível interno de ruído
O efeito aerodinâmico é praticamente nulo, mas no habitáculo surgem vários ruídos quando se trafega sobre pisos irregulares.

Suspensão
O conforto de marcha em função da alta performance do motor e dos pneus da série 50 (ruins no conforto e muito vulneráveis a buracos) é um pouco prejudicado pela maior rigidez das suspensões, e as imperfeições do solo (asfalto ruim e remendado, terra com costelas e calçamento irregular) são transferidas para dentro. A estabilidade é boa, com inclinação moderada da carroceria, além de excelente precisão no contorno de curvas de raios variados. No limite da aderência lateral e direcional, tem auxílio no sistema eletrônico de controle da estabilidade e tração (VSA).

Freios
Estão muito bem dimensionados e calibrados nos dois eixos. O pedal de freio tem ótima sensibilidade e o ABS atuou com eficiência. Ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, surge rumorosidade metálica do conjunto dianteiro (pinças/ pastilhas/ discos). O freio de estacionamento é por comando manual e atuou normalmente. Em frenagem simulada de emergência, em alta velocidade, sobre piso molhado (asfalto liso), não ocorreu alteração da trajetória e o espaço percorrido até a imobilização foi coerente com a velocidade. 

Alarme
Ao dar comando por controle remoto instalado na própria chave de ignição, que é codificada, os vidros não sobem automaticamente, mas o sistema antiesmagamento funcionou bem. Não tem proteção volumétrica contra invasão do habitáculo por meio da quebra dos vidros, mas tem a perimétrica das partes móveis.

RUIM

Acabamento da carroceria
As portas traseiras estão desniveladas na união da base inferior das colunas C e as portas dianteiras, em relação aos pára-lamas. A tampa do porta-malas está descentralizada e o capô, desnivelado em relação ao pára-lama esquerdo. A qualidade final da pintura não é boa, pois contém vários pontos com manchas no verniz.

Altura do solo
Não tem chapa protetora em aço para toda a zona inferior do motopropulsor, havendo apenas um pequeno e curto prolongamento plástico abaixo do pára-choque. Em saídas de garagem, com desnível, raspa a base inferior do pára-choque dianteiro e o prolongamento plástico. Com o veículo carregado ocorrem interferências na zona central do chassi ao transpor quebra-molas.

EXTRA

Porta-malas
O declarado pela fábrica é de 453 litros, o mesmo encontrado com o banco traseiro na posição normal.

Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Inflação do carro: itens que mais subiram


Lona de freio ficou 79% mais caro, em três anos

Alguns produtos e serviços necessários para o motorista andar e manter o carro tiveram alta expressiva nos últimos três anos. A lona de freio lidera a lista e é a campeã dos aumentos, ficou 79% mais cara de agosto de 2001 a agosto de 2008, conforme pesquisa AutoInforme feita mensalmente para apurar a Inflação do Carro.Na média, o motorista pagou 20,8% mais caro para andar e manter o carro nos últimos três anos. O resultado é ligeiramente mais baixo que o da inflação oficial. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado) foi de 20,99% no mesmo período.Logo após a lona de freio, os itens que mais subiram no período foram a revisão do carro, que subiu 63,5% e o óleo do motor, que está custando 58,4% mais caro. Os combustíveis são os itens de maior peso na composição da Inflação do Carro, pois são responsáveis por 36% dos gastos totais com o carro. O álcool subiu acima da média, ficando 23,1% mais caro em três anos, mas a gasolina teve alta de apenas 16,4%.O seguro do carro é outro item importante nos gastos com o carro. Segundo a pesquisa, o seguro total está custando 27% mais caro.Mas a pesquisa também indicou que muitos itens subiram menos que a média e alguns até caíram de preço, caso do estacionamento por duas horas, que ficou 1,1% mais barato. O alinhamento de direção subiu apenas 1,1% e a lavagem completa ficou apenas 6,6% mais cara.


Veja nos quadros os itens que mais subiram de agosto/2001 a agosto/2008, e os itens que mais caíram no mesmo período.








sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Conheça os 20 caminhões mais emplacados em agosto

Modelo que já havia sido o mais vendido de 2007, continua mantendo uma boa média de comercialização em 2008

Segundo a Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, o caminhão mais emplacado no mês de agosto foi o Volkswagen 8.150 Delivery. O veículo leve obteve 619 unidades emplacadas no período, desbancando o Mercedes-Benz L1620, por 46 unidades. Na terceira colocação ficou outro Volks. Foram emplacados 538 modelos do VW 24.250.O VW 8.150 vem colecionando uma história de vendas de respeito. Em 2007, se tornou o caminhão mais vendido do mercado nacional (6.144 unidades) e fez história ao se tornar o primeiro veículo Volkswagen a liderar a lista dos mais vendidos. Título que era revezado por modelos da grande rival, Mercedes-Benz. Confira a lista completa dos 20 caminhões mais emplacados em agosto:
Marca/Modelo - Quantidade
1º VW 8.150 - 619
2ºMB L 1620 - 573
3º VW 24.250 - 538
4º MB 710 - 382
5º MB AXOR 2540 - 317
6º VW 19.320 - 278
7º VW 25.370 - 275
8º IVECO STRALIS - 270
9º FORD C-815 - 262
10º FORD F4000 - 238
11º VOLVO VM 260 - 230
12º FORD C-2428 - 219
13º MB 915C - 209
14º FORD F350 - 209
15º MB ATEGO 2425 - 208
16º MB L 1318 - 201
17º FORD C-2422 - 195
18º FORD C-1317 - 193
19º MB LS 1634 - 185
20º VW 13.180 - 184
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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Todos de olho grande


Fabricantes mundiais estão de olho no mercado brasileiro
A grande expansão de vendas do mercado brasileiro, a partir de 2004, está viabilizando segmentos anteriormente com pouca oferta de modelos. Um deles é o de utilitários esporte médios que cresceu quase 100% nos primeiros sete meses do ano, em relação a 2007. No ano atingirá cerca de 20.000 unidades, menos de 1% do mercado de veículos de passageiros, porém a lucratividade atrai novos protagonistas.Produtos mexicanos serão cada vez mais atraentes no Brasil, pois o acordo comercial elimina o imposto de importação. A maioria dos modelos lá fabricados está voltada, ainda, para os EUA. Mas o cenário vai mudar com o perfil de veículos menores, no momento exigido pelos americanos. Aqui a Ford foi a primeira a se beneficiar, com o Fusion. E a GM traz agora o utilitário esporte Chevrolet Captiva. Insere no segmento um preço atraente – entre R$ 93.000,00 (4x2) e R$ 100.000,00 (4x4 por demanda) –, ao se considerar seu motor V6 de alumínio de 261 cv, o mais barato do mercado. E há ainda um 4-cilindros/2,4L/170 cv, que também poderia ser oferecido em 2009.Com 4,57 m de comprimento (menos que o Vectra) e entreeixos de 2,71 m, o Captiva oferece bom espaço interno e estaciona sem dificuldade. O estilo é equilibrado, capaz de agradar em diferentes mercados. A qualidade dos materiais do interior, os equipamentos de série (controlador de cruzeiro, ar-condicionado digital, redes duplas no porta-malas, etc.) e os recursos de segurança (seis airbags, controle de trajetória, monitor de pressão dos pneus) o tornam um modelo muito competitivo frente aos concorrentes – do Tucson ao Hilux SW4 (em breve com motor a gasolina). Fazem falta computador de bordo e regulagem de distância do volante.Câmbio automático de seis marchas, com comando seqüencial, permite rodar a 120 km/h a apenas 2.000 rpm. O motor tem potência e torque (33 kgf.m) de sobra. A unidade avaliada só com tração dianteira, em Los Cabos, México, mostrava uma breve instabilidade direcional ao se arrancar com firmeza, mas a GM garante que na versão adquirida aqui isso desaparece. O Captiva tem potencial de conquistar, facilmente, até 50% de participação no segmento, inclusive pela capilaridade dos 550 distribuidores da marca.O outro extremo do mercado também terá novidades. Carlos Ghosn, presidente da aliança Renault-Nissan, em viagem ao Brasil admitiu pela primeira vez que poderá lançar aqui um modelo de menos de US$ 10 mil (R$ 16 mil, sem impostos), baseado no que está sendo desenvolvido com o fabricante indiano Bajaj. “Não igual, porque a legislação e o estágio de exigência dos compradores são diferentes. Todos têm o desejo em comum de adquirir um automóvel novo. Hoje, inclusive, o carro nacional mais barato, embora antigo, já custa R$ 16.000,00 sem impostos”, analisou.Como todos os fabricantes mundiais estão de olho grande no crescimento do nosso mercado, a Nissan fabricará seu primeiro automóvel brasileiro, o monovolume Livina, de 5 e 7 lugares, sobre a arquitetura dos compactos anabolizados Logan/Sandero. Para confirmar a regra, a Suzuki volta ao Brasil depois de cinco anos, inicialmente como importadora. Não seria surpresa se também produzisse.
RODA VIVA
MODA aventureira continua a ter novos seguidores. Renault confirmou, para outubro, o Sandero Stepway com a fórmula suspensão elevada-adereços de praxe. Como a Fiat se deu a liberdade de classificar a station Palio Adventure Locker como “SUV light”, a Renault classifica o Stepway de “modelo estilo crossover”. Crossover não é estilo, mas um tipo de carroceria, bem diferente...
BOA iniciativa da Anfavea ao organizar o seminário “Desafio da Mobilidade Urbana”, semana passada, em São Paulo, SP. Tema está longe ser levado a sério no Brasil, além de idéias simplistas de excesso de carros nas ruas. Quase nada de recursos de informática se aplica, nem mesmo painéis eletrônicos informativos. No futuro, pedágio urbano pode até ser considerado. Antes, há muito por fazer.
SEM os enfeites de aventura e suspensões na altura normal, a station Palio Weekend ELX destaca-se pelas linhas – o melhor trabalho dos estilistas de Betim, MG até o momento –, além do espaçoso porta-malas. Pena que agora já não é mais possível a opção do motor de 1,8 L/114 cv (etanol). Em cidade, o motor de 1,4 L/85 cv dá conta do recado, porém carregada, na estrada, deixa bem a desejar.
IDENTIFICAR álcool (etílico) como etanol é o primeiro passo, considerado pelos produtores nacionais, para torná-lo matéria-prima cotada em bolsa e preço estável. Não se trata apenas de trocar o nome nos postos de abastecimento. Há necessidade de especificação físico-química mundial do produto. Brasil e EUA começam a acertar os ponteiros nesse rumo. Muito bom.
RESOLVIDO o imbróglio das novas placas de identificação que não encaixam nos pára-choques de alguns modelos. Contran autorizou dimensões até 15% menores que o padrão, nesses casos. Com um pouco mais de atenção, poderia ter-se evitado esse estorvo regulatório desnecessário.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Carro novo por preço de velho?

Muito alarde, pouca segurança. E o preço... lá nas alturas!
As montadoras costumam fazer alarde quando apresentam mudanças nos seus carros, especialmente quando apresentam linha nova. Um equipamento de segurança, um detalhe tecnológico, qualquer coisa é motivo para uma ampla campanha publicitária buscando atrair o consumidor e mostrando que a marca está “up to date”. E mais: “tudo pelo mesmo preço do modelo velho”, diz a propaganda.
Quanto ao preço, já denunciamos a pegadinha aqui. Trata-se de uma estratégia nova das fábricas: antigamente as mudanças na linha vinham acompanhadas do aumento do preço, o que era justificável e, portanto, absorvido sem contestação pelo consumidor.
De uns anos para cá as fábricas passaram a alterar o preço de tabela todos os meses, aumentos insignificantes: 1% ou fração, índices que não viram notícia. Quando a versão nova é lançada, o valor do carro já está inflacionado. O equipamento novo, portanto, já estava sendo pago pelo cliente que vinha comprando o modelo velho. Fica a impressão que a montadora é boazinha, que está oferecendo mais produto por menos e o incauto do consumidor tem a impressão de que o carro está cada vez mais barato.
Puro engano. Uma pesquisa feita pela Agência AutoInforme, com cotação de preço da Molicar, mostra que o carro feito no Brasil teve um aumento médio de 75% nos últimos sete anos. Quer dizer: o aumento foi chegando devagarzinho, nem deu pra sentir. O balanço de sete anos mostra, no entanto, que o aumento foi bem maior do que inflação no período: 51,9% segundo o IPC da FIPE.
Em relação à segurança a situação é pior. As (poucas) marcas que oferecem, por exemplo, air bag em seus produtos se vangloriam da “preocupação com a segurança”. Balela: fazem isso para não deixar o cliente fugir para a concorrência. E fazem pouco: nenhum dos carros pequenos fabricados no Brasil tem air bag ou ABS de série. Uns poucos oferecem esses equipamentos como opcionais. Enquanto isso, a Europa estuda a obrigatoriedade do ESP – o controle eletrônico de estabilidade nos carros de passeio a partir de 2012. Nos Estados Unidos o ESP será obrigatório a partir de setembro de 2011.
ABS e o air bag já equipam há tempos os carros vendidos tanto na Europa quanto nos EUA. E as fábricas que fabricam lá, são as mesmas que fabricam aqui. Curioso, não?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Trânsito gera sofisticação


Tráfego caótico tem obrigado fabricantes a introduzir novidades
O tráfego pesado tem obrigado os fabricantes de veículos a introduzir novos e cada vez mais sofisticados dispositivos de assistência ao motorista. A preocupação começa ao manobrar de ré para sair de uma vaga na rua, garagem ou estacionamento. Existe o receio de retroceder sem ter certeza do que se aproxima. O motorista acaba por torcer o pescoço para ver melhor – muitas vezes sem sucesso – ou se move lentamente, com insegurança.Nos países de enorme taxa de motorização é fácil lançar novidades, pelo maior poder aquisitivo da população. A Ford americana decidiu atacar o problema de visibilidade durante manobras. Vai colocar de série, paulatinamente, novo dispositivo que se junta aos sensores de distância nos pára-choques e à câmera para visão traseira (esta de série em modelos caros). O sistema baseia-se em radar, em dois módulos, um em cada lado da carroceria.Os feixes de radar identificam quando outro veículo entra numa zona de ponto cego. De imediato uma luz de advertência acende no espelho retrovisor, do lado de onde vem a situação de risco, além do alarme sonoro. Esse novo recurso de detecção de um carro ou pessoa se aproximando atua automaticamente, sempre que se engata a marcha à ré e alcança 25 metros de cada lado. Também funciona mesmo que se saia da vaga em diagonal, não se limitando ao tráfego circulando a 90 graus, ao contrário dos sistemas atuais que têm limitações de alcance lateral.Mas, como ninguém é de ferro, a indústria também quer aliviar o trabalho de estacionar. A Citroën oferece no Grand C4 Picasso um medidor de espaço de vaga. Aperta-se um botão e após passar pelo espaço entre dois carros, paralelos à guia (ou meio-fio), vem o diagnóstico, no painel: estacionamento possível, difícil ou não-aconselhado.A Volkswagen foi além e disponibiliza como opcional no Touran, Tiguan e Passat um sistema de estacionamento semi-automático para vagas paralelas ao veículo. Ao apertar de um botão, os cálculos são feitos por computador que comanda a direção, sem o motorista precisar tocar no volante. Sua única função é acelerar e frear, seguindo instruções.A evolução desse dispositivo é o sonho de muitas (e muitos) motoristas. A VW apresentou no recente Salão de Hannover, Alemanha, ainda em nível de protótipo, a automatização completa das manobras de estacionamento perpendiculares à guia. Neste caso, pode-se sair do automóvel e, a distância, manusear botões no chaveiro. O carro estaciona sozinho. Como as vagas em grandes áreas são, em geral, desse tipo e muitas vezes apertadas, é comum, após conseguir estacionar com sacrifício, o ocupante passar por sessões de contorcionismo para entrar ou sair do veículo. Fora os inevitáveis esbarrões de portas contra as laterais dos carros ao lado.Desse estresse, no futuro breve, ficaremos livres, desde que se possa pagar o preço, ainda indefinido.
RODA VIVA
EMBORA com atraso superior ao esperado, picape Strada 2009 encontrou soluções que marcam a quarta geração sem aumento de preço sensível. São modificações coerentes: tampa da caçamba removível (com chave para evitar furtos), apoios de pé traseiros e laterais para facilitar acesso à caçamba e possibilidade de fixar o estepe dentro ou fora da cabine estendida (antes possível só na cabine simples).
VERSÃO Adventure Locker recebeu molduras de caixa de rodas exclusivas, diferentes das utilizadas na station, e estribos robustos. Sistema de bloqueio mecânico do diferencial por comando eletrônico é igual. A Strada consegue se safar de algumas situações de fora de estrada, quando uma roda perde tração. Mas o motorista tem de lembrar de pisar no freio, antes de apertar o botão no painel.
PACOTE de equipamentos e acabamento alinha-se à família Palio. Na pickup faz ainda mais falta um apoio para o pé esquerdo, junto à caixa de roda interna. Apesar da maior distância ao solo da Adventure, os novos amortecedores com molas internas dão conta do recado, considerando ainda a suspensão traseira da pickup voltada ao trabalho, menos elaborada que a da station.
BMW X6 impressiona por soluções avançadas, além de ser um crossover 4x4 diferente de tudo. Misto de utilitário esporte e cupê de quatro lugares, guarda uma preciosidade: um dos poucos motores 6-cilindros em linha restantes no mundo. Dois turbocompressores trabalham de forma independente e garantem 306 cv. Quintessência na distribuição de torque no eixo traseiro garante dirigibilidade excepcional, em qualquer situação.
OUTRO crossover, porém com proposta bastante familiar (5 + 2 lugares), é o Dodge Journey. Vem do México, sem imposto de importação. Por isso, pode oferece um V6 de 185 cv por R$ 99.000,00. Suspensão independente nas quatro rodas permite rodar típico de sedã moderno, mesmo com 4,88 m de comprimento. Câmbio automático de seis marchas consente viajar com baixo nível de ruído.
CORREÇÃO: novo Gol estendeu a troca de óleo de 10.000 para 15.000 km (números saíram invertidos na coluna anterior

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Oficinas faturam com o boom da venda de veículos

Explosão de automóveis circulando nas ruas tem efeito imediato nas lojas.Com o aumento da procura, clientes são obrigados a agendar horário
A fabricação e a venda de carros batem recordes consecutivos no país. E esta explosão de veículos circulando nas ruas tem efeito imediato nas oficinas. Em algumas, a saída encontrada foi marcar horário para atender os clientes.

Veja o site do MGTV Desde que comprou o primeiro carro, há 30 anos, o administrador de empresas José Roberto Catarina diz nunca ter agendado uma visita ao mecânico. No entanto, chegou sem aviso, e teve de esperar. “É como em uma consulta médica”, diz. Em uma concessionária de Minas Gerais, que recebe 50 clientes por dia, o movimento cresceu 30% só este ano. O expediente foi ampliado em mais duas horas. “O cliente chega e quer ser atendido na hora, mas tem horas que não dá”, diz o gerente Edmilson Rodrigues. Segundo ele, a expectativa é de um aumento de mais 10% daqui a seis meses, quando os carros fizerem a primeira revisão.

saiba mais
Manutenção do carro já está 4,10% mais cara este ano
Brasileiro gasta R$ 865 por ano com manutenção
Saiba quanto custa fazer a manutenção do seu carro
Manutenção é 40% mais barata que conserto, diz especialista
Em 2000, o país tinha 19,3 milhões de veículos em circulação. No ano passado, esse número passou para 25,5 milhões; um salto de 32% em sete anos. Nas oficinas particulares, a procura vai crescer ainda mais. A previsão é do Sindicato da Indústria Mineira de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa). O cliente em potencial é aquele que já perdeu a garantia de fábrica. “Essa frota que foi vendida em 2005, em 2006, já está na hora de ser reparada pelo nosso setor independente e a frota nova também. Hoje existe um problema sério de congestionamento que faz com que os veículos desgastem mais. Então, a perspectiva é de que a gente tenha um número maior de trabalhos”, diz o presidente do Sindirepa, Cláudio Lambertucci. Até 2005, 40% dos veículos que chegavam a uma das oficinas de Minas Gerais tinham de cinco a sete anos de fabricação. Hoje, é difícil encontrar carros com mais de dois anos de uso. Os clientes estão com modelos mais novos, o que obriga as empresas a se adequar. Em Minas Gerais, uma oficina adquiriu há cerca de um ano uma cabine de pintura que não utiliza solventes. O trabalho agora é à base de água, que polui menos. As lixadeiras também são novidade. Segundo o proprietário, reduzem o tempo de serviço em até 60%. “O mercado de reparação hoje exige isso. Exige qualidade, eficiência, e você não pode parar no tempo”, diz Flávio Marques, dono da oficina. Eliete Oliveira fez um curso em São Paulo para aprender a usar os equipamentos. A atividade virou uma nova profissão para a ex-faxineira. “Adoro mexer com carro, com pintura. Estou no mercado e vou aprender um pouco mais”, diz a ajudante.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Saiba como evitar dor de cabeça na hora de vender o carro

Expedição de novo certificado de registro é obrigatória. Mas muita gente se esquece disso e acaba acumulando dívidas
Vender o carro. O que parece uma simples transação pode virar um tormento. São dívidas e mais dívidas. O pior: o motorista pode até perder a carteira. São pequenos cuidados de que muita gente esquece. O Código de Trânsito Brasileiro diz que é obrigatória a expedição de novo certificado de registro quando for transferida a propriedade do veículo e dá 30 dias para o novo proprietário fazer isso. Mas não é o que tem acontecido. Milhares de pessoas ficam prejudicadas depois de terem vendido o carro. Foi o que aconteceu com a dona de casa Branca Castro quando foi vender o carro. Ela reuniu os documentos, foi ao cartório. Mas o novo dono não transferiu para o nome dele. Algum tempo depois, ela soube que tinha dívidas a pagar: multas, IPVA. E o nome dela foi parar na lista de devedores do Distrito Federal.
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Manutenção de faróis evita multa e dor-de-cabeça
Distração e falta de educação podem se transformar em multa de trânsito
“Eu só descobri isso recebendo multas, multas de um carro que eu já tinha vendido”, reclama a dona de casa. O Detran dá uma dica: antes de entregar o carro, o vendedor deve fazer uma cópia autenticada em cartório do Documento Único de Transferência (DUT) - preenchido, e levá-lo ao Detran para comprovar que a partir daquele momento o carro pertence a outra pessoa. Além da cópia do DUT é preciso preencher o comunicado de venda de veículos. Só assim o Detran reconhece que o dono se desfez do carro. O documento está previsto no Código Nacional de Trânsito. “A partir do momento que ela faz essa comunicação no Detran, está isenta de multas, de impostos, de dívida ativa em relação aos débitos existentes no cadastro do veículo, mas só a partir da comunicação da venda”, ressalta o gerente de controle de veículos do Detran Deltimo Silva. O funcionário público Ricardo Maciel não sabia. O carro que ele vendeu não foi transferido e as multas continuaram a contar pontos na carteira dele. Quando passou de 20 pontos ficou impedido de dirigir por dois meses. Acabou na escolinha do Detran onde descobriu que poderia ter sido ainda pior. “Se ele também tivesse atropelado uma pessoa ou coisa parecida eu posso responder um processo. Está no meu nome, eu tenho que provar que eu vendi o carro”, diz Maciel. Quem negocia o carro com uma concessionária ou entrega para uma agência tem tido o mesmo problema. A transferência por procuração às vezes se perde no tempo, enquanto o carro já circula com novo dono e vai acumulando multas. Para o ex-proprietário ficar tranqüilo, o melhor é tomar a iniciativa de comunicar a venda ao Detran.