sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fiat ficará com 35% de participação na Chrysler

FolhaNews
A Fiat e o fundo de investimentos Cerberus Capital Management, que controla a montadora americana Chrysler, fecharam um acordo nesta terça-feira (20/01) para a formação de uma parceria, que dará à italiana uma participação de 35% na rival dos EUA..
Veja quais modelos a Fiat pode lançar nos EUA!

A Fiat não fará pagamentos em dinheiro e também não se comprometerá a investir futuramente na Chrysler, diz o comunicado divulgado pela montadora italiana. As duas empresas irão partilhar instalações para a produção de modelos pequenos e mais eficientes no consumo de combustível, além de partilharem suas redes de distribuição. Com isso, a Fiat pode voltar a entrar no mercado americano com suas marcas principais..
Fiat estuda aliança com Peugeot-Citroën

A parceria é "consistente com os termos e condições dos recursos dirigidos à Chrysler pelo Departamento do Tesouro", diz a nota.Hoje a Fiat suspendeu as negociações com suas ações na Bolsa de Milão, antes do anúncio da parceria ser feito. A imprensa italiana havia informado que a Fiat também teria interesse em adquirir no futuro mais 55% do capital da montadora americana.No mês passado, o executivo-chefe da Fiat, Sergio Marchionne, disse que a empresa precisava encontrar um parceiro para continuar a existir em um mercado automobilístico mundial que passa por um momento de crise. "É preciso [produzir] ao menos entre 5,5 milhões e 6 milhões de carros [por ano para ter uma chance de ganhar dinheiro]", disse, em entrevista ao periódico do setor automobilístico "Automotive News".
Fiat diz que precisará de um parceiro para continuar a existir

Ontem, a revista especializada "Automotive News Europe" já havia informado que a Fiat negocia com a Chrysler a formação de uma parceria estratégica. "Esse pacto ajudaria a Chrysler a acelerar e reforçar seu plano de recuperação", informou a publicação.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Usados - Alegria fugaz

Revendas usam estratégias para atrair clientes, que vão da redução de preço até balões, fitas coloridas e carrinhos de pelúcia, para amenizar a crise

Quem passa pelas revendas de carros usados de Belo Horizonte pode ver duas realidades. A primeira é a de pátios abarrotados e poucos clientes, com um aspecto de pouca felicidade. A outra é fantasiada por balões, fitas coloridas, carrinhos de pelúcia e uma série de estratagemas para atrair o cliente e tentar modificar a realidade sem maquiagem. "A venda de carro é um momento de muita satisfação do cliente, sempre que alguém compra um automóvel fica numa alegria danada. Por isso, música, balões e tudo que contribui para o clima de festa e motiva a compra são importantes", afirma o vice-presidente da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg) e superintendente do Show Auto Mall, Hoberdan Mendes.
Mendes reconhece que o momento não é bom e que dois fatores diminuíram o ritmo das vendas de usados: a crise mundial e a redução do IPI para veículos novos. "A liquidez ficou muito ruim, pois antes da crise todos estavam com muitos carros no estoque e, com a crise, a procura caiu muito", explica Mendes. A redução do IPI levou as revendas a baixar o preço para não perder as vendas. "O parâmetro do usado é o carro zero e, em média, os automóveis tiveram uma queda de 20% no preço", afirma. Mesmo assim, por mais que seja um dia comum, Mendes diz que a sensação de clima de festa é fundamental. Outra estratégia já adotada pelo shopping Show Auto Mall foi vestir alguém de personagem do filme Transformer para atrair compradores, mas que está fora de atuação e deve voltar às ruas em março.
Na revenda Minas Veículos, na Avenida Cristiano Machado, um Chevrolet Celta 2003 teve o preço reduzido de R$ 21 mil para R$ 18 mil. Além da redução de preço, outra estratégia da revenda é a colocação de carrinhos de pelúcia sobre os automóveis expostos. "A ideia de colocar esses carrinhos foi chamar a atenção. Começamos com bichos de pelúcia grandes, mas uma pessoa viu e veio aqui vender os carrinhos de pelúcia. Compramos 60 carrinhos menores e 11 maiores, que ficam na frente da loja", explica o gerente administrativo Cláudio Roberto da Silva. Cláudio explica que os carrinhos não fazem parte do negócio quando alguém decide pela compra de um automóvel na revenda, mas que se o cliente insistir pode entrar como brinde na negociação. "Mulheres e crianças quando estão com o pai acabam levando o carrinho, pois fazem pressão", revela Cláudio.
Na Auto Vaz Veículos, revenda vizinha à dos carrinhos de pelúcia, o vendedor Deusdedit Maximiano garante que em momentos de crise o mais importante é ter uma clientela formada. "Não podemos esquecer o cliente, tem que ligar sempre, falar dos carros que são de acordo com o perfil dele", explica Deusdedit, que tem 35 anos no mercado de automóveis. Para ele, o que dificulta as vendas de usados em um momento de crise é a maior dificuldade para o financiamento. "Grande parte dos clientes quer financiar 100% do valor e agora as financeiras querem uma entrada de pelo menos 15%", explica. Deusdedit diz também que mais importante que bolas coloridas, enfeites e outros artifícios, o essencial na venda de automóveis usados é a confiança.
Na revenda V8 Automóveis, na Avenida Raja Gabaglia, o gerente de vendas, Júlio César dos Reis, diz que já tentou colocar "balãozinho e tudo o mais", mas que o retorno não foi bom. A aposta da revenda é reduzir os preços para aumentar a competitividade. Um Idea HLX 2006 que custava R$ 36 mil foi anunciado e vendido por R$ 31,9 mil, após ficar cinco meses na loja. Mesmo assim, as vendas estão caindo. Segundo Júlio César, a média era de 12 carros vendidos por mês e nos últimos três meses foram vendidos apenas três unidades por mês.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Rebaixados - Colado no chão

Contran muda Resolução 292/2008, que trata das modificações mecânicas em veículos. Deliberação esclarece sobre alterações realizadas na suspensão. Saiba o que muda

No fim de 2008, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) divulgou deliberação que esclarece um ponto conflituoso a respeito da modificação da suspensão dos automóveis. A Deliberação nº 75, entre outras alterações, elimina o inciso IV do artigo 8º da Resolução 292/2008, que proibia "a alteração das características originais das molas do veículo, inclusão, exclusão ou modificação de dispositivos da suspensão". Esse inciso entrava em conflito com o parágrafo único do artigo 6º da Resolução 292, que, ao exigir que os veículos que tiverem sua suspensão alterada devem trazer a nova altura no campo de observações do Certificado de Registro de Veículo (CRV) e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), dava a entender que a modificação era aceitável.O texto do inciso IV do artigo 8º estava dificultando a regularização de alguns veículos que tiveram a altura da suspensão alterada, afinal, é impossível modificar a altura da suspensão sem mexer em seus componentes. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a intenção do texto do inciso IV era proibir a prática de cortar ou alongar as molas, procedimento bem mais comum para alterar a suspensão do que a modificação em todo o conjunto, medida aconselhável e que não prejudica a dinâmica do veículo. Então, na prática, essa deliberação veio para resolver este problema de interpretação e passar a responsabilidade sobre o procedimento correto para as empresas creditadas.
Os proprietários que pretendem alterar a suspensão de seus carros devem prestar atenção ao caminho correto para registrar a mudança. O primeiro passo a ser tomado é procurar o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para conseguir uma autorização e depois se dirigir a uma empresa credenciada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ou Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para atestar se as modificações pleiteadas estão de acordo com a lei.
Cuidado
Para Carlos Magnus Othero, da Magnus Alinhamento, rebaixar o carro pode trazer várias desvantagens, como desalinhamento constantes, desgaste prematuro da suspensão e amortecedor, aumento dos ruídos de rodagem, desconforto (carro fica "duro"), além de folgas das buchas e pivôs. "Para você ter ideia de como esse serviço dá dor de cabeça, eu não rebaixo carro na minha oficina. Mas, se a demanda for voltar a suspensão à originalidade, eu faço", diz Othero, que ainda emenda que a mudança traz uma falsa sensação de estabilidade porque a suspensão perde parte do seu curso e deixa de distribuir corretamente o peso das rodas na estrada, prejudicando o comportamento dinâmico.
Especiais
Outra questão que a Deliberação 75 resolveu foi o entrave encontrado por proprietários de veículos classificados como especiais (ambulâncias, carros funerários, trailers) ao enquadrá-los novamente como veículos de carga ou uso misto. Antes da alteração, os proprietários desses veículos não conseguiam licenciá-los.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Extintores - Otário outra vez

Departamento Nacional de Trânsito divulga com muito atraso deliberação que suspende obrigatoriedade de portar equipamento mais caro e ônus recai sobre os cidadãos
Mais uma vez o motorista é obrigado a gastar e depois vê tudo cair por terra. Muitos ainda acham que 2009 é o último ano em que será permitido circular pelas ruas em veículos equipados com extintores BC, que deveriam ser gradualmente substituídos pelo modelo ABC, considerado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) mais eficaz do que o outro. Acontece que, exatamente em 8 de março de 2005, uma ação civil pública de autoria da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) suspendeu a vigência da Resolução 157/04 do Contran, que amparava a exigência do novo extintor.Vergonha foi o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) só ter divulgado uma deliberação (n.º 69) oficializando o fato em 4 de julho de 2008, 3 anos e meio depois da Resolução n.º 157 ter sido suspensa. A consequência disso é que poucas pessoas estão sabendo que esses modelos de extintores podem ser usados e, com medo de serem multados, compraram o modelo ABC, que custa mais caro.Para ter uma ideia, os valores dos extintores considerados no julgamento da ação, que podem ser tomados como o preço médio da época, era de R$ 90 o ABC e R$ 10 o BC (recarga). Hoje o valor do extintor ABC está mais ameno, custa em média R$ 55 e não pode ser recarregado (tendo a seu favor a validade de 5 anos) e a recarga do modelo BC aumentou para R$ 15 em média (tendo validade de apenas 1 ano). Num universo de 12 lojas especializadas em extintores consultadas não foram encontrados modelos BC novos.De acordo com a decisão do juiz substituto da 27ª Vara Federal, José Carlos Zebulum, a troca dos extintores iria onerar excessivamente os proprietários de veículos automotores sem trazer qualquer benefício para o consumidor. O juiz contesta as vantagens dos extintores ABC frente ao antigo, afirmando que não existem evidências técnicas de que o agente extintor à base de bicarbonato de sódio (BC) seja inadequado para o combate a princípios de incêndio.Esse foi um dos argumentos usados por Paulo Girão Barroso, advogado da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, que obteve atestado de vários laboratórios dizendo que o poder de apagar chamas do extintor BC é o mesmo do ABC. Segundo Orlando Moreira da Silva, coordenador de infraestrutura de trânsito do Denatran, a argumentação que está sendo usada pelo órgão no recurso é que o modelo ABC pode ser usado para combater o incêndio em papel, madeira e tecido (materiais usados no interior do veículo), produtos inflamáveis em geral e equipamentos elétricos, enquanto o BC tem a limitação de não ser eficaz em materiais sólidos.
Sobre as vantagens alegadas a respeito da maior validade do modelo ABC, a decisão do juiz diz que a norma impõe prazo mínimo de validade, mas não garante que o consumidor não será obrigado a adquirir um novo extintor em prazo menor, seja pelo uso do equipamento ou pela data de fabricação (que certamente será anterior à sua compra). Zebulum ainda acrescenta à sentença que em países como a Suécia e Dinamarca, "cujas estatísticas de trânsito são bem melhores que a brasileira", não há a imposição do equipamento, questionando a exigência do uso de extintores veiculares.Marcelo José Araújo, advogado e professor de direito de trânsito do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba), afirma que não é a primeira vez que o Denatran suspende uma normativa depois de obrigar as pessoas a jogar dinheiro fora. Segundo Araújo, o Contran reage com muito atraso a respeito dos objetos que precisa regulamentar. "Deixam todos comprar faróis de xenônio, GPS, DVD, para depois regulamentar seu uso", diz. Outro fator que contribui para essa disritmia, de acordo com o advogado, é que o Denatran costuma agir por impulso, sem realizar grandes estudos sobre o assunto.
O que dizem as partes?
Contran. Apesar de ser mais caro, extintor ABC tem validade de cinco anos. Modelo ABC combate incêndio em papel, madeira e tecido (materiais usados no interior do veículo), produtos inflamáveis em geral e equipamentos elétricos, enquanto o BC não é eficaz em materiais sólidos.
Comissão de defesa do consumidor da ALERJ. Diversos laboratórios atestaram que o poder de apagar chamas dos extintores BC é o mesmo dos ABC. Impossibilidade de recarga. Extintor ABC é mais caro e não pode ser recarregado
Juiz. A medida veiculada na Resolução n.º 157 impõe um ônus aos consumidores sem caracterizar qualquer benefício. O fato da validade de cinco anos do modelo ABC não garante que o consumidor não será obrigado a adquirir um novo extintor em prazo menor. Não há qualquer evidência técnica de que o extintor BC seja inadequado para ser usado em casos de princípios de incêndio. Não se espera que o extintor, manuseado por pessoas sem preparo técnico para combater fogo, seja capaz de debelar incêndios de maiores proporções. Por isso o uso de extintor em veículos tem caráter meramente preventivo. As situações de maior gravidade só poderão ser enfrentadas por pessoas habilitadas. A realidade demonstra que o uso de extintores em veículos tem se revelado de pouca ou nenhuma utilidade para a população
Linha do tempo
Veja como o Contran demorou a divulgar a suspensão dos efeitos da Resolução n.º 157
22 de abril de 2004
Contran divulga Resolução nº 157, que fixa especificações para os extintores de incêndio, entre elas a que introduz o uso dos extintores do tipo ABC
8 de março de 2005
Decisão judicial suspende eficácia da Resolução n.º 157
4 de julho de 2008
Contran publica Deliberação nº 64, que suspende os efeitos da Resolução nº 157
Povo fala
Você sabia que a Resolução n.º 157 estava suspensa desde 2005? O que você pensa sobre estas normas que são lançadas e depois suspensas?
"Não sabia. É uma questão de oportunismo para não sei quem levar vantagem. Igual aquele kit de primeiros socorros. Só falta agora mandarem a gente tirar um diploma de médico" - Antônio Eustáquio Santiago, taxista.
"Não. Pior que eu caí nessa e comprei um extintor novo na época. São tantos absurdos que a gente nem sente mais" - Fernando Flávio, artista plástico.
"Fiquei sabendo. É um jogo de cartas marcadas para beneficiar alguém" - Lúcio Flávio Franco Soares, economista.
"Eu não sabia. Acho que a intenção pode até ser boa, mas os governantes precisam pensar direito antes de agir" - Isabela Queirós, empresária.
"Não. Acho que, pelo menos, essas coisas deveriam ser mais bem divulgadas" - Paulo Bretz, motorista.
"Não fiquei sabendo. É um jeito de fazer a gente gastar dinheiro à toa. Dá a impressão de que tem convênio com alguém para tirar dinheiro da gente, igual àquela taxa de licenciamento, que não serve para nada" - Orlando Lúcio de Melo, motorista.
"Não. Acho que, se possível, as pessoas que gastaram dinheiro com isso deveriam ser reembolsadas" - Raquel Antonini, cantora e atriz.
"Fiquei sabendo porque meu irmão é engenheiro de segurança. Isto é um jeito de tirar alguma vantagem do povo" - Alessandro Meneghini, comerciante.
"Não fiquei sabendo. O governo tem vontade de acertar, mas infelizmente as medidas são ineficazes" - Pedro Esmeraldo, advogado

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Manutenção - Perigo camuflado

Depois de pequena batida em que o carro fica intacto, o pior acontece na estrutura que reduz a energia do impacto. Dispositivo precisa ser substituído quando é atingido

Uma batida sem danos aparentes pode afetar o crash-box, que precisa ser trocado
O arranca e para das grandes cidades é causa de seguidas batidas, que, muitas vezes, não deixam vítimas e nem prejuízos aparentes, mas podem danificar a estrutura dos automóveis. De acordo com pesquisa encomendada pela Volvo, 75% dos acidentes de trânsito ocorrem em situações em que os veículos estão em velocidade abaixo de 30 km/h. Existem veículos, como o Volvo XC 60, que chega ao mercado nacional nos próximos meses, equipados com dispositivo para evitar esse tipo de batida, capaz de reconhecer um veículo parado à frente e parar o automóvel em velocidade de até 30 km/h. Porém, como nem todos podem comprar veículos assim, o melhor é ficar atento aos danos das pequenas batidas, principalmente aqueles que ficam ocultos.O Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi ) realiza estudos de reparabilidade e efetua colisões dianteiras e traseiras à velocidade de 15 km/h. "Com os testes, passamos a observar que os veículos mais modernos são equipados com travessas dianteiras, chamadas de crash-box, que reduzem o custo de reparabilidade, pois diminuem a energia do impacto", explica o analista técnico do Cesvi Claudemir Rodriguez.Entretanto, quando ocorre colisão em baixa velocidade ou durante manobra, o crash-box pode ser afetado, mesmo que não tenha nenhum dano aparente. "Muitas vezes, o plástico que reveste o para-choque se deforma e depois retorna ao estado natural. As pessoas não observam dano algum e continuam dirigindo normalmente", explica Claudemir. O problema, segundo o analista, é que o crash-box pode ser deformado e, quando isso acontece, deve ser substituído.Claudemir explica que caso o crash-box permaneça danificado a energia de impacto pode ser transferida para a longarina: "Com a longarina atingida, pode haver danos no radiador e o eletroventilador (ventoinha) e outras peças, causando prejuízo". A lista de itens que podem ser danificados, caso o crash-box esteja com problemas, contempla também itens que ficam na traseira: o porta-malas, o painel traseiro e a lataria lateral.Para chegar a essas conclusões, o Cesvi realizou teste com a Renault Mégane GrandTour, que após o impacto teve o para-choque (que estava intacto) retirado e foi possível constatar que o dano foi grande no crash-box. Sem alterar o item, o veículo foi submetido a outro impacto, que, devido ao problema no crash-box, provocou o rompimento do para-choque.Outro detalhe importante é o airbag, pois o crash-box está ligado ao acionamento da bolsa inflável e, se estiver danificado, pode ter o acionamento comprometido em segundo impacto.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Óleo - Sai mineral, entra sintético

Motores que trabalham em altas rotações e em condições severas exigem lubrificante específico para evitar problemas graves, como a formação de borra. Tire as dúvidas

Durabilidade do motor depende do uso do lubrificante com especificações corretas
Não é raro encontrar pessoas com dúvidas na hora de trocar o óleo do motor do carro. A maioria não sabe sequer quais as especificações e o tipo de lubrificante que deve ser usado, informações que certamente estão no manual do proprietário. Mas, além das incertezas, existem os mitos que confundem ainda mais o consumidor. Para esclarecer algumas destas questões, Veículos ouviu um especialista no assunto, Remo Lucioli, da Inforlub, empresa de consultoria e desenvolvimento na área de lubrificação. Ele explica, entre outras coisas, por que o óleo sintético vai tomar o lugar do mineral.Para explicar de forma mais clara a importância do o uso correto dos lubrificantes, Remo remete aos anos 1980, quando ocorreu significativo aumento na produção mundial de veículos automotores. Devido a esse fato, governos e organizações ambientalistas propuseram mudanças, com a finalidade de diminuir os efeitos poluentes provocados por esses veículos.A medida paliativa veio na década de 1990, quando começaram a ser produzidos os motores que trabalham em regime de alta rotação, com elevadas taxas de compressão, proporcionando economia de combustível e redução da emissão de poluentes. Esses propulsores passaram a ser usados em larga escala na Europa, Ásia e América do Sul. No mercado norte-americano prevaleceu a preferência por motores de altas potência e cilindrada e baixa rotação, posição que já está sendo revista.Remo explica que os motores modernos são ecologicamente corretos, pois transformam energia cinética em torque. "Trata-se de uma energia limpa, que não polui o meio ambiente, diferentemente da energia obtida pela queima de combustíveis fósseis", afirma. O problema é que, para obter esses bons resultados, os propulsores modernos trabalham em altíssimas temperaturas (cerca de 600 graus na câmara de combustão), exigindo um lubrificante adequado, que suporte tais condições sem sofrer alterações profundas em sua composição. Com base nessas informações, fica mais fácil esclarecer algumas dúvidas.
Motores modernos que trabalham em altas rotações e temperaturas exigem períodos reduzidos de troca de óleo?
Sim. As próprias montadoras já recomendam trocas a cada 7 mil ou 5 mil quilômetros. Com as temperaturas elevadas dos motores, os lubrificantes sofrem alterações em suas características e com isso devem ser substituídos no período recomendado pelo fabricante.
Quais detalhes devem ser observados na troca de óleo?Primeiramente, é preciso usar o óleo com as especificações recomendadas pelo fabricante do carro. Os motores modernos usam lubrificantes com viscosidade mais fina, como 5W30 ou 10W40. Isso ocorre porque esses propulsores têm folgas maiores entre as partes móveis, para compensar a dilatação quando estão aquecidos. Para ter uma ideia, no motor Zetec RoCam, da Ford, a bomba de óleo injeta 23 litros em apenas um minuto. Se o lubrificante for mais grosso, haverá dificuldade de bombeamento e a lubrificação não será adequada. Por isso é importante o uso de óleos mais finos.
Com as trocas de óleo em períodos reduzidos, pode-se usar óleo mineral, que é mais barato, em vez do sintético?
Segundo Remo, os motores modernos exigem o uso obrigatório de óleo sintético. Ele explica que o lubrificante mineral tem grande quantidade de moléculas pequenas, que se quebram facilmente quando submetidas a altas temperaturas. Os resíduos dessa quebra favorecem a formação de borra, que compromete a durabilidade do motor. Já o óleo sintético tem moléculas maiores, mais resistentes a altas temperaturas, por isso seu uso em motores modernos é obrigatório, de acordo com o especialista.
Os óleos semissintéticos são uma boa alternativa?
Esse tipo de lubrificante é visto como uma boa opção por atender de forma satisfatória e ter preço menor em relação ao sintético. Remo lembra que é melhor usar o semissintético do que o mineral, que só deve ser empregado em motores mais antigos.
É realmente importante trocar o filtro de óleo sempre que for feita a renovação do lubrificante?
O filtro deve ser trocado juntamente com o óleo, pois do contrário poderá contaminar o lubrificante novo que está sendo introduzido no motor. Lembre-se também de checar e corrigir o nível do óleo do motor a cada 1 mil quilômetros.
É recomendável o uso de produtos para a limpeza do motor na troca do óleo?
Remo Lucioli recomenda o uso do flush um produto que limpa os circuitos e cavidades internas do motor, retirando resíduos e borra, impedindo que o óleo novo seja contaminado. O produto deve ser aplicado antes da troca do lubrificante, mas Remo recomenda que o serviço seja feito apenas por profissionais especializados. Alguns fabricantes do produto recomendam o uso do flush a cada 10 mil quilômetros.
Nos carros mais antigos, era comum depois de certa quilometragem rodada usar óleo mais grosso, com viscosidade maior. Esse procedimento serve também para os motores modernos?
Essa antiga prática só serve para os propulsores do passado, que trabalham em temperaturas mais baixas. Já os motores atuais devem usar o óleo com a mesma viscosidade, ou seja, com a mesma especificação enquanto durarem. Não se deve usar óleo grosso de forma alguma.
Mas se no posto de troca de óleo o atendente colocar no motor um lubrificante que não tem as especificações recomendadas pelo fabricante? De quem é a responsabilidade?
Remo lembra que a Lei 8.078 do Código de Defesa do Consumidor, nos artigos 14, 23 e 39, determina que o fornecedor de serviço responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados por defeitos relativos à execução do trabalho, bem como por informações insuficientes e inadequadas sobre uso e riscos. Ou seja, se o atendente colocar no motor do seu carro um óleo inadequado, a empresa é responsável pelos reparos que terão que ser feitos.
O que deve ser feito para evitar a formação de borra no motor?
A borra é formada quando o óleo circula de forma mais lenta no interior do motor, ficando exposto por mais tempo a temperaturas elevadíssimas. Com isso, ocorre a oxidação do óleo e o consequente entupimento dos canais de lubrificação, trazendo danos aos componentes móveis, levando o motor a fundir prematuramente. Para evitar tal fato, basta seguir as recomendações do fabricante, usando lubrificantes finos (que circulam mais rápido), com alta resistência térmica (para não queimar) e elevado índice de viscosidade (resistente ao afinamento e engrossamento).
Carro que trafega a maior parte do tempo na cidade pode ocultar problemas de borra no motor?
De acordo com Remo, se não forem seguidas as recomendações do fabricante quanto à troca de óleo, as chances do surgimento de borra podem aumentar nesse caso. Ele explica que esse carro em viagem vai operar por longos períodos em alta rotação. Isso fará com que a borra se desloque e obstrua os canais de lubrificação. Quando esse carro parar, as peças móveis do interior do motor, que estavam operando com deficiência de lubrificação, poderão soldar entre si, pois foram submetidas a temperaturas elevadíssimas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Evolução - Aliado contra fraudes

Apesar de não garantir hodômetro infalsificável, fabricantes nacionais de veículos afirmam que, com aparelhos de diagnóstico, conseguem aferir quilometragem original

Redução da distância percorrida é prática comum no mercado de carros usados
É fato a prática de alguns proprietários procurarem oficinas que não trabalham com seriedade e ética para reduzir a quilometragem original marcada pelo hodômetro de seus carros no intuito de, no momento da venda, passar a impressão de pouco rodado e consequentemente valorizar o produto. Em alguns modelos de automóveis, geralmente pertencentes a segmentos mais luxuosos, como Audi, BMW e Mercedes-Benz, as concessionárias já têm como descobrir a farsa e ainda revelar sua quilometragem real, caso esteja alterada. Dos principais fabricantes do país, apenas alguns estão aptos a descobrir a verdadeira quilometragem do carro.
Volkswagen
Os veículos da VW guardam a quilometragem verdadeira, mas também não há como alterar novamente no hodômetro os números corretos.
Chevrolet
Da GM, apenas os modelos mais sofisticados, como o Ômega e a Captiva, em que a quilometragem é marcada na caixa de marcha, é possível revelar a quilometragem real.
Ford
Se tiverem o hodômetro alterado, os modelos da Ford não conseguem recuperar os números originais. Porém, de acordo com o fabricante, caso alguém tente interferir no hodômetro por qualquer motivo, o carro não funcionará porque o módulo do veículo perceberá que houve alguma alteração e passa a não mais aceitar a codificação original. Neste caso, o proprietário terá que levar o veículo a um distribuidor Ford para que uma nova codificação seja feita.
Citroën
Nos carros da fabricante francesa, a gravação da quilometragem sempre é feita em mais de um ponto. Segundo a Citroën, a interface dos módulos eletrônicos do veículo, que entre outras informações guardam a gravação da quilometragem, garante a integridade do sistema e, se houver qualquer tentativa de alteração da quilometragem no hodômetro, esta interface automaticamente se corrige, mantendo a quilometragem maior. Foi a mesma informação encontrada na concessionária Chamonix, que confirmou que a memória fica guardada em três componentes e que a troca de todos não tornaria a operação economicamente vantajosa.
Fiat
De acordo com a fábrica italiana, em todos os seus modelos que são fabricados atualmente há como aferir qual é a quilometragem real usando um aparelho de diagnóstico. Porém, uma vez alterada, a quilometragem dos veículos não retorna à marcação original. Quando as concessionárias foram consultadas sobre o assunto, a informação dada pela Automax, Strada e Sinal foi que a quilometragem ficava guardada num aparelho chamado BC (Body Computer) mas que este não estaria equipando modelos mais simples, como o Uno, nem a linha Fire do Palio e do Siena. Na Roma, a informação dada foi a mesma, porém se a alteração também fosse feita no BC não haveria jeito de recuperar a quilometragem original.
Peugeot
Nos veículos Peugeot a quilometragem fica memorizada no quadro de instrumentos e no computador central. Mesmo o sistema estando programado para adotar o maior valor, os falsificadores atuam nas duas memórias e, de acordo com a fábrica francesa, não há como recuperar a quilometragem original.
Renault
Se houver alguma alteração nos carros da marca, não há nenhum aparelho para constatá-la porque a quilometragem falsa ficará escrita sobre a verdadeira na memória. Se o carro tiver qualquer problema no hodômetro e este tenha que ser trocado, a concessionária registra a quilometragem em seu sistema porque os números serão zerados.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Motos 2009: veja os principais lançamentos

As motocicletas vão poluir menos com a nova lei brasileira de emissão de poluentes – o que deve gerar uma enxurrada de novidades
A crise do setor financeiro mundial foi um verdadeiro banho de água fria no mercado de motos brasileiro. As vendas despencaram e o crescimento do mercado, antes previsto em cerca de 20% em 2008, deve fechar o ano em torno dos 15%. Ainda assim um bom aumento nas vendas, porém uma frustração para as fábricas que investiram na ampliação da sua capacidade produtiva.Especialistas já prevêem que em 2009, o mercado de duas rodas deve continuar crescendo, mas agora em ritmo mais lento: pouco abaixo dos 10%. Alguns outros especialistas vêem nas motocicletas, um setor bastante promissor em época de crise – por terem menor valor agregado são uma opção barata de transporte para quem precisa se locomover. Resta esperar para ver.Revolução internaConjunturas econômicas a parte, em 2009 o setor de duas rodas vai passar por uma revolução no Brasil. Isso porque a partir de 1º de janeiro do próximo ano, todas as motos fabricadas no País terão de atender a uma nova lei de emissão de poluentes, a terceira fase do Promot (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares). Uma revolução que, aliás, já começou em 2008. Em maio deste ano, a Honda trouxe a nova CB 600F Hornet equipada com injeção eletrônica. Ainda no primeiro semestre, apresentou a custom Shadow 750 também com a alimentação eletrônica mais eficaz e catalisadores.No segundo semestre de 2008, foi a vez de a Yamaha mostrar a nova YBR 125 Factor. Mas, ao invés de usar a injeção eletrônica, a marca japonesa economizou e optou por um carburador mais moderno, mas que deixou sua 125 cc mais “fraca”, porém mais econômica.Em setembro, a Honda, líder do mercado brasileiro mostrou a Biz 125 Fuel Injection, a primeira motocicleta de baixa cilindrada do Brasil a vir equipada com injeção eletrônica de combustível. Agora em dezembro, mostrou a campeã de vendas, CG Titan 150, com a tão desejada injeção, equipando um modelo com visual novo e polêmico.Os leitores mais atentos notaram que muitas motos ficaram de fora dessa lista de mudanças para atender ao Promot 3. Com toda razão. A crise no último trimestre fez os estoques das fábricas de motos aumentarem e as vendas caírem. Cautelosas, as montadoras adiaram muitos lançamentos. Porém, uma coisa é certa: o que ainda não mudou vai ter de mudar. A dupla de 250 cc da Honda – Twister e Tornado – será obrigada a mudar. Atualmente equipadas com carburador não passam nos testes de emissão de poluentes. Alguns apostam apenas na injeção, outros falam em motor maior e injetado. Resta esperar para conferir. Segundo os concessionários Honda, só em fevereiro chega a nova Twister.Outra que deve ser aposentada é a Honda NX 4 Falcon que, aliás, já está fazendo hora extra com oito anos de mercado. Basta prestar atenção nas promoções das revendas para “desovar” a trail de 400cc.Queima de estoque também estão fazendo as revendas Yamaha com a linha de 250cc, Fazer e Lander, modelos 2008. Mesmo com injeção eletrônica, ambas não atendem à nova lei. Porém, as mudanças serão poucas – apenas um catalisador resolveria o problema.Já no caso da custom Drag Star 650, sua morte está anunciada. Carburada, ela vai sair de linha em 2009. Dizem que a recém lançada Midnight Star XVS 950 vai substituí-la.
Lançamentos
Por falar em lançamentos, 2009 promete. A Suzuki, que faz segredo sobre as mudanças em sua linha de 125 cc (Yes, Intruder e Burgman), já apresentou suas armas para o próximo ano no segmento de média cilindrada: apostou na GSX-F 650 e também na V-Strom DL 650.A Yamaha promete que vai trazer a nova XTZ 660 Ténéré. Os aventureiros já economizam alguns reais e sonham com a nova big-trail. Outra promessa antiga é um scooter vendido oficialmente pela Honda. Será? Os motociclistas paulistas adorariam o SH 125 injetado para enfrentar os congestionamentos. Prometido também está o lançamento da primeira moto bicombustível do mundo: a Amazonas AME C1, uma custom que poderá rodar com álcool ou gasolina em função da tecnologia Delphi. Resta saber se, em um veículo naturalmente econômico como a moto, valerá a pena rodar com álcool e pagar mais pela moto? O preço da moto de 300 cc deve girar em torno de R$ 16.000.Difícil responder a essa pergunta sem saber o consumo da moto flex rodando com álcool. Assim como é difícil prever o que vai acontecer com as motos chinesas. Sundown, Traxx, Dafra, Kasinski e companhia não revelaram quais estratégias usarão para atender ao Promot 3. Há duas (ou mais) opções: adotar a injeção eletrônica, o que encareceria o preço final e prejudicaria a competitividade dos produtos chineses; ou “amarrar” o motor e instalar catalisadores, estratégia que deixaria as motos chinesas com um desempenho ainda pior. Bom Ano Novo a todos os motociclistas! Pois no segmento de duas rodas 2009 promete!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

SEGREDO! - Toyota iQ EV pode ser lançado ainda este ano

Apesar de a Toyota dizer que seu carro totalmente elétrico chega só em 2012, concorrência e situação mundial devem antecipar lançamento
O Toyota FT-EV, conceito totalmente elétrico da Toyota, foi mostrado no Salão de Detroit deste ano. Ele é capaz de rodar 80 km com cada carga completa, a exemplo do REVAi, que já está à venda até no Brasil, país sempre esquecido quando o assunto é inovação tecnológica. Segundo a Toyota, um modelo parecido pode ser vendido em 2012. A empresa costuma cumprir o que diz, mas a Automedia, nossa parceira de segredos na Europa, afirma ter recebido a imagem acima de uma fonte dentro da montadora japonesa. Não se trata de ilustração nem de projeção, mas sim do modelo de produção em série, que chegaria ao mercado japonês e norte-americano no final deste ano.Tanto o modelo acima quanto o FT-EV usam o iQ como base. Ele tem apenas 2,98 m de comprimento, 28 cm a mais que o smart fortwo, outro modelo que chega ao Brasil este ano.Em vez de apenas dois (bons) lugares, como os do fortwo, o Toyota leva três adultos e uma criança em seu interior. A mágica é simples: há dois bancos dianteiros e um espaço atrás, que serve à criança. Para acomodar mais um adulto, o painel do lado do passageiro pode ser dobrado e o banco, puxado mais para a frente. Com isso, cabe um adulto no banco traseiro, junto com a criança, que há de reclamar de ficar com menos espaço.
Tradução e colaboração de Gustavo Henrique Ruffo

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O copo está meio cheio ou meio vazio?

Em meio às incertezas gerais há diferentes leituras dos números
A eterna disputa entre otimistas e pessimistas remete à velha discussão se o copo está meio cheio ou meio vazio. Foi o caso do ano de 2008, segundo dados revelados pela Anfavea. Nos 12 meses do ano passado, todos os recordes foram batidos (produção, vendas e valores de exportações), salvo as exportações em unidades (melhor em 2005). O Brasil saltou três posições no ranking mundial, para quinto maior mercado, com 2,82 milhões de unidades. Em produção ficamos em sexto, 3,21 milhões de unidades. Por outro lado, as vendas em dezembro caíram cerca de 20% em relação ao mesmo mês de 2007. De fato, os reflexos dos estímulos fiscais só ocorreram na segunda quinzena. Mas, a produção mergulhou nada menos de 54% graças às férias ampliadas. Apesar disso, os estoques para 36 dias (eram 56, em novembro) ainda ficaram uns 20% acima do considerado normal. Trata-se de indicador preocupante. Outra referência é a permanência dos carros mais baratos (motores até 1 litro) abaixo de 50% das vendas totais, indicando fraqueza na base do mercado. Porta-voz da Honda na Argentina, Hideto Maehara, anunciou que as dificuldades forçarão o adiamento por pelo menos seis meses do início de produção do City (versão sedã do Fit), na província de Buenos Aires. O modelo, cujo principal alvo é o Brasil, ficaria para 2010. Aqui, a Honda não se manifesta. Para os importadores não será um bom ano. Com menos veículos vindos do exterior, empregos brasileiros perdidos em função da queda das exportações poderão ser compensados, em parte. Em meio às incertezas gerais há diferentes leituras dos números. A Fenabrave, associação das concessionárias, mudou de pessimista para otimista. Acredita que mesmo se a prorrogação do IPI menor for suspensa a partir de 1º de abril, ainda alcançaremos uma nada modesta – para a situação atual – elevação de 4%, ou nominalmente cerca de duas vezes superior aos 2% esperados de crescimento para a economia brasileira em 2009. Estatisticamente há relação histórica entre esses dados em condições consideradas normais. Por sua vez, a Anfavea prefere esperar pelo comportamento das vendas em janeiro para fazer previsão anual. Dois renomados consultores apresentam visões opostas. Wolfgang Sauer, ex-presidente da VW do Brasil, acredita que em dois ou três meses o pior terá passado e as vendas reagirão. Já o ex-presidente da Anfavea e com mais de 50 anos de atuação no setor (foi vice-presidente da GMB), André Beer, afirma que espera queda mínima de 10% em 2009 sobre 2008. Para ele, “seria um grande resultado”. O consumidor está assustado pela desvalorização do seu carro usado. Jackson Schneider, presidente da Anfavea, reconhece o problema espinhoso e estuda estratégias inclusive com o governo. “O veículo novo também caiu de preço. A relação de troca melhorou”, argumenta. Tantas variáveis dificultam a decisão do comprador. Bombardeado por notícias ruins é natural que hesite e diminua o grau de confiança. Uma coisa parece certa. O incentivo fiscal deverá ser prorrogado, porém anunciado o mais perto possível de 31 de março, apesar de a propaganda poder indicar o contrário. Todos terão tempo para refletir e tomar a decisão correta.
RODA VIVA
VISANDO em especial o mercado americano, a VW produzirá no México novo sedã pouco maior que o atual Jetta, segundo fontes próximas à fabrica. Base será o Golf VI, à venda na Europa desde setembro de 2008, e previsto também para São José dos Pinhais (PR). Aquele sedã chegará ainda aos países do Mercosul. Sem imposto de importação e preço competitivo.
ESPECIALISTAS em segurança de trânsito alertam sobre riscos de trechos esburacados, seguidos ou precedidos por estradas reformadas ou em melhores condições. Motoristas tendem a acelerar, aproveitando o piso bom para recuperar o tempo perdido em ziguezagues irritantes ao driblar as crateras. Uniformização é o mínimo que se pede na viagem.
APESAR da autossuficiência, o desequilíbrio ao compensar exportações de petróleo pesado (aqui produzido) e gasolina com importação de petróleo leve (para refinarias brasileiras) atingiu mais de US$ 13 bilhões em 2008. O déficit significou quase metade de todo o superávit comercial do País. Indica quanto ainda estamos vulneráveis e uma das causas da gasolina manter o preço.
LENDA urbana comprovada. Testes feitos pela revista Autoesporte, edição deste mês, com a ajuda de medição acústica por aparelhos de última geração, demonstraram que não há diferença perceptível de ruído ou aspereza em motor flex utilizando gasolina ou álcool. Tem gente que jura escutar ou perceber a diferença. O carro testado foi o novo Gol, motor de 1,6 litro.
ESPELHO retrovisor com viva-voz para celulares já está disponível no mercado nacional. Vossor PhoneBook, da alemã Seecode, utiliza tecnologia Bluetooth. Pode ser fixado sobre o espelho original por tiras opcionais. Há dois microfones sem fio de alta sensibilidade e agenda para 600 contatos. Pormenores: www.totaltire.com.br.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Esporte sangrento

Entre no ringue para três rounds brutais de Mitsubishi Evo X contra Subaru Impreza STI
Senhoooooras e senhores, sejam bem-vindos ao ringue para o evento principal, o grande combate entre os dois pretendentes ao título de melhor quatro cilindros turbo com tração integral do mundo. No canto vermelho, pesando 1.522 kg e com coração boxer (de cilindros opostos), está a nova geração do Subaru Impreza WRX STI. Vestindo cinza escuro e também representando o Japão, temos o Mitsubishi Lancer Evo X GSR, um mestre do rali de 1.608 kg capaz de brigar em condições que variam entre asfalto, cascalho e neve. Como artistas marciais, EVO e STI são guerreiros multitalentosos que brilham em todos os quesitos do combate. Ambos competem ao redor do planeta em provas de rali, enduro, autocross e de circuito, sem falar no drift e nos pegas de rua. Quilo a quilo, centavo a centavo, esses dois são os esportivos mais versáteis do mundo.
Eles já se enfrentaram por aqui outras vezes. Quando aconteceu o primeiro encontro, em outubro de 2004, o Lancer Evolution MR levou o título. Em dezembro de 2005, a revanche favoreceu o WRX STI. Dessa vez, o resultado pode ser por pontos, já que cada desafiante foi completamente reformulado.
Enquanto o Lancer tem estilo limpo, o Impreza STI investe mais pesado no visual, com pára-choques e pára-lamas alargados
O STI entra no ringue com duas vantagens significativas: menos peso e mais potência que o rival. O visual é bombado. O Impreza hatch não é mais um camarão franzino: pára-lamas e pára-choque alargados e as quatro saídas de escape lhe dão um físico vigoroso. Por baixo dessa impressionante musculatura está um motor 2.5 boxer turbo de 310 cv e o sistema de tração integral vindo do Subaru Legacy. Em nome da segurança, o Evolution 2008 ficou maior e mais pesado que o antecessor e 8 cm mais longo que o STI. A força vem de um motor 2.0 turbo todo novo, feito de alumínio e com 295 cv. Embora com 15 cv a menos e 86 kg a mais que o STI, aqui não vai ter moleza. O que o Lancer perde em potência e capacidade cúbica, ele ganha na eletrônica. Seu ponto alto é um sistema chamado Super-All Wheel Control, uma complexa estrutura de melhorias dinâmicas, sendo a mais notável o Active Yaw Control (AYC). Lutadores, vocês estão prontos? Então que soe o gongo!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Mantenha a visão livre



Nada de sujeira pela frente: problemas no pára-brisa podem ser fáceis de resolver; basta saber como e quando agir
O pára-brisa deve ser um protetor invisível: quanto menos você nota que está lá, melhor ele está fazendo o seu trabalho. Além do conforto que oferece para os ocupantes do carro, é um item de segurança que protege motorista e passageiro em caso de acidente e permite que as bolsas infláveis funcionem corretamente.
Levantamento feito pela Saint Gobain Sekurit, uma das maiores fabricantes de vidros automotivos do país, revela que 3% dos carros brasileiros têm pára-brisa trincado ou outro problema. São mais de 600 mil veículos circulando com algum dano que prejudica a visibilidade. Os vilões são vários: colisões, pequenas pedras que se chocam contra o vidro em movimento, chuvas, variação térmica e até o ar-condicionado. Mas nem sempre é necessário comprometer a carteira: em muitos casos, a substituição é desnecessária e o reparo pode ser feito a custo baixo.


O pára-brisa exigido por lei no Brasil é do tipo laminado, composto por duas placas de vidro unidas por uma folha de plástico chamado PVB (Poli-Vinil Butiral). A composição evita que os passageiros sem cinto de segurança sejam lançados para fora do carro em caso de acidente grave. Quando os trincos são superficiais e na camada externa, é possível fazer um reparo. Caso uma pedrinha lançada pela roda de outro veículo o surpreenda e deixe uma “assinatura” no seu pára-brisa, pare o carro e fixe um adesivo de proteção para evitar a entrada de sujeira. Ele é distribuído pelas empresas de seguros, pedágios ou lojas de autopeças. Ao continuar rodando, tome cuidado especial ao passar em sarjetas e buracos para não aumentar o trincado. Limpar o vidro pode piorar as coisas, diz Milton Boscoli, diretor da Carglass: “Se a limpeza não for feita de maneira adequada, poderá levar sujeira para o interior da trinca, pondo em risco a qualidade estética do reparo”. É importante procurar uma empresa especializada o mais rápido possível.
Carros com película escura também podem ser reparados, mas com atenção especial. “Os cuidados devem ser redobrados, já que durante o processo de reparo é necessário elevar a temperatura e o calor pode queimar o filme”, afirma Marco Aurélio Rettore, gerente de Marketing da Autoglass.

A tecnologia e o material utilizados no conserto variam de acordo com a empresa, mas o processo consiste basicamente na injeção de uma resina especial com um equipamento que retira o ar do local do dano. O processo permite que a visibilidade e a durabilidade do vidro não sejam comprometidas. Na Carglass (0800 771 1033), o reparo fica em torno de R$ 60. A Autoglass (0800 723 3000) não informa um preço médio, que pode variar de acordo com a localização e o tipo de avaria.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Chrysler aposta no 200C



200C faz parte de uma nova escola de design da Chrysler



Montadora quer driblar a crise e mostra conceito de sedã com motor elétrico
A ordem nos Estados Unidos é reduzir. E isso inclui principalmente as três grandes montadores locais: Chevrolet, Ford e Chrysler, que estão em momentos difíceis. Por isso, a terceira quer se redimir e voltar ao ritmo normal. Para tanto, ela mostra o conceito 200C no Salão de Detroit. Trata-se de um sedã de porte médio com visual totalmente diferente dos atuais modelos da Chrysler, mais compacto e objetivo. O design lembra um pouco o do Opel Insignia, apresentado pela General Motors no último ano. Os faróis são grandes e trazem iluminação com xenônio. A grade segue o padrão da Chrysler e tem acabamento cromado, assim como parte do parachoque. A lateral é lisa e possui poucos vincos. Na traseira, a forma diferente das lanternas acompanha o design arrojado da tampa do porta-malas, que traz um vinco chamativo. E há mais detalhes cromados nos parachoques.


Modelo conta com tecnologia híbrida e tem autonomia de 650 km

Por dentro, a tecnologia “verde” fica evidenciada nos bancos. O design lembra algumas plantas, principalmente pelos orifícios, que são feitos em forma de pétalas. O revestimento é branco e no volante ainda há mais acabamento cromado. Entre a farta tecnologia aplicada, destaque para os sistemas de conectividade encontrados no sedã. Sob o capô há tecnologia híbrida. Ele conta com um propulsor elétrico movido a baterias e um outro a combustão para recarregá-las. São 268 cv de potência e uma autonomia de 650 km, segundo a Chrysler. Além disso, o desempenho também surpreende por se tratar de um veículo elétrico. De acordo com a montadora, ele chega aos 100 km/h em menos de 7 segundos e tem velocidade máxima de 195 km/h.




Interior é bem diferente e se destaca pelas tecnologias de conectividade

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Toyota A-BAT, a picape conceito para Detroit

A japonesa Toyota vai mostrar nos Estados Unidos uma picape com “cara” e tamanho de automóvel
A Toyota mostrará no Salão Internacional de Detroit uma picape conceito chamada A-BAT. O grande diferencial do modelo é que, ao contrário da tendência mundial, onde os veículos são cada vez maiores, a Toyota buscou total versatilidade em um veículo utilitário de tamanho médio. Uma forma de fugir da tendência natural norte-americana, onde os modelos são grandalhões e bebem horrores. Com entre eixos de 2,85 m e 4,60 m de comprimento, o carro-conceito tem dimensões semelhantes às de uma picape média, como Ford Ranger ou Chevrolet S10 cabine simples.De acordo com Kevin Hunter, presidente do estúdio de design da Toyota, “esse é um modelo ‘verdadeiramente urbano’ pois preza pela mobilidade e robustez”. Outra vantagem de estar desenvolvida em um “espaço reduzido” é a eficiência do funcionamento do sistema híbrido, com motor elétrico e outro a combustão de quatro cilindros e baixas emissões de poluente.A idéia do A-BAT é essa: produzir um utilitário urbano com a praticidade de um automóvel. A versatilidade fica mais evidente quando os bancos traseiro, retráteis, se transformam em uma extensão da caçamba. Essa mesma “engenhoca” existe em um modelo da Chevrolet, a picape grande Avalanche. A GM chegou a cogitar a vinda do utilitário para o Brasil , mas o projeto (ainda) não se concretizou.Para manusear a carga, assim como entrar no veículo, a Toyota utilizou portas “suicidas”. A parte traseira ficou visualmente parecida com a cabine estendida da Fiat Strada. Porém o grande diferencial é poder usar o espaço como um avanço da caçamba ou como um confortável banco para passageiros. Neste caso não existe nada de banco da sogra.Para se tornar um “urbanóide” de marca maior a Toyota aplicou rodas de aro 19”, GPS, sensor de estacionamento, tomadas de corrente contínua, console que se transforma em mesa, bateria sobressalente, tomadas de 12V, laptop, internet por rádio e hard disk para ouvir música.Como o tempo no trânsito pode ser longo, o teto-solar capta energia para recarregar o sistema de navegação e luzes do painel. Outra opção de economia. Segundo Alan Schneider, chefe da equipe de design, "na hora de projetar este conceito embutimos a silhueta trapezoidal do Toyota Prius, com uma caçamba acoplada. Um novo conceito de picape".

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Teste de colisão revela carros perigosos

Crash test feito pela PRO TESTE constata que o Brasil exporta modelos seguros e vende mais no País a versão sem itens básicos de segurança.
A PRO TESTE fez um crash test (teste de colisão) com o modelo do Fox mais vendido no Brasil, e na comparação com o modelo europeu os resultados mostraram que, enquanto os passageiros do carro vendido na Europa não sofreriam grandes danos, o motorista brasileiro sofreria lesões tão graves que poderia morrer devido à falta de proteção aos adultos do banco da frente. Os modelos fabricados em São José dos Pinhais (PR) para o mercado interno não incorporam, como de série, os itens de segurança que adotam na Europa.
O motorista do Fox brasileiro testado sofreria ferimentos graves na cabeça, na nuca e no tórax depois do choque, o que muito provavelmente o levaria à morte. Já o do carro vendido na Europa teria danos mínimos na cabeça. A diferença se explica pela presença do airbag, que evita que o motorista bata a cabeça no volante, e de um cinto de segurança mais moderno na versão européia. No modelo europeu, o passageiro que viaja ao lado do motorista sofreria impacto apenas nas coxas. Já o brasileiro, ao menos, não teria risco de morte, mas machucaria seu joelho direito e sua cabeça.
O teste de colisão foi realizado com a metodologia da EuroNCAP (European New Car Assessment Program ­– Programa Europeu de Avaliação de Carros Novos). O veículo foi comprado anonimamente, em uma concessionária, como faria qualquer outro consumidor interessado em adquirir um Fox, e enviado para o mesmo laboratório na Alemanha que avaliou esse modelo brasileiro de carro, em 2005. O Fox foi o escolhido para o teste porque ele é fabricado no Brasil para o mundo todo. Já o Fox europeu foi testado pela própria EuroNCAP.
A PRO TESTE avalia que apesar do péssimo resultado, se fosse comparado com outros modelos nacionais semelhantes, o Fox brasileiro provavelmente seria considerado até mais seguro que os demais. A análise da carroceria do Fox mostra que ele foi projetado para ser um veículo seguro, mas de nada adianta a estrutura se os equipamentos essenciais de segurança não estão presentes.
O objetivo da PRO TESTE, com esse crash test,é pressionar todas as montadoras para que vendam, no Brasil, carros com igual configuração mínima de segurança que na Europa. Até porque a falta de segurança apresentada pelo Fox pode ser verificada na grande maioria dos automóveis mais vendidos do país.
A versão básica do Fox brasileiro é desprovida de uma série de itens de segurança, vendidos como opcionais. Na Europa, as concessionárias não vendem um carro sem esses itens. Portanto, os carros testados eram bem diferentes. Mas, apesar de uma eventual comparação ser injustificável do ponto de vista técnico, ela é válida porque essas são as versões mais vendidas nos dois mercados, e as mais acessíveis ao consumidor em cada país.
Não há qualquer lei, na Europa ou no Brasil, que obrigue todos os carros a ter itens básicos de segurança de série. Porém, na Europa, é impossível comprar um Fox sem dois airbags e um cinto de segurança moderno, com pré-tensionador, limitadores de esforço e aviso sonoro caso o motorista não o coloque.Veja as imagens do Crash Test do Fox.
Contatos: Vera Lúcia Ramos - Assessora de ImprensaTel (21) 9419-8852 / (11) 5573-3595 ramal 202 (11) 9102-3292PRO TESTE - Associação Brasileira de Defesa do ConsumidorRio de Janeiro - Av. Sernambetiba, 6420 CEP: 22630-013 FONE (21) 3906-3800. São Paulo - Rua Dr Bacelar 173,cj 52, Vila Clementino -SP.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Em busca da fluidez no trânsito


Harmonia com planejamento, apoio logístico e, sobretudo, vontade política
Os congestionamentos, mesmo em cidades médias, têm levado às críticas de praxe sobre o “excessivo” número de carros nas ruas. Na realidade, apesar dos impostos muito pesados sobre os veículos, os investimentos em infra-estrutura foram deixados de lado em razão do longo período inflacionário. Assim, nem os transportes públicos, nem as vias passaram por processos de ampliação e modernização. Na realidade até o tamanho da frota é desconhecido. Sabe-se o número de veículos emplacados diariamente, mas não os que deixam de circular ao fim de sua vida. Atestados de óbito para carros são raros. Muitos citam o atual número, quase cabalístico, de 6,5 milhões de veículos só na cidade de São Paulo. A frota real, porém, situa-se numa faixa de 20% a 25% abaixo do informado pelo Denatran. Basta verificar o Estudo da Frota Circulante Brasileira, do Sindipeças, baseado em taxas de sucateamento, roubos, furtos e acidentes com perda total. O trânsito poderia melhorar se a tecnologia fosse usada em harmonia com planejamento, apoio logístico e, sobretudo, vontade política. Uma alternativa das mais úteis é a vigilância eletrônica, hoje voltada quase totalmente para arrecadação com multas. Exemplo positivo: câmera Solo Terra, da empresa americana Autoscope, para monitorar veículos em movimento. Há representante no Brasil, a paranaense Perkons. O sistema baseia-se em visão computacional, incluindo câmera colorida e processador de vídeo em tempo real. Trata-se de uma unidade compacta, de fácil instalação em estruturas fixas, sem necessidade de embutir sensores no asfalto. As lentes possuem zoom de longo alcance, capazes de ampliar a área varrida, mesmo em condições climáticas adversas. Possibilita fazer gerenciamento das informações em tempo real por meio de GPRS (celular) ou links via rádio com custos compatíveis. Os órgãos de trânsito passariam a ter controle das situações anômalas e poderiam tomar decisões mais rápidas para solução dos problemas, antes da formação de longos congestionamentos. Entre as possibilidades estão detecção de presença, contagem e sentido de circulação de veículos, além de ocupação da pista, medição do tempo médio entre veículos e sua classificação por tamanho em até cinco categorias. Há outras configurações para gestão do trânsito, prevenção de acidentes e suas conseqüências na fluidez: tamanho da fila em cada faixa (no campo de visão da câmera), quantidade de veículos que se aproximam em grupos (define o perfil da via ou cruzamento), sentido das conversões (quando houver opção), identificação de pedestres, bicicletas e veículos parados na pista ou no acostamento, além de detecção de fumaça em princípios de incêndios. Uma câmera desse tipo é ideal para vias expressas e cruzamentos, mas também de grande utilidade em pontes, túneis e passagens em nível. O consumo de energia baixo permite utilizar painéis de energia solar. Em dias de chuva forte transforma-se em complemento eficiente aos agentes de trânsito, que vêem seu trabalho bastante prejudicado e, muitas vezes, ficam impedidos de atuar em função dos alagamentos. Quantas câmeras dessas estão instaladas no Brasil? Nenhuma. A fluidez do trânsito não agradece.
RODA VIVA
CHEGA já em março o Ford Fusion 2010 com frente reestilizada, novas lanternas traseiras e bancos dianteiros mais confortáveis. Foi apresentado, em novembro, no Salão de Los Angeles. Motor de 2,5 litros agora entrega 174 cv. Também será oferecida a versão V6 de 263 cv. Vem do México, isento do imposto de importação e continuará com preço competitivo.
GASOLINA deverá diminuir de preço esse ano, segundo avaliação do Banco Central. O petróleo, de fato, caiu 70%, mas o real se desvalorizou cerca de 50% em relação ao dólar. Se fosse uma conta direta, a gasolina custaria 60% menos. Não espere milagres. A Petrobrás aumentou quase nada antes e agora também será frugal no desconto. Essa contabilidade sustenta os investimentos.
NISSAN X-Trail é um utilitário esporte de qualidades apreciáveis. Dirigibilidade, postura ao volante, visibilidade, comandos de tração, posicionamento das saídas de ar e espaço interno são pontos fortes. Perdeu em agilidade com motor 2 litros/138 cv para seu preço diminuir. Ainda assim, vindo do Japão, paga imposto integral, tornando difícil concorrer com Captiva e Tucson.
NAVEGADOR Blaupunkt Travel Pilot é dos melhores já avaliados pela coluna. Programa Nav N Go e mapas Tele Atlas formam combinação imbatível. Digitação do endereço simplificada, bateria de fácil substituição (três horas de autonomia), ótima definição da tela, menus amigáveis e desenho limpo destacam-se. Falha: falta navegação direta à residência. Preço: R$ 949,00.
ESTILO do Jeep clássico inspira produtos 68 anos depois de criado (1940). Como o Mahindra Thar, exibido em dezembro, no Salão de Bologna. No caso, trata-se de uma reedição atualizada, pois foi o primeiro modelo fabricado pela marca indiana, em 1945, sob licença Willys.