quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vendas de SUVs superam as de sedãs médios no Brasil


Os chamados sedãs médios sempre foram objetos de desejo entre os consumidores brasileiros que podiam pagar por um carro com mais tecnologia, itens de série e acabamento sofisticado. Por esse motivo, as fabricantes de veículos sempre investiram na qualidade desses produtos, como uma verdadeira vitrine. Porém, neste ano, modelos como Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Vectra perderam espaço para concorrentes bem mais robustos: os utilitários esportivos.

De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), de janeiro a novembro deste ano foram emplacadas 157.366 unidades de sedãs médios. Volume abaixo das 182.975 unidades vendidas de utilitários esportivos ou SUVs. É a primeira vez que modelos como Ford EcoSport, Hyundai Tucson e Mitsubishi Pajero ganham essa “briga”. O volume chega a superar o total de sedãs médios comercializados em todo o ano passado (veja o gráfico).

superar o total de sedãs médios comercializados em todo o ano passado (veja o gráfico).
Sedãs X SUVs

O que ajudou a mudar o gosto do consumidor e dar um empurrãozinho nas vendas de SUVs foi a combinação de aumento de renda, disponibilidade de crédito e juros mais baixos. Características de um país com economia estável, que aumenta a confiança do consumidor.

“Os segmentos competem hoje. Se você for ver, o que mais vai crescer no Brasil nos próximos anos será o de SUVs, mas o segmento de sedãs sempre reinou”, afirma o gerente executivo de planejamento de marketing da Volkswagen do Brasil, Fabrício Biondo.

Apesar da tendência, o diferente gosto entre homens e mulheres é o que vai equilibrar esta disputa. “Os dois segmentos hoje, com o crescimento da renda, se combinam. Você tem consumidores que procuram SUVs por conta da versatilidade, da posição alta de dirigir, por isso ela agrada muito as mulheres. E os sedãs agradam mais os homens”, descreve Biondo.

Desejo e personalidade

Os investimentos nos utilitários esportivos estão cada vez maiores. A líder do segmento EcoSport, por exemplo, vai ganhar uma nova geração em 2012, de acordo com a Ford. Para não perder espaço nesse mercado promissor, a Citroën já lançou sua proposta de SUV, o Aircross.

“Há uma tendência sobre esse tipo de carro porque é um objeto de desejo, uma transposição da personalidade das pessoas e uma visão do que fazer fora do trabalho ou em um fim de semana”, destaca o diretor geral da Citroën do Brasil, Ivan Ségal.

É um objeto de desejo, uma transposição da personalidade das pessoas"
Ivan Ségal , diretor geral da Citroën do Brasil

Segundo ele, o Aircross tem como o objetivo atrair os clientes de todos os segmentos e de todas as marcas. “Temos muitas pessoas chegando de universos diferentes, seja de sedãs, hatchs, SUVs”, destaca Ségal, que acredita que o modelo já cumpre o papel para o qual foi desenvolvido. Lançado em setembro nas concessionárias, o Aircross já conta com 2.586 unidades vendidas até agora.

Outros lançamentos como Hyundai ix35 e a nova geração do Kia Sportage aqueceram o mercado no final deste ano. A briga promete esquentar ainda mais no ano que vem, com a chegada do Renault Duster e do utilitário esportivo da família Agile, da General Motors. Seja qual for o resultado dessa disputa, quem ganha são as fabricantes, afinal, esses produtos garantem margem de lucro muito maior do que qualquer modelo popular líder de vendas.

SUVs X sedãs médios: confira os cinco modelos mais vendidos até novembro

Utilitários esportivos

Sedãs médios

Ford Ecosport: 38.457 unidades Toyota Corolla: 49.071 unidades
Hyundai Tucson: 26.087 unidades Honda Civic: 27.822 unidades
Mitsubishi Pajero: 18.391 unidades Chevrolet Vectra: 18.252 unidades
Honda CRV: 16.252 unidades Kia Cerato: 12.608 unidades
Chevrolet Captiva: 12.003 unidades Citroën C4 Pallas: 10.799 unidades