segunda-feira, 23 de março de 2009

Não compre no escuro - Pão de forma queimado "Kombi"

Está à procura de uma Kombi para trabalhar ou transportar a galera? Conheça os defeitos mais recorrentes no modelo da Volkswagen, que se incendeia facilmente

Estevam Paiva/Divulgação
Incêndio: Kombi ardendo em chamas não é cena rara de se presenciar no trânsito
O modelo focalizado nessa semana pela série “"Não compre no escuro"” é a Kombi, o primeiro multiuso brasileiro. O objetivo da série é auxiliar na compra de um usado, além de ajudar a quem já tem o modelo a montar um plano de manutenção. Para isso, especialistas em diversas áreas (mecânica, elétrica, lanternagem, pintura, acabamento e emissão de ruído) informam os problemas mais frequentes do modelo e o custo médio para repará-los. Os defeitos listados nessa edição não se aplicam ao motor 1.4 flex devido a seu pouco tempo de lançamento, mas confira os recalls pelos quais passou o modelo. O principal dilema do modelo com motor a ar é a facilidade com que pega fogo. Pela insegurança, ganhou o apelido de “Jesus está chamando”. O que provoca o incêndio é o vazamento de combustível sobre o tampa do distribuidor. Fique atento ao estado da mangueira e não hesite em trocá-la, se necessário.

A Kombi começou a ser fabricada no Brasil em 1957, equipada com motor 1.2 de 30cv. Até então, o modelo era apenas montado em território nacional. O índice de nacionalização da Kombi começou com 50% e foi paulatinamente alcançando a totalidade. Aos poucos, também iam surgindo diversas versões de acabamento (standard, luxo, especial e turismo), utilidades (furgão para transportar carga, furgão para transportar pessoas, picape simples ou cabine dupla) e diferentes números de portas e janelas. Em 1967, o sistema elétrico passa a ser de 12 volts e o motor ganha mais potência: 1.500cm³, de 44cv.

Em 1975, além de algumas mudanças estilísticas que a aproximavam do modelo alemão (que não incluía as portas corrediças), o motor ganha mais força, tendo agora um propulsor 1.6, de 52cv. Com o motor 1.6 do Passat, em 1981, chega ao mercado a Kombi a diesel, que se diferenciava das outras pelo radiador que ostentava à frente. Já em 1982, o modelo também podia ser abastecido com álcool. Com apenas cinco anos de lançamento, em 1986, a versão diesel saía de linha. Em 1997, a Kombi teve seu teto elevado em 11cm e ganhou a tão esperada porta corrediça. O motor tinha injeção eletrônica multiponto. Em 2006, a Volkswagen aposentou o motor refrigerado a ar e adotou o 1.4 flex refrigerado a água
Volkswagen/Divulgação
Em 1997, o modelo ganhou portas corrediças, que já a equipava na Europa desde 1967


Problemas e orçamento

Fique de olho. A relação custo/benefício atrai, mas tome muito cuidado com o veículo, que pega fogo facilmente. Além disso, motorista e passageiros da frente podem se ferir gravemente em acidente frontal pela proximidade deles junto à lataria. O para-choque da Kombi é o motorista e, se estiver lá, passageiro da frente. Confira outros defeitos da modelo, que também tem o apelido de pão de forma pelo desenho da carroceria.

MECÂNICOS

Suspensão dianteira apresenta folga nas mangas de eixo e no pino central. Troca das mangas de eixo e embuchamento do pino central: R$ 700

Folga no setor de direção
Troca: R$ 720

Folga nos coxins
Troca: R$ 290

Quebra do suporte da alavanca de marcha
Reparo: R$ 130

Quebra do cabo de embreagem
Troca: R$ 60

Quebra do cabo do acelerador
Troca: R$ 55

Folga no virabrequim
Calço (paliativo): R$ 200
Retífica: a partir de R$ 600

Quebra do diferencial
Troca: R$ 690

Vazamento de óleo no motor pela tampa de válvulas e retentor do volante, pelo cárter e capa de tucho
Reparo: de R$ 54 a R$ 420

Caixa de marcha quebra a coroa e o pinhão
Troca: R$ 870

Motor a diesel
Os modelos a diesel apresentam superaquecimento

Motor1.4 flex
Borra no motor
Limpeza: a partir de R$ 350

Quebra da embreagem
Troca do kit embreagem: R$ 450

ELÉTRICOS

Queima da bobina de ignição causado por defeito na central eletrônica
Troca da central: R$ 970
Troca da bobina: R$ 120

Aterramento ineficiente (pode causar queima da central eletrônica)
Reparo: R$ 100
Troca da central: R$970

LATARIA/CARROCERIA

Com o passar dos anos as soldas da carroceria se soltam, causando barulho devido ao atrito entre as chapas de aço
Refixação dos pontos de solda: de R$ 100 a R$ 500

RUÍDOS

Folgas na direção e na suspensão
Má regulagem das portas
Para-choques, faróis e retrovisores bambos
Péssimo isolamento de vidros, componentes internos das portas, vergalhões de sustentação e lâmina do teto
Afrouxamento dos bancos

A mão-de-obra de um tira-grilos, que elimina os ruídos do carro, custa a partir de R$ 200

RECALLS

Para consultar se sua Kombi está em dia com os recalls consulte a Central de Relacionamento com Clientes da Volkswagen pelo telefone
0800 019 5775

Kombi 1.4 ( refrigerado a água) e 1.6 2006: Verificação da galeria de combustível e troca da peça
Ano do recall: 2006

Kombi 1.4 (refrigerado a água) e 1.6 2006: Substituição do amortecedor da direção
Ano do recall: 2006

Kombi 1.4 (refrigerado a água) 2006: Instalação de nova versão do software dos motores
Ano do recall: 2006

Kombi 2004 e 2005: Substituição do mecanismo reclinável do encosto do banco dianteiro
Ano do recall: 2005

Kombi 2002: Troca de componentes do sistema de freio
Ano do recall: 2002

Colaboraram para a reportagem:
AutoWay (31-3442-7342); Alinha Rodas (31-3295-3913); o “tira-grilos” Luiz Fernando Machado (31-3226-2677); Autowatt (31-2526-4516); Magnus Alinhamento (31-3463-9720); THC Centro Automotivo (31 - 3422-2505).

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