domingo, 22 de março de 2009

Saiba como cuidar da suspensão do carro

Cuidar da manutenção é uma questão de segurança.
Conheça os tipos de suspensão dos automóveis.

Ricardo Lopes da Fonseca Especial para o G1

Executivos observam a suspensão de um carro da Nissan

O assunto suspensão pode ser interpretado por alguns motoristas como mais um item mecânico que compõe o carro. Não deixa de ser, mas é importante ficar atento, pois manter a suspensão do automóvel com as devidas manutenções não representa apenas o bom funcionamento do carro, trata-se de uma questão que envolve a segurança dos ocupantes.

A finalidade principal do sistema de suspensão é proporcionar estabilidade e em conseqüência assegurar a dirigibilidade do veículo, uma vez que esse mecanismo é responsável por absorver as irregularidades no solo. Como uma segunda conseqüência vem o conforto dos passageiros, que não deixa de ser importante, não é mesmo?

Conforme o modelo do automóvel existe uma suspensão especifica. Ao todo são três tipos diferentes. O primeiro modelo é conhecido como independente, em que cada roda recebe as irregularidades do piso sem transferir à outra do mesmo eixo. Depois vem o modelo semi-independente, no qual parte dos movimentos é repassada a outra roda e o terceiro tipo que é totalmente dependente, ou seja, em que os movimentos de uma roda são percebidos na outra. Esse último é conhecido por eixo rígido.

Para a aplicação em um determinado carro, vai depender do seu segmento. Normalmente os carros com tração dianteira possuem a suspensão independente na frente e semi-independente na traseira. Mas isso não é uma regra. Uma picape com tração traseira, por exemplo, costuma ter o eixo do tipo rígido.

Na prática um pode ser mais eficaz que o outro, pode oferecer mais desempenho ao carro, tanto em velocidade quanto em dirigibilidade, mas o que importa, independente do modelo de carro que possui é saber o que deve ser checado e qual o prazo para se fazer isso.

Na suspensão temos dois itens principais, que são as molas e os amortecedores. Ambos devem ser inspecionados aos 20 mil quilômetros e possivelmente, conforme a recomendação do fabricante, ser trocado com 40 mil quilômetros. Em alguns casos é possível rodar até os 50 mil quilômetros sem que os amortecedores apresentem algum problema, ou seja, podem atingir essa quilometragem em perfeito funcionamento. Porém, com as estradas ruins, trechos esburacados e acidentados pelo nosso País afora, é preciso ficar atento.

O problema em um amortecedor pode ser detectado antes que comece a interferir na estabilidade do veículo. Uma forma de conferir isso é sempre que for fazer o alinhamento ou o balanceamento pedir ao mecânico que dê uma rápida observada se não existe vazamentos ou então se as hastes e borrachas estão limpas. Se notar algum sinal inadequado, pode ser que o amortecedor esteja comprometido.

Algumas lojas possuem equipamentos que fazem uma avaliação mais precisa do amortecedor. É uma boa maneira de saber se o seu já está gasto e precisa da substituição. Uma forma caseira, mas que também surte efeitos é o tal empurrãozinho. Para isso basta empurrar uma das pontas do automóvel para baixo com bastante força. Se a carroceria balançar mais de duas vezes antes de estabilizar na posição normal, é porque os amortecedores estão com sua funcionalidade comprometida.

A condição mais apropriada é fazer a substituição dos quatro amortecedores, principalmente se já estiver com mais de 40 mil quilômetros. Se for o caso de uma peça apenas apresentar defeito abaixo dessa quilometragem, aí é possível trocar apenas o par, ou seja, os amortecedores do mesmo eixo.

As molas são vistas como meras coadjuvantes. É comum o motorista trocar os amortecedores e não substituir as molas. O procedimento ideal é trocar as molas juntamente com os amortecedores. Não se pode esquecer que as molas trabalham em conjunto com os amortecedores e desse modo se um deles estiver com desgaste acentuado o funcionamento do outro equipamento ficará comprometido. Será uma economia incoerente.

Uma dica importante é tomar cuidado com o peso adicional. Assim, quando for colocar bagagem ou carga saiba que esse peso vai alterar o comportamento dinâmico do carro. É bom ficar atento, pois o carro poderá ter reações diferentes das quais o condutor está acostumado.

Colocar a bagagem ou carga de forma aleatória pode comprometer a estabilidade e ainda mais a forma como o veículo vai reagir aos comandos do motorista. Em uma freada brusca, por exemplo, o automóvel pode se desgovernar em decorrência da movimentação da carga. Então, quando for carregar o compartimento de bagagem, o correto é colocar os objetos mais pesados o mais próximo possível do centro do carro. Não pode se esquecer de fixá-lo bem. Para não prejudicar o equilíbrio do veículo não acumule peso em apenas um dos lados do bagageiro. Feito isso é só curtir o passeio.


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