quarta-feira, 18 de março de 2009

Vale a pena comprar um carro usado que foi retomado pela financeira por inadimplência?

Reprodução / Internet
Vi na semana passada no jornal Folha de S. Paulo que as empresas financeiras estão com um estoque de 100 mil carros nos pátios. São modelos que foram retomados de seus clientes por falta de pagamento, devido à alta taxa de inadimplência. Logo começou a circular um rumor de que a desova desses modelos no mercado poderia derrubar ainda mais os preços dos usados.
Acho que uma coisa não tem nada a ver com outra, por vários motivos. A frota circulante no Brasil é atualmente de 32 milhões de veículos e esse volume representaria apenas 0,3% do total. Além do mais, essas empresas levariam vários meses para repassar esses carros ao mercado.
Tem que se levar em conta também que é um lote de carros de qualidade duvidosa e que vai ser vendido por meio de leilão. Muitos desses veículos ficaram meses parados no pátio, expostos a riscos (danos e pequenos furtos) e sofrendo a ação corrosiva do tempo. Além disso, são manuseados de forma totalmente inadequada. Sem falar nos problemas e na burocracia com a regularização da documentação.
Fiquei surpreso quando vi na foto do jornal um VW Gol sendo carregado no ar pelos braços de uma empilhadeira industrial, encaixados por baixo da carroceria. Só esse fato mostra como os veículos são maltratados enquanto aguardam um eventual comprador. Isso sem contar que muitos deles, antes de serem retomados, tiveram componentes retirados pelos antigos donos.
Já ouvi relatos de que, sabendo que o carro vai ser resgatado pela financeira, a pessoa que financiou o veículo retira dele pneus, bateria, entre outros itens, e troca-os por peças em piores condições.
E ainda tem o fato de ser um carro vendido em leilão. Sempre é bom lembrar que a compra de veículo por essa modalidade é feita totalmente no escuro. O interessado não pode entrar no automóvel e muito menos rodar com ele antes do pregão. Ele só recebe os dados do modelo impressos num papel e tem de acreditar neles. Tá certo que o carro sai por 30% menos que o preço de mercado, mas na maioria das vezes acaba não compensando. Como tantos problemas ocultos, o comprador pode sair no prejuízo.

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