quipamento, que era opcional em quase todos os modelos de entrada no Brasil, passa a ser obrigatório e é de série desde janeiro. Especialistas consideram decisão acertada
Marlos Ney Vidal/EM/D. A Press |
Restrito aos segmentos mais caros, terceira luz de freio é exigida em todos os carros |
A polêmica Resolução 227 (alterada em parte pela 294), do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabeleceu regras para uso dos faróis de xenônio, foi também responsável por tornar obrigatória, em todos os veículos de passeio, a terceira luz de freio, mais conhecida como brake-light, norma que passou despercebida pela maioria dos consumidores. O equipamento já era de série nos automóveis tidos como mais completos e nos segmentos superiores aos compactos. Mas nas versões de entrada destes o item só era oferecido sem custo adicional, até então, no Peugeot 206. Obrigatória para todos os veículos produzidos a partir de 1º de janeiro, a terceira luz de freio ainda não é familiar para muitos motoristas. Mas especialistas consideram importante sua adoção, principalmente para garantir maior segurança à noite e em rodovias.
"O uso da terceira luz de freio pode até ter começado como moda, mas, com certeza, tem a sua função de segurança", afirma o professor de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI), Edson Esteves. Ele lembra que o posicionamento da lâmpada, geralmente na parte central superior traseira do veículo, facilita a visualização da freada pelo motorista que vem atrás, principalmente em situações em que as lanternas de freio, localizadas mais abaixo, podem ser ofuscadas por fatores que afetam a visibilidade. "Ao amanhecer, muitas vezes há uma camada de meio metro ou até 1 metro de neblina, bem junto ao solo. A terceira luz de freio, localizada em parte mais alta do carro, fica mais visível do que as demais", completa.
Reação
"Nos países desenvolvidos, a terceira luz de freio já era adotada em 100% dos veículos. O seu posicionamento facilita a visualização mesmo em distâncias maiores. Há estudos, inclusive, constatando que a velocidade de reação do motorista aumenta em alguns milésimos de segundos ao visualizá-la. E a reação sendo mais rápida, ele começa a reduzir a velocidade mais cedo", enfatiza o diretor da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Fernando Herrera.
Segundo ele, a adoção do equipamento de série em todos os veículos produzidos a partir deste ano é totalmente recomendável. Ele lembra, porém, a existência de controversa discussão em torno da exigência do equipamento também nos veículos que já estão no mercado. A instalação, de acordo com o engenheiro, é simples: basta ligar a terceira luz a um circuito de luzes já existentes para as duas lanternas de freio. O problema estaria no custo adicional a ser exigido dos motoristas.
Adaptação
É tão simples que a maioria dos fabricantes de veículos que teve de passar a oferecer a terceira luz de freio como item de série, em todos os modelos, afirma que não houve necessidade de mudanças técnicas nem aumento de preço em detrimento do acessório. A Ford, que passou a incluir o equipamento nos modelos Ka e Fiesta (os demais já tinham), afirmou que foi feito apenas um realinhamento de catálogo. Não houve alterações técnicas, uma vez que o projeto já permitia o item como opcional. No caso da Fiat, a inclusão foi para o Uno Economy e Way, o Palio Fire e o Siena Fire, e só houve alteração na parte elétrica. Renault Clio Campus, Logan e Sandero também não tinham o equipamento de série. No Clio, como já exisita a preparação, não houve alteração; para o Logan e o Sandero foram feitas modificações básicas, com inclusão de cabeamento e adequação do sistema.
A Volkswagen teve de incluir o item no Gol, Novo Gol, Voyage e Fox 1.0, mas não houve alterações significativas, pois o equipamento já podia ser adquirido como opcional. Da Chevrolet, os modelos Celta, Prisma, Corsa hatch (no Sedan já era de série) e Classic não tinham o equipamento. No caso do Corsa e do Prisma, a fábrica informou que o acessório era montado nas versões mais equipadas. Desde janeiro, passou a ser incluído em toda a linha e sem aumento de preços.
Enquete
Em pesquisa com motoristas pelas ruas de Belo Horizonte, a maioria afirma que não teria pedido o item como opcional no momento da compra do carro, embora reconheça sua importância. Quase a totalidade não tem conhecimento da obrigatoriedade, a partir deste ano, mas concorda com a lei, uma vez que atinge somente os veículos novos. Caso o equipamento venha a ser obrigatório também para a frota já existente, a maioria é contra. Confira algumas opiniões.
OPINIÃO
"Acho que não tem muita utilidade, pois o carro já tem as duas lanternas atrás", Wilson José dos Reis - taxista.
"É importante, dá mais segurança", Bruno Antony - motorista profissional.
"No meu carro veio e achei interessante, pois é um reforço a mais; mas eu não teria pedido como opcional", Marcos Maia - representante comercial.
"Acho interessante. Quanto mais aparecer para a gente ver que o carro da frente está freando, melhor", Iza Lúcia Soares Pereira - dona-de-casa.
"É importante, principalmente nos veículos pequenos. Dá mais destaque, chama a atenção. Pode até evitar acidente", Afonso Falcão - motorista de caminhão
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