segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Xing Ling. Os chineses uruguaios chegaram

Chineses chegam com pompa, circunstancia e vontade
Os chineses chegam com pompa, circunstancia, e vontade. Em lugar de importações episódicas através de representante, atracam pela Chery Motors, maior de suas montadoras, para apresentar o Chery Tiggo dia 24, com vendas imediatas.

É utilitário esportivo lembrando versão anterior do Toyota RAV4, motor 2.0, potencia estimada em 130 cv, transmissão mecânica de cinco velocidades, tração dianteira, ar condicionado, direção com assistência hidráulica, bolsas de ar e ABS nos freios. Preço? Informado como R$ 49 mil.

Não será representante do MST na fazenda alheia, mas vizinho incômodo. No desejado segmento de mercado em expansão, mira no Ford EcoSport, com preço assemelhado, mas afetará concorrentes de cotação superior, o Mitsubishi Pajero TR4, mecanicamente muito melhor dotado, e um líder visto com cautelas, o Hyundai Tucson. O Tiggo surge com a diferença de custar substancialmente menos.

É chinês, com peças multinacionais lá produzidas, e outras brasileiras, argentinas e uruguaias, onde tem montagem finalizada. Entre peças e processos forma percentual de conteúdo Mercosul que permite ser importado com isenção alfandegária.

A operação é da Socma, montadora dos vizinhos orientais, é comandada pelo argentino Francisco Macri, multimilionário, ex-montador de Renaults, Peugeots e Chevrolets em seu país.

Não se espere acabamento de Range Rover ou Mitsubishi Pajero Full. E se o consumidor tem dúvidas quanto à segurança, deve levá-las ao Bispo, sem perder tempo em gabinetes oficiais. Por razões de comodismo nunca explicáveis ou justificadas, não há testes oficiais no Brasil para aferir segurança ou operacionalidade de automóveis, nacionais ou importados.

Ser revendedor de marcas exóticas, como a Chery, de países sem tradição, é uma “furada”? A marca conquistou a adesão de um dos empresários de maior vivencia, conhecimento, e lucros na atividade. Ricardo Costin, ex-diretor da Renault, da Fiat, e atual concessionário Peugeot e Volvo, assumiu a bandeira em Minas. Nome e fama de Costin são aval a outros interessados.

E as motos Kawasaki também

Apostando na expansão do mercado nacional, e atraída pelas facilidades do processo industrial e as vantagens tributárias da Zona Franca de Manaus, a Kawasaki destinou US$ 40M para instalar-se no Brasil. Adquiriu galpão e procede à instalação de maquinário inicial para a montagem e início de nacionalização.

Tomou pé em S Paulo, de onde dirige o negócio, quer fechar o ano com 25 distribuidores nomeados. Oferecerá leque de produtos: motos, capitaneadas pela mítica Ninja em sua versão ZX 10R.

Negócio inicialmente pequeno, com motos. Próximo ano, além das motos Jet Skies e um quadriciclo diesel, para trabalho, e missão pela frente: atender com peças, acessórios e serviços os clientes de suas motos trazidas por importadores independentes.

Victor Klizas, ex-Ford, GM e até a pouco responsável pela re-instalação da marca Subaru no Brasil, cuida da direção de vendas e marketing. Experiente, compara o mercado nacional com o europeu, para definir o tipo de produto a ser importado e posteriormente nacionalizado. Aqui a campanha de publicidade para apresentação dos produtos empregará o slogan: “Be Brasil. Be Green”, fazendo um trocadilho entre eficiência térmica dos motores, baixas emissões, e a cor identificativa da marca, o verde claro brilhante.

Um flex que podemos fazer: diesel + gasolina

Cientistas da Universidade de Madison, EUA, experimentaram mistura diferente, buscando reduzir emissões poluentes. Aplicando gasolina ao diesel dos caminhões, conseguiram o resultado e outro, adicional e surpreendente: aumento de eficiência térmica em 20%.

O caminho da tentativa é natural porque o diesel é ainda insubstituível no transporte pesado. E, se não se pode substituí-lo, como criar um aditivo para reduzir as emissões poluentes, em início de perseguição social ? Para viabilizar a idéia, a equipe do professor Rolf Reitz adotou dois tanques separados, misturando os combustíveis no bico injetor diesel, pulverizando na câmara de combustão a miscela necessária ao trabalho.

O percentual entre os combustíveis pode variar entre 50-50% para trabalho a meia carga, até 15-85 ( quinze por cento de gasolina e oitenta e cinco por cento de diesel ) para carga plena. A pulverização precisa permite a explosão das gotículas, e por isto acaba o problema da gasolina ter ignição precoce pela elevada compressão do motor diesel. A mistura é feita dentro da câmara de combustão.

A combinação otimiza a geração de energia, daí a redução das emissões, a melhor performance, menos combustível não queimado expelido pela descarga. Comparativamente, o motor com a mistura diesel+gasolina, conseguiu excepcional resultado em rendimento térmico: 53% mais que o diesel de melhor performance atualmente em trabalho, um gigantesco diesel 2 Tempos, turbinado, que propulsiona navios e consegue 50% de eficiência térmica.

Um cálculo para o mercado norte-americano projeta que, fosse utilizado em toda a frota, o consumo de diesel cairia em 33%.
Os cientistas acreditam no poder desta mistura. Projetando, se aplicada a motores a gasolina, dotados de sistema de injeção direta, pode ter resultados idênticos, mesmo com ignição através de velas.

Curioso observar, há décadas o Brasil mistura oficialmente diesel com gasolina. Nada de pesquisa e nenhum outro objetivo técnico-operacional, exceto o de se livrar do excesso da gasolina produzida por nossas refinarias, e substituir o diesel importado.



RODA-A-RODA


Mercado – Para adaptar-se ao mercado, o mexicano Nissan Sentra 2.0 agora é em versão flex. Outras novidades parecem para atender aos reclamos do jornalista José Luiz Vieira, decano na especialidade, proprietário de Sentra, e desagradado com a falta de retrovisores externos eletricamente rebatíveis e trava elétrica das portas por movimento. A flexibilização aumentou apenas 1 cv na potência, agora de 143 cavalos vapor. Preços oficiais entre R$ 55.300 e R$ 72.900 para a versão topo de linha, com transmissão por polias variáveis.

Mercado 2 – Reclama-se que as vendas do mês de julho caíram 1% relativamente às de junho de 2008. Brincalhão irresponsável quem o faz. Era absolutamente previsível a redução, depois do terrorismo tocado em junho com ameaças de fim do incentivo tributário do IPI menor. No mesmo cenário a demanda crescerá em agosto, com novo pico em setembro, quando as benesses iniciam reduzir-se.

Líder – A Fiat manteve a liderança, vendendo 68.678 unidades em julho, 25,1% de participação. No global, abriu vantagem, comercializando 410.930 unidades, 24,6%. Da marca, o Linea continua em ascensão, crescendo 12,4%.

Álcool – Um Línea 1.9 foi o veículo com a etiqueta flex 2.500.000, dando à Fiat o recorde de maior produtora de veículos flex no mundo.

Na tela – Novo sistema adotado pela Renault em suas concessionárias permite que o mecânico tire dúvidas on line com técnico da fábrica. Além de informações técnicas corretas e imediatas, o sistema permite sanar imediatamente as dúvidas sobre garantia de componentes, sem remessa à fábrica e retardos sem solução. É o Vídeo Assistance.

Mais – A montadora anuncia contratar 600 pessoas na área industrial para aumentar capacidade de produção das linhas Renault e Nissan. Visa construir 137 mil unidades neste ano, superando as 128 mil do ano passado.

Tecnologia – Nova bateria na praça: Moura Log HDP Eco. Nome complicado, específica para empilhadeiras. Traz inovação mundial, a capacidade de ser recarregada em qualquer intervalo de trabalho, sem esperar zerar a carga para iniciar novo ciclo.

Cultura - “Um Corvette na noite e outros carros potentes”, é o título do livro do jornalista Arnaldo Keller pela Editora Alaúde. Misto de realidade e ficção, de automóveis, mulheres e as emoções provocadas pela dupla. Keller mescla as sensações de conduzir veículos esportivos e clássicos esportivos mundo a fora, juntou vivências, exemplos, cenários, e fez a original obra. Custa R$ 29,90 nas livrarias ou por www.alaude.com.br

Antigos – A turística cidade de Serra Negra, no movimentado e paulista Circuito das Águas, receberá o II Collector Show no feriado de 7 de setembro. Festa grande, com 250 pré inscritos, além de movimentada feira de peças, automobilia, prestadores de serviços, e fabricantes de veículos de pequena série. A pretensão dos organizadores, o empresário fabricante de volantes Miguel de Mauro, e o jornalista André Gomide, é fazer do evento o maior do segundo semestre, contraponto ao movimentado encontro de Águas de Lindóia. Interessado ? www.collectorshow.com.br.

Dauphine abriu as exportações da Renault

Charmoso, atrativo em linhas, com soluções apresentadas pela italiana casa de estilo Ghia, o Dauphine era o atestado de maturidade da Renault. Ao final da II Guerra Mundial, empresa fora encampada pelo governo e seu condutor nomeado, Pierre Lefaucheux, conseguira o impossível: viabilizar um produto gestado durante o conflito, o Renault 4 CV, dar bom rumo empresarial, preparar a evolução de toda a linha.

Escolheu o desenvolvimento do 4 CV, o recém lançado Dauphine para iniciar exportações. O pequeno motor traseiro de 750 cm3 evoluíra a 845 cm3, fazendo 31,5 hp, o câmbio mantinha as três iniciais marchas, sem sincronização da primeira.

O projeto focou, corajosamente, no maior mercado do mundo, os Estados Unidos. Nos primeiros tempos vendeu mais que o dobro dos VW. Explicável. Era melhor formulado, tinha 4 portas, estilo agradável, andava mais e gastava menos que o Fusca.

Em outros passos, o projeto chegou à vizinha Itália, onde a Alfa Romeo passou a montá-los; expandiu-se para fábrica associada na Espanha; e tomou coragem, vindo para a América do Sul.


No continente assumiu ações das iniciantes IKA, a Indústrias Kaiser Argentina, e Willys-Overland do Brasil, incluindo-o na produção conjunta com Jeeps e Rurais. Aqui foi o primeiro automóvel da então líder Willys, sendo produzido de 1959 a 1965. O Gordini, mais forte, com 40 hp e 4 marchas, a partir de 1962 foi vendido em paralelo, mantendo-se até 1968, vésperas do lançamento do Corcel, versão do Renault 12 assumida pela Ford ao tomar o controle acionário da Willys. Na Argentina sua vida foi um pouco maior.
Ao mundo o Dauphine foi referência, mudando o conceito de carro pequeno, que não significa ser obrigatoriamente feio, sem charme ou elegância.


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