quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

E por que não fazê-lo

Em qualquer ramo de atividade o termo "estacionamento para clientes" é justificado, pois, de fato, é apenas um local para estacionar os veículos dos clientes daquelas empresas, como uma comodidade para facilitar o relacionamento comercial.

Talvez devêssemos chamar de ESTOQUE DE NEGÓCIOS ou ESTACIONAMENTO DE NEGÓCIOS ou, ainda, PORTAL DAS VENDAS, ou seja lá como mais é possível batizar o novo nome do tradicional estacionamento para clientes.

Olhando por outro prisma, ou seja, se considerarmos com mais critério os estacionamento de clientes, observaremos que num momento de crise, ou de competitividade acirrada, vários e bons negócios estão estacionados sob nossos narizes e sem que consigamos farejar as oportunidades. É um desperdício absurdo de negócios potenciais.

Por que será que segmentos, que não tem nada a ver com o seu negócio, preocupam-se mais com o conforto e segurança de seus clientes ao estacionar os veículos?

Para quem freqüenta churrascarias, restaurantes, cafés, boates, hotéis, etc... sabe exatamente do que estou falando, apenas para citar alguns exemplos no segmento de alimentação e serviços.

Minha intriga tem fundamento a partir do seguinte raciocínio: se gastamos pouco mais de R$50,00 talves R$100,00, o que justificaria de merecer-mos esse tipo de tratamento se quando vamos a uma concessionária de veículos gastar no mínimo R$15.000,00, não temos, às vezes, nem vaga para estacionar?

Será que não merecemos ao menos um guarda-chuva, para não chegar molhado quando for comprar o carro novo?

Quantas voltas daremos no quarteirão de olho em alguma vaga livre, mesmo que seja em uma rua ao lado ou nas imediações da concessionária?

Pode parecer bobagem, mas a influência na decisão de comprar começa antes do contato com o vendedor, antes mesmo de se entrar no showroom.

Em algumas concessionárias, o desleixo é tão grande que mais parece um pátio do Detran, cheio de veículos apreendidos por irregularidades.

O cliente que se vire, estacione onde quiser, ou melhor, onde achar uma vaguinha, que certamente não será a melhor, nem a mais próxima da entrada do showroom, e que aliás, é sempre bem apertada entre dois carros, quando a encontra.

"INSPIRE-SE NO ATENDIMENTO DE ALGUM HOTEL DE LUXO"

Em primeiríssimo lugar, preveja um lugar para o "acolhimento" (prestaram atenção na frase) do veículo, ou seja, uma espécie de portal coberto bem em frente à principal entrada do showroom, algo que seja protegido contra as chuvas, como um tipo de toldo. Lembre-se das áreas de chegada dos veículos nas recepções de qualquer bom hotel. Inspire-se no atendimento de algum hotel de luxo que você tenha gostado e que não seja suntuoso, mas de bom gosto.

Faça com que o fluxo de entrada, obrigue todos os veículos passarem por esse ponto, ou, melhor, pararem exatamente nesse local para que sejam recepcionados pelos seus Capitães Manobristas.

Os gestos que acompanharão esse receptivo são dignos de comissão de frente das escolas de samba. É ensaiado, com sorrisos, tirando-se o chapéu ou boné num cumprimento respeitoso, abrindo-se as portas do carro para o cliente e seus acompanhantes, sempre de forma solicita e cordial, inclusive na devolução do veículo.

Utilizando-se sempre um diálogo previamente ensaiado e bem proferido do tipo :
  • Bom dia, seja bem-vindo à (nome da concessionária) ou marca empresarial.

  • Deixe seu automóvel sob os meus cuidados.

  • Qual o setor da empresa de seu interesse?

  • Perfeitamente. A nossa recepcionista (nome da recepcionista) o encaminhará. Dirija-se à recepção, por favor.

Nessa altura da leitura você está imaginando porque não pensou nisso antes, já que aparentemente é muito simples de operar e barata de implantar.

Lembro-me sempre de um empresário, pelo qual mantinha grande respeito e admiração, um visionário do segmento aeronáutico civil, o Comandante Amaro Rolim, da TAM, que, num mercado altamente competitivo, conseguia sempre inovar, renovar e incrementar seus negócios. Em todos os aeroportos que não dispunham do equipamento Finger, aqueles túneis que se acoplam entre as portas dos aviões e os terminais de passageiros, o Comandante Rolim instituiu o famoso tapete vermelho (tipo passadeira) com cordões de isolamento colocados aos pés das escadas de acesso, tanto para embarque como desembarque. Faça chuva ou faça sol, esse procedimento é de lei.

Em uma das várias vezes, no aeroporto de Congonhas, o Comandante Rolim Amaro, encontrava-se pessoalmente conduzindo os clientes para o embarque e recolhendo os tíquetes das passagens, e foi-lhe perguntado qual a influência desse procedimento no desempenho dos resultados da empresa. Como resposta : "E POR QUE NÃO FAZÊ-LO?" Em primeiro lugar, os passageiros não são passageiros, são clientes fiéis. O passageiro passsa, o cliente da TAM mantém sua fidelidade, por isso um tapete vermelho é o mínimo que posso fazer para ele sentir-se privilegiado com um rei. E por último, sendo mais objetivo com sua resposta, afirmou: "A influência no desempenho dos resultados é muito grande porque com este simples procedimento conseguimos não só instituir um diferencial competitivo, mas também desenvolver em nossa equipe o senso de comprometimento padronizado de atendimento, independentemente do cargo hierárquico ou função. Mexemos com as atitudes de nosso pessoal."

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