terça-feira, 15 de julho de 2008

Eixo do Stilo - DPDC instaura processo


O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão do Ministério da Justiça responsável pela ordenação e convocação de recalls, instaurou, ontem (27/06), processo administrativo contra a Fiat, em virtude da possibilidade de defeito no Stilo. As suspeitas foram levantadas depois da divulgação pelo caderno de Veículos dos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense e pelo Portal Vrum de depoimentos de motoristas que sofreram acidente com o carro, havendo ruptura de uma das rodas traseiras. A empresa tem, agora, 10 dias para apresentar defesa.Veja como foi o videochat com a Fiat e comente sobre o assunto! Depois do processo de investigação, caso fique provado que não há falha no veículo, o processo é arquivado; caso contrário, a montadora poderá ser multada em até R$ 3 milhões e, ainda, terá que fazer a convocação de recall. Ressalta o DPDC que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), artigo 10, o fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente, à sua introdução no mercado, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários em jornais, rádio e televisão. Veja mais fotos de Stilos que supostamente tiveram problemas com o eixo traseiro! A dúvida partiu de relato de dois proprietários de Stilo ano/modelo 2007, Eden Mark Ribeiro de Sousa e Elion Alves Moreira, do Distrito Federal, que sofreram acidente com o carro em dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, respectivamente. Nos dois casos, os motoristas acreditam ter perdido o controle do carro, depois da soltura da roda traseira, presa ao cubo. A partir de então, Veículos teve acesso a diversos outros depoimentos, totalizando, até o momento, 13 acidentes, com quatro mortes. Dos autos do DPDC, por enquanto, há relatos da ocorrência de oito acidentes e uma morte.De maneira geral, chama a atenção que a maioria dos motoristas relata ter perdido o controle repentinamente do carro, que roda na pista, antes de parar no acostamento ou capotar. Muitos dizem ter ouvido barulho na roda traseira antes do acidente e, estranhamente, quase todos os carros tinham acabado de passar por revisão em concessionária autorizada. A quilometragem também é baixa - o mais rodado com 25 mil quilômetros - e grande parte dos acidentes aconteceu em trechos de estrada bem pavimentada, em retas e durante o dia.DefesaA Fiat preparou um extenso material, fruto de análise de cinco acidentes, provando que a roda só solta depois que bate. O gerente de engenharia de experimentação integrada da montadora, José Guilherme da Silva, é categórico ao afirmar que, pelo menos nos casos analisados, não foi constatada nenhuma falha. Ele refuta a possibilidade de fadiga de material, explicando que a fratura encontrada é do tipo dúctil, o que indica ter havido sobrecarga, ou seja, uma força externa muito grande que fez com que se rompesse.ENTENDA O CASO. Em 28 de maio, o caderno de Veículos do Estado de Minas publica reportagem, relatando os acidentes ocorridos com Eden Mark e Elion Moreira, em que houve soltura da roda traseira;. Em 7 de junho, nova reportagem relata outros três casos, indicando que os fatos podem passar de simples coincidência. Uma das motoristas envolvidas, Carla Barbosa, havia movido processo no Procon-DF, mas a Fiat dizia que a ação tinha sido arquivada;. Em seguida (Veja Também: Fiat na mira do Procon), o Procon-DF desmente, dizendo que o processo continuava em tramitação;. Na última segunda-feira (Veja Também: Fiat não aceita acordo), nova audiência no Procon-DF, entre a Fiat e Carla Barbosa, deixa mistério no ar: segundo o Procon, teria havido negociação de sigilo entre as partes e nada poderia ser passado à imprensa. A Fiat nega qualquer acordo ou indenização financeira pois tem provas - inclusive com testes metalográficos - de que não houve falha no automóvel envolvido. Carla não foi encontrada para falar sobre o assunto.

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