quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sobressalente - Pela igualdade

Pneus de modelos diferentes no carro provocam desequilibrio em freada ou curva

Rodar com pneu estepe de marca e modelo diferente dos de uso pode provocar uma série de problemas, que vão desde desgaste prematuro até descontrole da direção A fabricação de 2,5 milhões de veículos neste ano, até o mês passado, é o recorde da indústria automobilística brasileira. Junto com o número vultoso surgem problemas de abastecimento que afetam o consumidor. É o caso dos pneus. Alguns modelos saem de fábrica com o estepe diferente dos pneus que rodam. O problema é usar o sobressalente: a diferença pode prejudicar o desempenho e comprometer componentes do veículo.

Diferenças

O coordenador de produtos da área de automóveis e caminhonetes da Goodyear, Leandro Silva, explica que mesmo se os pneus forem da mesma medida, não se deve utilizar produtos de fabricantes diferentes. Isso porque existe um manual técnico adotado pelos fabricantes que permite variações em uma mesma medida. "A norma tem uma tolerância. Por exemplo, se o ideal é 100, pode ir até 97 ou 103", detalha. Dessa forma, todos os fabricantes de pneu podem comercializar um produto com a especificação 175/70 R13, porém, explica Silva: "Quando se monta um pneu da Goodyear com o de outra marca da mesma medida eles não têm o mesmo diâmetro externo". A diferença faz com que o veículo fique com um lado mais alto do que outro, um detalhe imperceptível a olho nu, mas suficiente para influenciar no balanceamento e alinhamento. "Se uma indústria produz um pneu 2% maior e outra 2% menor, a diferença de 4%", explica Silva.

Perigo

O gerente de marketing e produto para pneus de passeio e caminhonetes da Michelin do Brasil, Flávio Santana, reforça a informação de Silva e diz que é comum pneus com a mesma dimensão serem destinados a nichos diferentes. "O pneu com aspecto esportivo tem a carcaça mais rígida e, por isso, suporta uma velocidade maior", explica. Se misturar os produtos, a sensação de direção é parecida com a de transitar com um dos pneus com calibragem diferente. "Provoca o desequilíbrio e o carro puxa para um dos lados”, alerta. Santana ressalta que a diferença pode ser perigosa em frenagens: “O desequilíbrio fica notório e o carro pode sair da trajetória".

Omissão

Outro problema que a diferença pode provocar é o desgaste prematuro dos componentes da suspensão. Além de comprometer o diferencial e as partes mecânicas, como o rolamento e o semi-eixo, que são acionados para compensar a diferença de diâmetro. Santana destaca um agravante do problema: o comportamento de lojistas. Segundo ele, quando não têm o produto pedido pelo cliente, omitem essas informações e vendem um pneu de outra marca com a mesma medida dizendo que isso não provoca problemas.

Alinhamento/balanceamento
Deve ser feito
A cada troca de pneus; quando os pneus apresentarem desgaste excessivo na área dos ombros ou na banda de rodagem em forma de escamas; quando um pneu tem maior desgate que o outro; trepidação das rodas dianteiras; vibração do veículo; volante duro.

Calibragem
Pressão Baixa
Altera a área de contato do solo, o que provoca desgaste acelerado e irregular da banda de rodagem na área dos ombros, reduz a durabilidade e aumenta o consumo de combustível.

Alta Pressão
Também altera a área de contato do pneu com o solo, provoca desgaste acelerado no centro da banda de rodagem, acarretando perda de quilometragem. O pneu fica mais suscetível a cortes e impactos, além de reduzir o conforto ao dirigir.

Fonte: Goodyear

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