quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Oficinas faturam com o boom da venda de veículos

Explosão de automóveis circulando nas ruas tem efeito imediato nas lojas.Com o aumento da procura, clientes são obrigados a agendar horário
A fabricação e a venda de carros batem recordes consecutivos no país. E esta explosão de veículos circulando nas ruas tem efeito imediato nas oficinas. Em algumas, a saída encontrada foi marcar horário para atender os clientes.

Veja o site do MGTV Desde que comprou o primeiro carro, há 30 anos, o administrador de empresas José Roberto Catarina diz nunca ter agendado uma visita ao mecânico. No entanto, chegou sem aviso, e teve de esperar. “É como em uma consulta médica”, diz. Em uma concessionária de Minas Gerais, que recebe 50 clientes por dia, o movimento cresceu 30% só este ano. O expediente foi ampliado em mais duas horas. “O cliente chega e quer ser atendido na hora, mas tem horas que não dá”, diz o gerente Edmilson Rodrigues. Segundo ele, a expectativa é de um aumento de mais 10% daqui a seis meses, quando os carros fizerem a primeira revisão.

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Em 2000, o país tinha 19,3 milhões de veículos em circulação. No ano passado, esse número passou para 25,5 milhões; um salto de 32% em sete anos. Nas oficinas particulares, a procura vai crescer ainda mais. A previsão é do Sindicato da Indústria Mineira de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa). O cliente em potencial é aquele que já perdeu a garantia de fábrica. “Essa frota que foi vendida em 2005, em 2006, já está na hora de ser reparada pelo nosso setor independente e a frota nova também. Hoje existe um problema sério de congestionamento que faz com que os veículos desgastem mais. Então, a perspectiva é de que a gente tenha um número maior de trabalhos”, diz o presidente do Sindirepa, Cláudio Lambertucci. Até 2005, 40% dos veículos que chegavam a uma das oficinas de Minas Gerais tinham de cinco a sete anos de fabricação. Hoje, é difícil encontrar carros com mais de dois anos de uso. Os clientes estão com modelos mais novos, o que obriga as empresas a se adequar. Em Minas Gerais, uma oficina adquiriu há cerca de um ano uma cabine de pintura que não utiliza solventes. O trabalho agora é à base de água, que polui menos. As lixadeiras também são novidade. Segundo o proprietário, reduzem o tempo de serviço em até 60%. “O mercado de reparação hoje exige isso. Exige qualidade, eficiência, e você não pode parar no tempo”, diz Flávio Marques, dono da oficina. Eliete Oliveira fez um curso em São Paulo para aprender a usar os equipamentos. A atividade virou uma nova profissão para a ex-faxineira. “Adoro mexer com carro, com pintura. Estou no mercado e vou aprender um pouco mais”, diz a ajudante.

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