quinta-feira, 20 de março de 2008

Fofoqueiro eletrônico











O scanner pode ser seu aliado, contando todos os segredos do carro, inclusive a quilometragem real Os aparelhos de diagnóstico eletrônico, conhecidos como scanners, são hoje em dia ferramentas básicas de qualquer boa oficina ou concessionária. Se seu uso cada vez mais freqüente facilitou a descoberta de defeitos, por outro lado criou algumas situações que restringem o conserto às concessionárias, o que pode trabalhar contra o interesse do consumidor (leia texto ao lado). No entanto, quem souber se valer dessa tecnologia poderá tirar grandes benefícios, como descobrir se o veículo já foi batido, qual é sua quilometragem real, quando o carro foi fabricado e até se as manutenções necessárias foram feitas corretamente.

Em primeiro lugar, é importante distinguir entre os dois tipos de scanners existentes: o "genérico" ou multimarca e o OEM (Original Equipment Manufacturer), também chamado só de aparelho de diagnóstico ou por alguma sigla, dependendo da montadora. O genérico acessa em geral apenas os códigos de defeito informados pela central eletrônica, mas funciona na maioria dos carros. Já os OEM têm acesso a todas as informações contidas nos módulos, podendo inclusive reprogramá-los, mas só podem ser usados nos veículos de uma marca específica. "Eles têm como interagir com todos os módulos do carro, já que sabem o que cada um pode fornecer de informação. Há, por exemplo, o histórico de quilometragem, tempo que o veículo (especialmente um de carga) permaneceu parado, levantamento das condições (temperatura, velocidade etc.) em que a falha ocorreu etc.", diz Joaquim Arruda Pereira, gerente de engenharia de serviço da Ford América do Sul.

Malandragem hi-tech
Amil Cury Filho, especialista em reparo de centrais eletrônicas, confirma a informação. "Muitos carros atuais não registram a quilometragem no hodômetro, mas sim no módulo. É lá que o painel busca a informação para o motorista." É uma boa tentativa de proteger o consumidor, mas quem disse que a malandragem não é sofisticada? "Há alguns especialistas que conseguem 'tombar' a quilometragem diretamente na central", diz Amil. Mas, em boa parte dos casos, a adulteração é feita só no painel, e assim o módulo mantém a informação correta. "Pelo módulo dá para saber praticamente tudo, inclusive a data de fabricação do carro, que é sempre muito próxima do desse equipamento."

Com a ajuda desses aparelhos, é possível ir mais longe e descobrir se o carro já foi batido, puxando as informações do módulo de acionamento do airbag, por exemplo. "Há dois dispositivos que controlam o acionamento de um airbag: um sensor externo, que mede a desaceleração do veículo, e um que fica dentro da central de controle da bolsa. Quando o airbag é acionado, o sensor interno do módulo trava, o que exige a troca de todo o módulo. Se ele não for trocado, o aparelho de diagnóstico avisa", diz Alexandre Cury, gerente de pós-venda da Honda.

Passa na autorizada
Como, então, ter acesso às informações contidas nas centrais e se certificar de que está tudo bem com o carro? Se você não for um mecânico profissional ou amador, só há dois caminhos: uma oficina de confiança ou uma concessionária. "O consumidor da Honda pode levar o veículo a uma de nossas revendas para inspecionar se está tudo bem ou, melhor ainda, adquirir um modelo usado de nossas concessionárias", diz Cury.

No caso das oficinas, o histórico do veículo deve ser obtido em parte pelos métodos tradicionais e em parte pela eletrônica. Isso porque, apesar de os scanners genéricos melhorarem a cada dia, ainda há restrição a muitas informações. "Temos vários métodos para chegar aos códigos, até tentativa e erro. Cada montadora compra suas centrais de um fornecedor e cada fornecedor usa um tipo de protocolo de comunicação. Mesmo o protocolo sendo o mesmo, às vezes os comandos são diferentes. Enfim, desenvolvemos uma série de técnicas com o passar dos anos", diz Marcos Zillner, diretor da Napro, uma das marcas mais conhecidas de scanners "genéricos" do Brasil.

Portanto, o mais indicado para ter acesso a essas informações é procurar uma autorizada. Mas isso não é garantia de acesso ao histórico do carro. Se não houver nada de errado com ele, é possível que a concessionária se limite a dizer que está tudo ok, o que na prática é mais que suficiente. "Há aí uma questão séria a considerar: a proteção de privacidade", diz Cury, lembrando que as centrais eletrônicas, na teoria, poderiam revelar alguns hábitos do antigo motorista.


CARO, HEIN?

Apesar de cada vez mais comuns, o scanner ainda é caro. Os genéricos mais simples custam 7 000 reais, mas podem passar dos 20 000, devido à variedade de carros a que eles têm de se adaptar. "Existem 32 tipos de conectores, que vão de nacionais a importados. Também há protocolos de comunicação diferentes, como CAN, SAE ou ISO", diz Marcos Zillner, diretor do fabricante Napro. Já os OEM, fabricados sob encomenda das montadoras, são em geral cedidos às concessionárias. Quando vendidas, custam em média cerca de 50 000 reais, mas podem passar dos 80 000.


O LADO OBSCURO D A CAIXA-PRETA

Se a eletrônica apresenta aspectos benéficos, ela também tem seu lado perverso. Como as informações mais importantes são restritas à autorizada, o consumidor muitas vezes não tem escolha a não ser procurar uma concessionária quando o carro dá defeito. As montadoras alegam que essa reserva de mercado existe em benefício da segurança de seus clientes, o que é justificável no caso das chaves - os aparelhos OEM podem refazer sua codificação. "O scanner tem a capacidade de alterar/atualizar o software e as programações das diversas centrais do veículo, para atender a questões de legislação (por exemplo, emissões) ou segurança veicular (ABS, chaves etc.). Quando terceiros usam esse serviço, é gerada uma fonte de responsabilidade que fica fora do alcance do fabricante", diz Alberto Puga Leivas, gerente de assistência técnica da Audi. Mas há casos em que os recursos tecnológicos do carro o tornam dependente do scanner original. "O Audi A6 tem freio de estacionamento com acionamento elétrico. Logo, para fazer sua troca é necessário que o scanner mande um sinal à central do freio traseiro, para levar o êmbolo da pinça para sua posição desacionada. A pastilha nova é então posicionada, um novo sinal é enviado e o êmbolo retorna à posição normal. Em alguns casos, a espessura da nova pastilha deve ser informada à central, para que esta se auto-ajuste e calcule o desgaste máximo que será indicado no painel. Em outros casos, a própria central verifica a espessura e se autoprograma", diz Leivas.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Recall são comuns em carros e motos

PAGAR PARA NÃO VER

O aviso da FORD de vai recomprar as 77 unidades vendidas da picape Pantanal, da TROLLER, fabricante cearense de utilitários adquirida em 2006 pela empresa ianque, inaugurou um nvo capítulo nos 50 anos de história da indústria automobilistica brasileira. Independente das especulações de que o recall seria uma estratégia da FORD para se livrar da obrigação de manter peças de reposição para um modelo que vendeu apenas 77 unidades, a iniciativa de pagar o preço de mercado segundo a tabela da fipe, é questionada por juristas e advogados. "Pelo código, a indenização e na medida exata do prejuízo causado. Vai depender de cada caso. A tabela pode não atender às necessidades de determinação clientes. Se a pessoa não foi mantida na mesma condição de quando tinha o veículo, denota prejuízo", alerta Marcos Diegues, gerente jurídico do IDE.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Facilidade de crédito reduz mercado de carros 'populares'

Financiamento faz consumidor pagar um pouco mais por veículo mais potente.Aumento nas vendas de carros 1.0 foi menos da metade em relação os de mais cilindradas. Os carros de entrada com motorização de até 1.000 cilindradas perderam a popularidade no mercado. O segmento tem sido invadido pelos modelos com motor acima de 1.400 cilindradas, mais potente, e a diferença no preço acaba sendo diluída com as facilidades dos planos de financiamento. O grande agente dessa mudança é o crédito, que permitiu ao consumidor o aumento do nível de compra e, conseqüentemente, o acesso a um carro melhor equipado.

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Se antes o brasileiro se esforçava para pagar um carro em 12 meses, hoje pode alongar o pagamento em até 100 vezes, junto com acessórios, seguro e licenciamento. Ao levar em conta a média de financiamentos no Brasil de 42 meses, um Palio ELX 1.0 (quatro portas), com preço sugerido pela montadora de R$ 31.420, pode ser adquirido em parcelas de R$ 748,09 (sem contar a taxa de juros). Com cerca de R$ 36,50 a mais por mês é possível levar o Palio ELX 1.6, que custa R$ 32.960.
Segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em janeiro a venda de carros de até 1.000 cilindradas cresceu 23,3%, enquanto a procura por veículos da faixa de mais de 1.000 até 2.000 cilindradas subiu 57,6%.





Segundo o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo (Assovesp), George Chahade, o crédito permitiu com que as pessoas optassem pelo conforto. Ou seja, com o alongamento dos prazos de financiamento, hoje é possível comprar um carro mais completo sem muita diferença na parcela.
“Com a estabilidade econômica, aumento dos empregos e o pequeno aumento da renda, a pessoa começa a sair mais com a família e, assim, começa a perceber a falta do ar-condicionado, da direção hidráulica etc”, explica Chahade.
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O diretor da consultoria Megadealer Auto Management, José Rinaldo Caporal Filho, ressalta que o carro de entrada deixou de ser “popular”, quando o governo tirou o desconto no IPI (Imposto sobre Produto Industrializado). A vantagem para os carros 1.0 foi estabelecida no governo de Fernando Collor, no início dos anos 90, quando a cobrança de IPI era de apenas 0,1%. Os números passaram a variar a partir do governo Fernando Henrique Cardoso. Desde 2004, a alíquota do IPI para carros 1.0 é de 7%. Para veículos entre 1.000 e 2.000 cilindradas, a alíquota é de 13% para motores a gasolina e 11% para carros a álcool.
“Hoje a cilindrada não importa tanto, mas sim outras especificações técnicas, como o peso e o torque.”, observa Caporal Filho, destacando a necessidade de um carro com mais força de arranque para fazer ultrapassagens e subir ladeiras.
Para reforçar a tendência, as próprias montadoras reduziram o portfólio de carros 1.0. “Antes, os carros mil tinham 70% do mix de produtos, hoje é 50%, o que vem contribuir na minimização desse tipo de veículo”, diz o presidente da Assovesp. Há montadoras, inclusive, como Citröen, Honda e Peugeot, que só possuem carros com motores acima de 1,4 litro.

domingo, 2 de março de 2008

Financiamentos de carros novos atraem consumidores




É preciso fazer as contas para ver se os juros compensam.Procon-DF alerta que é proibido cobrar multa para quitar financiamento antecipadamente. Financiamentos de carros novos estão tentadores e chegam a 100% do valor do veículo, com a possibilidade de pagar em até 60 vezes. Parece fácil, mas é preciso fazer as contas para ter certeza de quanto será preciso desembolsar para ter um veículo - e não cair em uma 'roubada'.
Veja o site do Bom Dia DF No financiamento de um carro novo de R$ 30 mil, por exemplo, há banco que cobra R$ 600 de taxa de abertura de crédito. Em 24 meses, com taxa de juros de 1,2% ao mês, a prestação fica em R$ 1.512. O total pago será de R$ 36.296. Ou seja, nessa hipótese o consumidor pagará R$ 6.296 só de juros.
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Outra hipótese: se o financiamento for em 72 meses, com juros de 1,26% ao mês, a prestação fica em R$ 670. No fim, o consumidor gastará R$ 48.267; são R$ 18.267 só de juros. Além disso, é preciso ficar atento: com o carro vêm outras despesas: combustível, IPVA, seguro, manutenção, eventuais consertos.

  • Dívida
    A cabeleireira Rosângela Soares da Silva pensou nisso tudo ao financiar o carro em 36 vezes. Guardou dinheiro para quitar o financiamento, mas mesmo assim não conseguiu. A financeira disse que ela teria que pagar uma multa de R$ 500, se quisesse quitar a dívida. "Os juros são abusivos e eles ainda querem me cobrar mais R$ 500. Para quitar o carro eu tenho que pagar mais juros?", questiona Rosângela.

  • Procon
    O presidente do Procon do Distrito Federal, Peniel Pacheco, alerta que cobrar multa para quitar financiamento é proibido.
    "Primeiro, não se pode cobrar nenhuma taxa pela antecipação da quitação da dívida. É proibido. Não há como o consumidor pagar mais uma taxa só porque está quitando a dívida. Segundo, é preciso descontar os juros sobre as parcelas que ainda estão por vencer. Como não há serviço nas parcelas que ainda não venceram, aquele juro tem que ser descontado". Rosângela chegou a ir ao Procon, mas, por falta de um contador para reavaliar a dívida, o problema não foi resolvido. "Agora eu não sei. Vou ao Procon de novo? Contrato um advogado? Eu só quero quitar meu carro", afirma. Segundo o presidente do Procon, já foi feito um pedido para que o GDF contrate quatro contadores aprovados em concurso público.