Ao comprar um automóvel usado, imagine ter acesso em menos de uma hora à ficha completa dele, como quilometragem real, registros de batida, roubo, multas pendentes, recall, entre outros dados. Você o compraria com mais tranqüilidade, não é mesmo? E, se você fosse o vendedor, com essa garantia de procedência poderia cobrar um pouco mais, certo?
É por isso mesmo que algumas empresas se especializaram em fornecer essa espécie de dossiê. “Se eu estivesse comprando um automóvel com mais de cinco anos de uso, exigiria esse tipo de certificação. Meu maior receio é a origem do veículo, pois essa checagem inclui todos os recolhimentos de impostos, quitação efetiva de multas, entre outros. Não é incomum multas saírem do sistema do Detran na sexta-feira e voltarem na segunda”, afirma Paulo Umeki, diretor de produtos da seguradora Liberty, empresa que não oferece o serviço para outros clientes, mas está acostumada a descobrir problemas de última hora ao fazer a vistoria de um segurado.
Na teoria, qualquer um pode verificar as características de um veículo a partir da placa ou do Renavam, consultando os sites oficiais do Detran de cada estado. Mas na prática não é tão simples, pois nem todas as informações estão disponíveis na internet e o cenário é pior ainda se o carro mudou de estado, já que nem todos os Detrans estão interligados ainda.
Empresas especializadas nesse tipo de serviço cobram pela vistoria, que inclui avaliação mecânica e estrutural, passando por documentação e multas, algo entre 70 e 140 reais. “Verificamos todos os dados de procedência a partir de uma série de informações de uma base de dados. Aí verificamos todos os pontos do veículo e lançamos as informações no sistema”, diz Mário Cassio Maurício, diretor-geral da Linces, empresa especializada em vistorias, que presta o serviço.
Após o pente-fino, dependendo do serviço contratado, o proprietário do veículo recebe uma garantia de três anos de que não há registro de roubo ou furto anterior. Maurício diz que, em média, 15% dos veículos vistoriados são reprovados, em geral por problemas de procedência ou documentação.
Dossiê na trocaAtualmente esse serviço é utilizado mais por lojistas e concessionárias, mas o número de pessoas físicas já chega a 20% do total e está crescendo. Também têm ficado mais freqüentes casos em que, antes de aceitar um veículo como parte do pagamento de outro, o lojista exige que o comprador faça a vistoria antes de deixar seu carro na troca.
“Fornecemos no fim um certificado para atestar se ele foi reparado, se não houve pintura mal feita, se há trincas, problemas na parte estrutural ou no número de motor, chassi, carroceria, entre outros”, diz Marcelo Sebastião, gerente do produto Auto da Porto Seguro, que também presta o serviço de vistoria a terceiros.
No fim das contas, a vistoria acaba sendo vantajosa para os dois lados, especialmente para os particulares. O comprador sabe que não está levando um mico para casa e o vendedor, que não terá dor de cabeça no futuro. Por isso, algumas lojas até cobram 5% a 10% a mais num carro quando sabem que ele vai passar pela vistoria. Outra prática comum é vendedor e comprador particulares chegarem a um acordo: se o carro for aprovado, o comprador paga a vistoria. Se levar bomba, o vendedor perde o negócio e ainda arca com o custo extra.
Foi para ter essa certeza de negócio bem feito que o comerciante Fernando dos Prazeres Quadros, 42 anos, levou seu Palio 2001/2002 para uma vistoria técnica. “Foi conselho de um amigo, e valeu a pena. É bem detalhada. Diz, por exemplo, se a pintura foi refeita, se houve peças trocadas. No meu caso, descobri que o pára-brisa havia sido substituído. O proprietário anterior confirmou. Fiquei surpreso, pois não sabia que chegava a esse nível de detalhe”, diz Quadros, que desembolsou pouco mais de 70 reais pelo serviço – o veículo custou 17000 reais. “Mas o que vale a pena é saber a procedência. Agora, sempre que for comprar um automóvel, vou usar.”
COMO É A VISTORIA1 - Apesar de haver também uma checagem da parte mecânica, o maior foco da vistoria é na procedência do veículo
2 - É verificada a autenticidade das placas do carro, das etiquetas de identificação e os números de chassi e motor
3 - Com as informações do veículo em mãos, a empresa acessa vários bancos de dados para ver se conferem com a documentaçã
4 - A pintura é analisada visualmente e com a ajuda de ferramentas que medem se a camada de tinta é original ou não
5 - É checado o ano de fabricação das principais peças para descobrir se houve adulteração do ano/modelo do automóvel
6 - Uma análise mecânica verifica o estado de conservação e o funcionamento de suspensão, motor, câmbio e chassi
7 - Também é feito um teste de emissão de poluentes
É por isso mesmo que algumas empresas se especializaram em fornecer essa espécie de dossiê. “Se eu estivesse comprando um automóvel com mais de cinco anos de uso, exigiria esse tipo de certificação. Meu maior receio é a origem do veículo, pois essa checagem inclui todos os recolhimentos de impostos, quitação efetiva de multas, entre outros. Não é incomum multas saírem do sistema do Detran na sexta-feira e voltarem na segunda”, afirma Paulo Umeki, diretor de produtos da seguradora Liberty, empresa que não oferece o serviço para outros clientes, mas está acostumada a descobrir problemas de última hora ao fazer a vistoria de um segurado.
Na teoria, qualquer um pode verificar as características de um veículo a partir da placa ou do Renavam, consultando os sites oficiais do Detran de cada estado. Mas na prática não é tão simples, pois nem todas as informações estão disponíveis na internet e o cenário é pior ainda se o carro mudou de estado, já que nem todos os Detrans estão interligados ainda.
Empresas especializadas nesse tipo de serviço cobram pela vistoria, que inclui avaliação mecânica e estrutural, passando por documentação e multas, algo entre 70 e 140 reais. “Verificamos todos os dados de procedência a partir de uma série de informações de uma base de dados. Aí verificamos todos os pontos do veículo e lançamos as informações no sistema”, diz Mário Cassio Maurício, diretor-geral da Linces, empresa especializada em vistorias, que presta o serviço.
Após o pente-fino, dependendo do serviço contratado, o proprietário do veículo recebe uma garantia de três anos de que não há registro de roubo ou furto anterior. Maurício diz que, em média, 15% dos veículos vistoriados são reprovados, em geral por problemas de procedência ou documentação.
Dossiê na trocaAtualmente esse serviço é utilizado mais por lojistas e concessionárias, mas o número de pessoas físicas já chega a 20% do total e está crescendo. Também têm ficado mais freqüentes casos em que, antes de aceitar um veículo como parte do pagamento de outro, o lojista exige que o comprador faça a vistoria antes de deixar seu carro na troca.
“Fornecemos no fim um certificado para atestar se ele foi reparado, se não houve pintura mal feita, se há trincas, problemas na parte estrutural ou no número de motor, chassi, carroceria, entre outros”, diz Marcelo Sebastião, gerente do produto Auto da Porto Seguro, que também presta o serviço de vistoria a terceiros.
No fim das contas, a vistoria acaba sendo vantajosa para os dois lados, especialmente para os particulares. O comprador sabe que não está levando um mico para casa e o vendedor, que não terá dor de cabeça no futuro. Por isso, algumas lojas até cobram 5% a 10% a mais num carro quando sabem que ele vai passar pela vistoria. Outra prática comum é vendedor e comprador particulares chegarem a um acordo: se o carro for aprovado, o comprador paga a vistoria. Se levar bomba, o vendedor perde o negócio e ainda arca com o custo extra.
Foi para ter essa certeza de negócio bem feito que o comerciante Fernando dos Prazeres Quadros, 42 anos, levou seu Palio 2001/2002 para uma vistoria técnica. “Foi conselho de um amigo, e valeu a pena. É bem detalhada. Diz, por exemplo, se a pintura foi refeita, se houve peças trocadas. No meu caso, descobri que o pára-brisa havia sido substituído. O proprietário anterior confirmou. Fiquei surpreso, pois não sabia que chegava a esse nível de detalhe”, diz Quadros, que desembolsou pouco mais de 70 reais pelo serviço – o veículo custou 17000 reais. “Mas o que vale a pena é saber a procedência. Agora, sempre que for comprar um automóvel, vou usar.”
COMO É A VISTORIA1 - Apesar de haver também uma checagem da parte mecânica, o maior foco da vistoria é na procedência do veículo
2 - É verificada a autenticidade das placas do carro, das etiquetas de identificação e os números de chassi e motor
3 - Com as informações do veículo em mãos, a empresa acessa vários bancos de dados para ver se conferem com a documentaçã
4 - A pintura é analisada visualmente e com a ajuda de ferramentas que medem se a camada de tinta é original ou não
5 - É checado o ano de fabricação das principais peças para descobrir se houve adulteração do ano/modelo do automóvel
6 - Uma análise mecânica verifica o estado de conservação e o funcionamento de suspensão, motor, câmbio e chassi
7 - Também é feito um teste de emissão de poluentes
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