sábado, 11 de abril de 2009

Não compre no escuro – Chevrolet Prisma


O Chevrolet Prisma foi em outubro de 2006. Derivado do hatch Celta, o carro teve uma boa aceitação pelo público brasileiro e, no início, só não vendeu mais porque a GM não conseguia produzi-lo na quantidade necessária. Atualmente, entre os sedãs pequenos, ele perde para o Fiat Siena e para um concorrente da própria General Motors. Este é um carro que ele até já deveria ter substituído, mas que se mantém popular devido ao preço: o Classic.

Com cerca de 4 mil unidades vendidas ao mês, o modelo é uma opção acessível para quem pretende entrar no segmento com porta-malas. Por cerca de R$ 33 mil você consegue sair com um zerado, na versão de entrada, da concessionária. Com ar-condicionado o valor aumenta em R$ 4 mil. Já um Prisma 2006 custa em média R$ 29 mil, ou seja, o carro tem um baixo índice de desvalorização.

O interessante é que o Prisma 2006 manteve o valor de lançamento. Quando a GM anunciou a chegada dele, disse que os valores sairiam a partir de R$ 29,99 mil.

O sedã foi o primeiro da GM a utilizar o novo motor Econo.Flex de 1,4 litro e com 97 cv de potência máxima quando abastecido a álcool. Este propulsor utiliza a tecnologia batizada de VHC (Very High Compression), que trabalha com uma elevada taxa de compressão de 12,4:1. Neste caso, a potência fica favorecida, porém o consumidor deve ficar atento com relação a sua manutenção.

A base deste propulsor é a mesma da família que começou equipando, em junho de 1994, o Corsa GL 1.4 com sistema de alimentação por um único bico injetor para os 4 cilindros de 60 cv de potência. A diferença básica entre um e o outro está na taxa de compressão, que antes era de 8:1, e no sistema de injeção.

Comprando um Prisma

O motor de “alta” utiliza velas frias específicas para motores VHC com tecnologia flexível em combustível. Se a vela não for essa, o propulsor apresenta sérios problemas, como batida de pino ou atropelamento de válvula.

Quanto ao acabamento, o consumidor deve ficar atento ao porta-malas, que conta com dobradiças tradicionais, distantes dos mecanismos pantográficos. Antes de sair com o carro da loja, reveja a abertura do compartimento e analise se não vêm barulhos demais do porta-malas com o carro em marcha. As dobradiças podem apresentar folgas e emitir ruídos.

Neste item também vale muito a pena olhar o estepe, que fica em baixo do carpete. Aproveite para abrir as narinas e notar se há aquele cheiro de mofo. Caso isso ocorra, não compre o carro: é sinal que está entrando água no porta-malas. Pior: um forte indício de que o carro levou uma batida na traseira.

A vedação, tanto do Celta quanto do Prisma, pode deixar o cliente com dor de cabeça se não estiver em ordem. Verifique todas as borrachas e repare, inclusive com o carro em movimento, se não se ouve aquele silvo de vento de quando a porta parece estar um pouco aberta. Podendo, leve o carro a um lava-rápido para checar se não entra água.

Há poucos Chevrolet Prisma usados por taxistas. Os motivos apontados por eles são o espaço do porta-malas (439 l) e o conforto ao passageiro. Entre o carro da GM e o Renault Logan ou o Siena, eles ficam com os das outras marcas. Outro ponto favorável é o valor mais em conta em comparação com o Prisma.

Na versão com ar-condicionado, o consumidor deve ficar atento em relação ao seu funcionamento, pois uma das grandes incidências é o mau funcionamento do compressor. Neste caso, verifique se o ar interno está “gelando” corretamente.

Opinião das oficinas independentes

Os itens que devem ganhar uma atenção especial do consumidor são suspensão e câmbio. Dos poucos modelos que chegaram às oficinas, as principais reclamações envolviam os dois componentes.

A transmissão oferece um engate complicado em primeira marcha e apresenta chiados. Já a suspensão faz barulhos excessivos. A dica é olhar o óleo de câmbio e os coxins antes de retirar o carro da loja. Já no caso da “bateria de escola de samba”, ou seja, da possível maior fonte de barulhos no sedã, o olho deve ficar voltado aos amortecedores e bandejas.

Consumo excessivo?

De acordo com a Chevrolet, o Prisma faz 13,1 km/l na cidade e 18,5 km/l na estrada quando está abastecido com gasolina. Quando se abastece com álcool, o Prisma percorre 9,3 km/l na cidade e 13,1 km/l na estrada. Durante nossa apuração, ouvimos queixas de proprietários do carro quanto ao consumo do motor, mas não realizamos avaliações que comprovassem as queixas.

Antes da compra

Não se esqueça de olhar amortecedores dianteiros, buchas e coxins, sistema de ar-condicionado, velas e cabos, borrachas das portas, fechaduras e abertura do porta-malas.

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