segunda-feira, 4 de maio de 2009

Não compre no escuro - Chevrolet Tracker


Lançado no Brasil em fevereiro de 2001, o Tracker é, na verdade, um Grand Vitara disfarçado de GM. Inicialmente contava com um motor bastante fraco, de apenas 87 cv, de origem Mazda. Na verdade o propulsor, assim como a maior parte das peças, vinha do Japão, mas o veículo era montado na vizinha Argentina. Não apresentava lista de opcionais, mas apenas um pacote fixo, que continha ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, espelhos e travas com acionamento elétrico, toca-CD, rodas de liga-leve de aro 16”, calçadas com pneus 235/60 R16, duplo airbag, ABS com EBD, teto solar elétrico etc. O câmbio era manual de cinco marchas e não havia disponibilidade de transmissão automática.

Houve várias reclamações devido ao baixo desempenho. Para ter uma idéia, segundo dados da fábrica, a velocidade máxima era de 142 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h era feita em longos 21,7 segundos! Por causa disso, logo no ano seguinte – 2002 – o carro ganha um motor mais "esperto", de origem Peugeot e com 108 cv, um ganho bastante razoável. Até 2004 o carro não sofreu mudanças e após 1.812 unidades, teve a importação encerrada.

Em 2006, entretanto, o modelo voltou ao mercado com algumas mudanças estéticas (lanternas, logos etc.), mas o principal ficou por conta da motorização que, infelizmente, passou a ser a gasolina. O motor tem os mesmos dois litros de cilindrada, com quatro válvulas por cilindro. E, apesar de ter 20 cv a mais, passando a 128 cv, tem menor torque e a rotações mais altas: 17,7 kgm a 4.300 rpm, contra os 25,5 kgm a 1.750 rpm do turbodiesel. Com isso, as retomadas são bastante lentas, uma vez que o peso do carro é elevado, com 1.430 kg.

O desempenho melhorou, com a aceleração de 0 a 100 km/h sendo feita em 11,9 segundos (antes, 13 segundos) e velocidade máxima de 168 km/h, 5 km/h a mais do que a versão antiga. O consumo, no entanto, piorou. Segundo dados de fábrica, com o motor a diesel o Tracker percorria 12,5 km/l na cidade. Agora são 10,1 km/l. Na estrada a diferença é ainda maior: 17,2 km/l com diesel e 11,5 km/l com o novo motor a gasolina. A autonomia, que com o tanque de 66 litros antes era de 1.135 km, caiu para 759 km.

Comprando um Tracker usado

O Tracker, por ter origem "japonesa", goza das vantagens atribuídas aos produtos daquele país, apesar da montagem argentina. É robusto, não dá muita oficina e é econômico quando equipado com motor a diesel. Mas indiscutivelmente o maior defeito é o acendimento da luz de injeção nos modelos equipados com motor Peugeot, entre 2002 e 2004.

Se fosse só a luz o problema, seria fácil de resolver, mas o caso é que acontece uma significativa perda de potência do motor. Na verdade, trata-se de um problema no chicote principal ou no chicote do sistema do acelerador eletrônico (ou em ambos...). Houve um boletim para a troca desses componentes, mas é certo que nem todos o fizeram.

Trata-se de um defeito intermitente, inicialmente, mas que depois se torna crônico. Verifique, antes de adquirir um Tracker usado, se a tal luz não se encontra acesa. Em caso de dúvida, cheque se o desempenho do veículo não se encontra abaixo do esperado, pois alguém de má-fé pode – simplesmente – inibir a lâmpada para que o defeito não seja notado.

Há ainda um recall reportado para as versões 2003 e 2004, para a troca dos tirantes da suspensão traseira (GM do Brasil, CACC, 0800–702–4200). Infiltração de água e problemas no engate da marcha a ré estão entre as reclamações feitas pelos proprietários do Tracker, que apontam também defeitos no conjunto elétrico. Boa sorte!!!

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