sábado, 13 de junho de 2009

Nissan Livina enfrenta Honda Fit - veja quem ganha

Com a chegada do monovolume equipado com motor Renault, a vida do Fit vai complicar. Será que ele tem armas para desbancar o líder de vendas?
Quando o Nissan Livina chegou ao mercado nacional, o WebMotors cantou a bola que a minivan média teria preço e espaço para conquistar clientes. Para confirmar se ela chegou com essa força toda, rodamos com o Nissan Livina, versão de entrada, durante uma semana.

Para apimentar ainda mais o teste do modelo recém-lançado pela Nissan, o WebMotors conseguiu na fase de conclusão um Honda Fit 1.4 LX para a avaliação. A correria na redação foi grande, mas valeu, pois conseguimos fazer um comparativo de mão cheia para você. O resultado só não foi tão bom quanto gostaríamos porque a Honda só tinha disponível o monovolume com câmbio automático na versão de acabamento LX, a mais simples e mais adequada para encarar a Livina S com motor 1,6-litro.

Design

Os monovolumes atuais estão mais elegantes se comparados com aqueles que chegaram ao Brasil em 1999. O desbravador do segmento que coloca a perua em segunda opção quando o assunto é a família foi o Renault Scénic. Hoje, as minivans estão com mais “jeitão” de perua e com dimensões menos extravagantes.

O Nissan Livina usa o formato de gota, semelhante ao do Honda Fit. A diferença é que o modelo japonês tem linhas mais leves. O Nissan herdou alguns detalhes do Logan e o Fit, do Civic. O exemplo fica nítido no conjunto óptico, nas maçanetas, nos frisos e nos acabamentos.

Apesar de o Livina ser maior em comprimento (4,18 m contra 3,90 m) e menor, um centímetro, em largura (1,69 m contra 1,70 m) o Fit é mais equilibrado.

A coluna “A” do Nissan puxa para uma linha mais vertical, enquanto a do Fit acompanha a do capô, mais ao estilo monovolume, mesmo. A razão para isso fica nítida quando comparamos o coeficiente aerodinâmico de cada modelo. O Honda Fit de primeira geração tinha Cx de 0,32 (o do modelo novo não foi divulgado), enquanto o do Livina fica em 0,39. Como quanto menor o número, menor é o arrasto aerodinâmico, neste ponto o Fit também se sobressai. Este dado, além de ser importante na estabilidade do automóvel, também é fundamental para a economia de combustível.

O Livina na estrada sente com mais freqüência o deslocamento do ar provocado por veículos maiores, como caminhões e ônibus, nas ultrapassagens. O Honda Fit leva por pouco este item. Vale você avaliar até onde este item é importante na hora da sua escolha.

Motor e desempenho

Os dois 4-cilindros em linha contam com a tecnologia flexível em combustível. O Livina vem com a fama do consagrado propulsor da marca Renault e o Fit com a tecnologia de comando variável de válvula denominado de iVETC. Na ponta do lápis, o Fit apresenta 101 cv de potência máxima a 6.000 rpm e 127,4 Nm de torque a 4.800 rpm. O Nissan tem 108 cv a 5.750 rpm e 150 Nm de torque a 3.750 rpm. O motor Renault trabalha em rotações menores e mostra-se mais potente. Sendo o Livina 46 kg mais pesado, mesmo assim, a relação peso/potência dele é melhor, 10,7 kg/cv contra 11,1 kg/cv.

A Honda não declara a aceleração de 0 a 100 km/h do Fit, já a Nissan afirma que o seu monovolume atinge 183 km/h de velocidade máxima e acelera de 0 a 100 km/h em 11,7s.

Ponto positivo para o Livina neste tópico, levando em conta que a Honda também perde por “WO”(Walk Over) ao omitir informações.

Espaço

O Honda manteve no novo Fit o trunfo da praticidade do interior, batizado de sistema ULT (Utility, Long e Tall). Uma das sacadas é a possibilidade de rebater os bancos traseiros e transformar o porta-malas em algo capacitado para levar objetos de até 1,72 m de comprimento. Em contrapartida, o Livina leva maior volume no porta-malas quando os bancos estão posicionados na mesma configuração: 449 l contra 384 l.

O espaço para as pernas do passageiro do banco traseiro também é maior no Livina. De olho nos números, o carro da Nissan tem 2,60 m de entreeixos e o da Honda, 2,50 m. É essa diferença, de 10 cm, que dá a vitória ao Livina neste item.

Vida a bordo e ergonomia

A versão de entrada do Livina carece de alguns itens de conforto que acabam influenciando na ergonomia. O assento não conta com sistema de regulagem de altura e o volante não tem ajuste de profundidade. Outro ‘pênalti’ do Nissan é a falta de regulagem da altura do cinto de segurança. Todos os itens citados acima estão presentes no Fit. O volante do Honda tem uma empunhadura melhor e o banco traz um formato ergonômico, com uma sutil inclinação à esportividade.

Por utilizar alguns itens do Renault Logan, o Livina também perde no quesito acabamento. As alças das portas não são cromadas e o painel oferece leitura simples. Por lembrar o Civic, o Fit acaba se favorecendo quando o assunto é conforto e acabamento.

Consumo e manutenção

A Nissan declara que o Livina faz 12,8 km/l de gasolina e 7,7 km/l de álcool na cidade. Nas rodovias, a empresa declara que a minivan faz 17,5 km/l de gasolina e 10,5 km/l com álcool. Com o WebMotors, abastecido a álcool, o carro marcou 5,9 km/l na cidade e 10 km/l na estrada.

Apesar de a Honda não divulgar o consumo do Fit, ele fez no circuito urbano 7,5 km/l e 12 km/l na estrada. Nas duas situações o carro estava abastecido a álcool. Neste caso o Fit mantém a fama de econômico, mesmo quando está equipado com câmbio automático.

O Honda Fit recebeu três estrelas do CESVI (Centro de Experimentação Viária) no item segurança. Já na categoria visibilidade o automóvel japonês recebeu quase a nota máxima, 4,5. O Livina obteve metade das estrelas do Fit no quesito segurança e três estrelas no item visibilidade.

No índice reparabilidade, o Nissan Livina venceu os concorrentes Chevrolet Meriva e Fiat Idea. A Honda não tem a avaliação do Car Group, que mostra qual é o veículo mais em conta de se reparar na hora de um sinistro. Empate técnico, pois o Fit gasta menos combustível que o Livina, mas na hora do reparo e do seguro o carro da Nissan se sai melhor.

Estabilidade e dirigibilidade

As estrelas conquistadas na categoria segurança refletem bem aqui. O Honda Fit é estável e oferece um alto grau de dirigibilidade. Os pneus 175/65 R15, com rodas de liga-leve, e a suspensão transmitem ao motorista segurança para qualquer tipo de tocada.

O Nissan Livina não fica muito longe, mas peca pelos pneus maiores, 185/65 R15, e pela reação do conjunto. O Honda traz de série freios com ABS e EBD, que favorecem em muito o automóvel.

Como fica o bolso

O Nissan Livina custa R$ 46,69 mil. Ele vem equipado com os seguintes acessórios de conforto e segurança: direção elétrica, travas, vidros e retrovisores elétricos, ar-condicionado e airbag do motorista. Os principais opcionais do Livina de entrada são: roda de liga-leve, sistema de freios com ABS e EBD e faróis de neblina.

A versão SL do Nissan, que é equipada com estes equipamentos, tem um valor sugerido de R$ 51,49 mil. O Honda Fit EX com câmbio manual tem um valor sugerido para o Sudeste de R$ 51,84 mil. Já o Fit LX automático custa R$ 55,62 mil.

Para assegurar o monovolume da Honda durante um ano, um homem casado, residente em São Paulo, precisa de R$ 2,26 mil. Já para o Livina a mesma pessoa precisa de R$ 2 mil.

Prazer ao dirigir

O Nissan é um recém-chegado e é natural que ganhe confete nos semáforos. Seu tamanho e estilo robusto chamam a atenção nas ruas. Dirigir o Livina é prazeroso. Os pontos negativos estão na posição de dirigir e no ruído interno. Os tópicos positivos estão no espaço interno, no bom motor e na praticidade de usá-lo no dia-a-dia.

O Honda Fit leva a fama do sucesso construído por sua primeira geração. Ele está melhor que a anterior. Logo, evoluiu e muito. O estilo de condução e os equipamentos do automóvel japonês são os itens que se sobressaíram.

Conclusão

Coloque a balança os itens de sua preferência e avalie. O Honda Fit venceu nas categorias: design, vida a bordo e desempenho e em estabilidade e dirigibilidade. O Livina venceu nos itens: motor e desempenho e espaço. No item consumo e manutenção houve um empate técnico. O Fit ganhou na bomba de gasolina é o Nissan na hora do reparo. Outro empate técnico ocorreu na hora de meter a mão no bolso.

O Fit é mais caro, porém ele é mais equipado. Se o Livina fosse equipado com ABS e EDB o seu valor ficaria próximo do Fit manual, R$ 51,49 mil contra R$ 51,84 mil. Mas se for levado em conta a versão avaliada, a vitória fica com o Livina que custa cerca de R$ 5 mil a menos. Um empate técnico com três vitórias em cada item. Quem quer um modelo espaçoso e mais barato deve ficar com o Livina. Quem quer um econômico e bom de dirigir, com o Fit.

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