quarta-feira, 3 de junho de 2009

Propaganda enganosa?

Colunista - Anelisa Lopes

Anelisa Lopes

Formada pela PUC-SP, a jornalista Anelisa Lopes, 27 anos, nem sempre preferiu as bonecas aos carros. Há quatro anos em contato com o jornalismo automotivo, já teve a oportunidade de conhecer de perto uma infinidade de modelos, de diversas marcas e segmentos

Para escrever a coluna de hoje, aproveitei o gancho do último texto do colega Fernando Pedroso, quando ele cita a propaganda do Hyundai i30. Para quem ainda não viu, durante o comercial, o modelo é comparado com Mercedes-Benz, BMW Série 1 e carros ingleses. Para nós, jornalistas automotivos que respiramos carros, ou mesmo para especialistas no assunto, é um pouco de ofensa contra os consumidores fazer tal relação.

Não estou desmerecendo o i30. Não tive a oportunidade de dirigi-lo ainda, mas o vi no Salão do Automóvel e, sinceramente, não me causou grandes emoções. Briga no segmento de hatches médios, composto por Ford Focus, Chevrolet Astra, Fiat Stilo, Nissan Tiida, Citroën C4, Peugeot 307, VW Golf e Subaru Impreza.

É muita pretensão se colocar no meio de Mercedes-Benz e companhia. Para quem já entrou e pôde dirigir um alemão, sabe bem do que estou falando. Essa não é a primeira vez que a Hyundai fez comparações do tipo. Assim que o Azera foi anunciado, citaram Lexus 350, Mercedes-Benz Classe C e BMW Série 7 na comparação. Alguém já esteve a bordo do Lexus 350 e do Série 7? Sem comentários...

Já no anúncio do Vera Cruz, a marca foi notificada por um órgão de propaganda por citar equipamentos de série que não estavam disponíveis no mercado brasileiro. A própria Kia já deu queixa contra a Hyundai por não citar o Sportage como rival do Tucson durante um comercial. Os dois modelos são feitos sobre a mesma plataforma. Resumindo, o Conar suspendeu a veiculação do anúncio. Dessa vez, a briga ainda foi dentro de casa...

Quem, há um ano e meio, dois anos, não se sentiu tentado a comprar um Tucson? Bonitinho, bom custo-benefício... Diversos amigos vieram me perguntar a respeito do carro. Eu não tenho nada contra nem a favor, mas, sem sempre dizia para quem comprasse, que rezasse para não precisar da assistência técnica depois. Serviço que a prima do meu namorado teve de engolir.

Ela foi uma das primeiras a comprar um Azera, no início do ano passado. Na época, dirigi o carro. Pelo preço, convidativo, mas, olhando a concorrência (Honda Accord, Toyota Camry, Ford Fusion...) fica para trás. Bom, o caso foi que bateram no carro dela. Moradora de Uberaba (MG), ficou três meses à espera da peça, ou seja, com o carro parado na garagem. Perdeu as contas de quantas ligações teve de fazer para a Caoa, distribuidora oficial da marca no Brasil. Nem sei que fim levou a história, mas, com certeza, a alegria da compra já deve ter ido embora faz tempo...

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