Crescem grau de profissionalização e oficinas para adequação de veículos a motoristas portadores de necessidades especiais. Opções são incrementadas por novas tecnologias
Leonardo Amantino de Moura/Helio Adaptacoes/Divulgação |
Acelerador em forma de aro no volante |
Veja mais fotos de adaptações!
"Os pedais continuam no carro, mas eu só posso dirigir veículo com adaptação", conta Benjamim, explicando que decidiu mandar adaptar o carro da esposa, mesmo não tendo direito, no momento da compra do veículo, à isenção de impostos garantida ao portador de necessidade especial Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). "Quando comprei o meu carro, eu tive todas as isenções, mas ainda não venceu o prazo (três anos) para que pudesse trocá-lo, então comprei o da minha esposa sem as isenções, mas mandei adaptá-lo, para que também possa dirigi-lo", conclui.
Tipos
Responsável pelas adaptações dos veículos de Benjamim Baeta, o empresário Luiz Paulo Lamy de Miranda, da Pinguim Centro Automotivo, representa, em Belo Horizonte, a marca Cavenaghi, uma das referências em adaptação de veículos para portadores de necessidades especiais. Ele explica que, além das adaptações consideradas padrão, como a realizada para Baeta, existem os projetos especiais, em que as alterações são feitas de acordo com cada motorista. "É muito difícil ver uma pessoa com a exata necessidade da outra, pois normalmente as sequelas são diferentes", diz. Daí a importância de procurar as lojas para conhecer bem o que vai ser feito. "É um tipo de compra que não se faz por telefone. É preciso ver os equipamentos, discutir o caso, que pode ser bem particular, e prestar atenção na qualidade das peças", completa Luiz Paulo.
Beto Novaes/EM/D.A Press e Jackson Romanelli/EM/D.A Press |
Embreagem computadorizada automatiza a transmissão do veículo. "Os pedais continuam no carro, mas eu só posso dirigir veículo com adaptação", Benjamim Teixeira Baeta, advogado |
Os tipos de adaptação mais comuns são, além do pomo giratório ou dispositivo esférico e acelerador e freio manuais, o acelerador esquerdo (o comando é invertido para o lado esquerdo do pedal de freio, em caso de deficiência na perna direita) e a embreagem computadorizada (automatiza a transmissão do carro, a exemplo dos atuais câmbios Dualogic, da Fiat, e Easytronic, da GM). Menos requisitados são o controle de comandos elétricos, uma espécie de controle remoto, também fixado próximo ao volante, com os comandos de limpador de para-brisa, sinalizadores de direção etc; e os pomos especiais de dois ou três pontos, que facilitam o encaixe da mão, quando há problemas de articulação.
"Fazemos também o prolongamento da alavanca de câmbio, que vai depender da altura da pessoa e do braço; ou dos pedais, para casos de nanismo, por exemplo. São várias as possibilidades e tudo é de acordo com o motorista. A pessoa tendo dois dos quatro membros, posso colocá-la dirigindo", enfatiza.
Novo
No mercado de adaptação desde 1972, Helio Antônio de Moura, da Helio Adaptações Veiculares, era o responsável também pela fabricação das peças. Realidade que muda a partir da próxima semana, para quando está prevista a chegada dos produtos Guidosimplex, fruto da parceira com a empresa italiana fabricante de equipamentos para portadores de necessidades especiais. "Agora vamos trabalhar só com esses produtos. É uma linha muito grande, com mais de 500 opções. O custo vai mudar um pouco, mas a qualidade também", diz o gerente Leonardo Amantino Moura.
Segundo Leonardo, a linha já apresenta algumas novidades, como embreagem eletrônica; pomo giratório com manopla retrátil (pode ser retirada para facilitar a direção de motorista sem necessidade especial); acelerador de aro sobre (ou sob) o volante; banco giratório para o motorista; caixa para transporte de cadeira de rodas acoplada ao teto (por controle remoto, o próprio cadeirante pode guardar a cadeira).
E, para o ano que vem, Leonardo espera mostrar outra inovação, que já é realidade na Europa: "Um tetraplégico pode dirigir por meio de joystick. Pretendo mostrar a tecnologia na feira de reabilitação (Reatech) do ano que vem e trazer o produto dentro de dois ou três anos", diz.
Artesanal
Já Laudelino Pereira de Morais, proprietário da oficina Mecânica Sayarah, continua produzindo as próprias peças (em torno de 80%) e fazendo o trabalho de adaptação, com o qual trabalha há 23 anos. Atualmente, como no caso dos equipamentos industrializados, seu foco maior está nas adaptações que facilitam a direção para quem tem problema nas pernas. Mas Laudelino vai mais longe e está prestes a terminar um trabalho que permitirá ao motorista dirigir sem os braços. "O equipamento está para ser lançado. Estou apenas aguardando a regulamentação. Muita gente depende disso e ainda não vi empresa nenhuma voltar a produção para dirigir com as pernas", diz, explicando que comandos de direção e sinalização também podem ser feitos por quem não tem os braços.
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Serviço
A adaptação é indicada pela comissão de exames especiais do Detran e só de posse da nota fiscal da transformação é que o motorista consegue a isenção do IPVA (IPI e ICMS são requeridos antes, uma vez que implicam a compra do carro.) Depois de adaptado, o carro tem que passar por vistoria em empresa credenciada pelo Inmetro e só assim é autorizado a circular. Mas algumas empresas de adaptação já entregam o carro com a vistoria realizada. O motorista que já era habilitado antes da deficiência tem que fazer novo exame de direção.
Pinguim Centro Automotivo: (31) 3334-5800/3292-8888
www.pinguimarcondicionado.com.br
www.cavenaghi.com.br
Helio Adaptações: (31) 2526-1569
helioadaptacoes@gmail.com
www.guidosimplex.it
Mecânica Sayarah: (31) 3592-9309/1859
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