terça-feira, 14 de julho de 2009

Engodo - Não leve tinta

Carro novo não precisa de proteção na pintura, pois já sai de fábrica com o devido tratamento, que dispensa a chamada cristalização. Gastar com isso é jogar dinheiro fora

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Existem vários processos de repintura, mas é preciso tomar cuidado com o tipo de lixa para não danificar a pintura
Enquanto as moças gastam a lábia para dourar a pílula e vender processos de proteção à pintura nas concessionárias, os proprietários de carros zero que acreditam na conversa gastam dinheiro sem necessidade. O gerente de suporte técnico às vendas da Basf (fabricante de tintas automotivas), José Tenalva, explica que o carro zero tem a pintura nova, que não foi exposta a nenhuma intempérie, como chuva, chuva ácida, limpeza com produtos químicos e poeira e, por isso, não precisa de qualquer tipo de proteção especial.

A nomenclatura com que os serviços são chamados varia de um local para outro (ver quadro), mas o cuidado do consumidor deve ser o mesmo, principalmente quando o carro é novo. Em uma concessionária Volkswagen, o serviço chamado de 'proteção à pintura' executado em um Gol leva cerca de quatro horas e custa R$ 200 e, segundo a vendedora, serve para "deixar a pintura com textura suave e brilho". Mas, para Tenalva, se o carro for novo isso é conversa fiada: "Não acrescenta mais brilho, pois o carro novo já tem o brilho máximo".

Tenalva explica que o processo de polimento é agressivo, pois usa produtos abrasivos, que não chegam a retirar o brilho, mas removem um pouco da camada de pintura. O ideal, segundo ele, é procurar esse tipo de serviço somente quando a pintura já está muito danificada. "Imagine um carro com a pintura calcinada, com exposição a raios ultravioletas, muito prejudicada. Nesse caso, o polimento remove essa camada superficial e devolve o brilho", explica Tenalva. Não existe um período preestabelecido para usar os processo de melhoramento da aparência da pintura, pois depende da exposição do carro as intempéries, da conservação e do tipo de procedimento para lavar.

Sol

Outro fator que ataca muito a pintura é a radiação ultravioleta. Tenalva explica que toda tinta, seja ela a original seja a usada no mercado de repintura, sai de fábrica com absorventes dos raios de sol, semelhantes aos usados nos protetores solares que as pessoas passam no corpo. "Com o tempo, essa proteção acaba, principalmente nas regiões em que a radiação solar é muito forte", explica. Tenalva explica que, para conseguir um bom desempenho, os painéis de teste das tintas são enviados para Flórida, nos Estados Unidos, região com muita névoa salina e grande índice de radiação ultravioleta.

Dicas
Para conservar a pintura, o diretor de pós-vendas da Chevrolet, Mário Pacheco, recomenda nunca lavar o veículo com sabão em pó, querosene e diesel, pois essas substâncias agridem a pintura original. O ideal é sempre usar xampu neutro e após a limpeza usar uma cera para proteger a pintura. Para remover sujeiras mais complicadas, como piche, por exemplo, pode-se usar querosene, mas deve-se lavar rapidamente em seguida para não queimar a pintura. Esse processo deve ser feito ao abrigo do sol.

Outra dica simples, ressaltada por Pacheco, é, sempre que possível, guardar o veículo em local coberto, sem a ação direta dos raios de sol. O uso de capas de proteção contribui para minimizar os efeitos maléficos da radiação na pintura, que provoca ofuscamento e perda de brilho.

DEFINIÇÕES

Cristalização
Criação de película fina (filme) com uso de produtos após o polimento;

Espelhamento
Pode ser sinônimo de cristalização, usado para ressaltar o efeito do brilho;

Polimento
Usado quando o carro repintado precisa remover contaminações do processo de repintura;

Enceramento
Técnica manual, com uso de algum tipo de cera, que deve ser feita após a lavagem do carro;

Revitalização
Revitalizar o brilho da pintura, com o processo do polimento.

Fonte: Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) e Chevrolet

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