quarta-feira, 15 de julho de 2009

Socorro - Solução quase mágica

Pneu só fura, sob tempestade, quando o motorista está em traje de gala e obriga a prática de contorcionismo. Mas há artifícios para deixá-lo chegar limpo à festa

CNSV/Divulgação
Imagem do Centro Nacional de Segurança Veicular mostra reparo inadequado feito em pneu de automóvel
Mesmo não sendo tarefa das mais complicadas, trocar o pneu do carro não é divertido. Principalmente quando fura durante tempestade ou num lugar ermo e perigoso. Sujar as mãos, molhar, agachar, fazer força, suar, descarregar o porta-malas para alcançar o estepe, ter que comprar um pneu novo no meio da estrada... Será que não tem algum jeito mais simples para resolver o problema?

Uma solução quase mágica é o selante de pneu, que promete vedar furos de até seis milímetros. Além de o pneu não precisar de reparo, essa solução não expõe os ocupantes ao risco de perder a direção do veículo. Existem diversas marcas no mercado. O Ride-On é um gel que tem a vantagem de aderir uniformemente à parte interna da banda de rodagem do pneu. Com isso o balanceamento, que deve ser executado antes da aplicação do produto, não fica comprometido. O custo desse serviço em veículos compactos é a partir de R$ 230.

Outro selante disponível é o Pneu Life. Mais barato, cerca de R$ 64 para um compacto, o produto é líquido e não adere à parte interna do pneu. A empresa que aplica o produto recomenda a já levar o veículo balanceado. Vale ressaltar que esse tipo de solução só é eficaz se o furo se der na banda de rodagem do pneu. Entre as vantagens, os fabricantes garantem que com o selante o pneu demora mais a perder a calibragem e ainda dura mais porque passa a trabalhar em menores temperaturas.
Ride-On/Divulgação
O selante que se adere à parte interna da banda de rodagem não compromete o balanceamento do pneu

De acordo com Flávio Santana, da Michelin do Brasil, os selantes são considerados um reparo provisório porque, no caso dos produtos líquidos, podem comprometer o balanceamento dos pneus, além do risco de reação do produto com a borracha ou a roda. Santana explica que o único reparo recomendado é o PRP (peça de reparação de pneu), que é uma peça de borracha colocada de dentro para fora, depois que o furo é limpo e preparado, fixada com uma cola especial.

Segundo o gerente da Michelin, os reparos recomendados variam de acordo com o limite de velocidade dos pneus. Os pneus de baixa velocidade (com código S, de limite até 180 km/h, e T, que rodam até 190 km/h) permitem qualquer número de reparos na banda de rodagem e apenas um na lateral. Os de média velocidade (com código H, limite até 210 Km/h, e V, que rodam até 240 km/h) não permitem reparo na lateral e apenas um na banda de rodagem. Já os pneus de alta velocidade (de código W, que rodam até 270 Km/h, Y, que rodam até 300 km/h, e ZR, que não tem velocidade limitada) não permitem qualquer tipo de reparo.

Macetes
Agora, se o pneu realmente perdeu o ar e por algum motivo o estepe não está disponível, existem outros tipos de solução. A mais antiga é manter um cilindro de ar dentro do porta-malas para acudir aquele pneu murcho, ou que está perdendo o ar devagar, até chegar a uma borracharia. Outro produto semelhante é um minicompressor de ar, ligado na tomada de 12 volts do carro, que geralmente vem acompanhado de um calibrador. Em último caso, existe uma mangueira com uma válvula de cada lado para o pneu vazio receber ar dos demais pneus.

Alguns modelos mais sofisticados usam um estepe de emergência (que não deve ser utilizado acima de 80 km/h), que é guardado vazio para economizar espaço e também inflado com um pequeno compressor de ar. Outros modelos nem sequer vêm com o pneu sobressalente, e sim um kit com uma espécie de selante, que também deve ser usado apenas em situações de emergência. Problema é o que fazer se o pneu se rasgar. Neste caso, a solução é só outro.

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