Conheça prós e contras dos sistemas para desembaçar os vidros do carro, fenômeno comum nos dias frios ou chuvosos, que obrigam os motoristas a fechar as janelas
Cristina Horta/EM/D.A Press |
Frente aos perigos de visibilidade precária, sistema eficiente para desembaçar os vidros pode ser considerado item de segurança |
Italo Queiroz de Souza, engenheiro de produto da General Motors do Brasil, explica que a performance do desembaçamento dos automóveis depende das condições ambientais e do design desse sistema. O embaçamento é um fenômeno causado por minúsculas gotas de água que se depositam nos vidros do automóvel. Isso atrapalha a visibilidade do motorista porque essas gotículas geram a refração da luz. Os principais fatores que envolvem esse fenômeno são a temperatura do ar, a umidade relativa do ar e a temperatura do vidro.
Orvalho
Dependendo da combinação, esses três fatores podem gerar no vidro o ponto de orvalho que permite a condensação do vapor d'água presente na cabine e o embaçamento. Quanto maior for a umidade relativa do ar, causada também pela respiração dos ocupantes, mais fácil será chegar ao ponto de orvalho. Outro fator fundamental é a temperatura do vidro. Quanto menor a temperatura dos vidros, mais fácil de se condensar o vapor d'água. Se a temperatura dentro da cabine for alta, principalmente com alta umidade relativa (situação de chuva tropical por exemplo), o ponto de orvalho aumenta muito.
Tipos
Nos veículos brasileiros existem três tipos de sistema para desembaçar os vidros. O que está presente em todos os carros é o ventilador, considerado o menos eficaz. Nele o vento age por meio da diluição da umidade próxima ao para-brisa, mas para isso acontecer o ar externo deve ter umidade relativa menor do que a do interior do veículo. Como esse sistema não tem eficácia garantida em algumas situações, quem conta apenas com o ventilador (principalmente o de duas velocidades) deve usar toalhas de papel, que são mais absorventes que as flanelas. Também existem produtos que dificultam o embaçamento dos vidros.
Aquecimento
Já o sistema de aquecimento é mais eficiente. Com ele, o ar aquecido diminui a umidade relativa e ainda aquece o vidro, impedindo o choque térmico do ar úmido no vidro frio. É o mesmo fundamento do desembaçador do vidro traseiro, que nada mais é que uma resistência que aquece o vidro. Normalmente esse sistema de fluxo de ar tem três ou quatro velocidades, que também facilita o trabalho. O ar quente funciona melhor em países frios e secos, já que em países quentes e úmidos como o Brasil o ar que entra pode ficar saturado.
Neste caso, o desembaçamento se dará somente por causa do aquecimento do vidro. Outro inconveniente é o desconforto de se submeter ao ar quente em dias abafados. Vale lembrar que não é possível contar com o ar quente enquanto o motor estiver frio porque esse sistema usa justamente a temperatura do motor. Por essa razão sua eficiência imediata se dá quando o carro já está em funcionamento, caso contrário será necessário esperar alguns minutos.
Condicionado
Mas o sistema mais eficiente é o ar-condicionado, que elimina a umidade do ar porque este passa por um componente muito frio (entre 1°C e 5°C), chamado evaporador, em que a umidade se condensa e é drenada para fora do veículo. Por isso, a umidade relativa do ar da cabine diminui consideravelmente e os vidros desembaçam rapidamente. Vários carros têm um sistema automático de desembaçamento que, além de ligar o ar-condicionado, direciona ar quente para os vidros.
Outro ponto importante é o embaçamento externo do vidro. Para evitá-lo, o condutor não deve direcionar o ar-condicionado frio por muito tempo para o para-brisa para não condensar o ar de fora. Para desembaçar basta ligar o limpador de para-brisa intermitente. De acordo com Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços da Ford, é difícil falar sobre o tempo de desembaçamento de cada sistema porque depende de quanto o ar está úmido e da dimensão do veículo.
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