terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os cuidados com os importados




Os cuidados que você precisa ter ao comprar um hoje no Brasil

Os carros importados bateram um recorde de vendas neste ano. Há quem diga que o feito foi alcançado apesar da crise. Outros o atribuem a ela, pois a turbulência no mercado teria causado uma corrida aos importados com preço velho. Tudo bem que 80% deles vêm da Argentina, mas mesmo assim é a maior participação de mercado (15,7%) desde que o dólar passou a ter câmbio flutuante, em janeiro de 1999. Foram vendidas no primeiro trimestre 104 608 unidades, marca recorde para o período, o que representa uma média mensal de 34 869 carros, superando a média de 2008, de 26 939 carros, e o antigo recorde de 1995 (30 754 unidades), segundo cálculo da agência AutoInforme.
“Hoje há uma oferta muito maior, que tem a ver com o reposicionamento de alguns importados, como o Honda CR-V, que passou a vir do México, ficando mais barato. Outro exemplo são veículos da Volkswagen, que muita gente compra achando que são nacionais, mas são importados”, diz Luiz Carlos Augusto, diretor de vendas e marketing da consultoria Jato do Brasil. Segundo ele, vários importados foram trazidos com o dólar entre 1,75 e 1,90 real e, quando o dólar subiu na crise, houve campanhas de carros com preços “antigos”, o que ajudou a incrementar as vendas.
Custo BrasilQuem vai comprar deve ficar atento a vários aspectos antes de embarcar em seu primeiro importado, como o tamanho e a estrutura de assistência técnica do modelo no país. “Não é um bicho de sete cabeças, pois em geral há atendimento em pontos estratégicos. Mas isso revela uma tendência de o preço da manutenção ser mais alto”, diz Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive.
Mas os importados costumam levar vantagem na garantia de fábrica, que costuma ser mais extensa, uma vez que os veículos são feitos para atender a mercados exigentes, como Estados Unidos e Europa. Os destaques são Kia, Hyundai e Subaru, que oferecem cinco anos para a maioria de seus veículos. Por outro lado, é preciso ver antes o quanto essa garantia vai pesar no bolso, já que peças de importados costumam ser mais caras. O dono de um chinês Effa M100, por exemplo, gasta 960 reais com manutenção até os 30 000 km, enquanto um Fiat Mille requer um desembolso de 495 reais no mesmo período, diferença de 48,4%. No caso de peças afetadas por uma batida, a vida do motorista pode se complicar ainda mais: um reparo que dependa da encomenda de uma peça pode levar de 15 a 40 dias de espera.
Mas há um detalhe a ser observado nessa situação: se o modelo importado também é fabricado no Brasil (caso do Siena e do Classic) ou se é uma versão que compartilha quase todas as suas peças com algum nacional (caso da SpaceFox), pois o preço e disponibilidade de peças, e até sua desvalorização, seguem o padrão de um nacional.
Outro cuidado é verificar se o veículo tem o mesmo ano e modelo. Não é raro encontrar em uma concessionária um importado modelo 2009 fabricado em 2008. Dependendo das alterações que há entre um ano e outro, é preciso pedir um bom desconto para compensar a desvalorização.




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