sexta-feira, 18 de abril de 2008

Combustíveis adulterados: evite os riscos deste descuido

Como o barato pode sair caro, a primeira recomendação é: não se deixe enganar por preços muito baixos. Os postos de gasolina, em sua maioria, trabalham com margens pequenas de lucro. Grande diferença de preços numa mesma região pode ser um sinal de que algo está errado com o combustível.Além do veículo perder desempenho e, conseqüentemente, consumir mais combustível, o consumidor pode ser obrigado a gastar ainda mais com uma oficina, uma vez que o combustível adulterado representa um risco para o bom funcionamento do carro.O advento dos carros flexíveis em combustível trouxe uma nova situação. Como os “flex” podem rodar com gasolina e álcool puros ou misturados, alguns postos misturam o combustível vegetal ao fóssil. O motor funcionará sem problemas, mas o prejuízo será no bolso do consumidor. Risco haverá para carros “inflexíveis”, que rodem apenas com gasolina.ConseqüênciasA primeira conseqüência de quando se abastece o veículo com combustível de má qualidade é sentida no desempenho do motor. O engenheiro mecânico e professor da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Celso Argachoy explica: “quando se adiciona álcool à gasolina, o consumo do carro aumenta, devido às características do álcool”. “A médio prazo”, continua Argachoy, “as conseqüências se agravam e prejudicam o desempenho e vida útil dos componentes do motor”. Como é feita a adulteraçãoA adulteração mais comum operada na gasolina é a adição de solventes, principalmente os de borracha, e o aumento do porcentual de álcool anidro maior que o permitido por lei (25%). Quando isso ocorre é mais fácil de identificar o problema com o combustível, pois o consumo do carro irá aumentar, devido às características do álcool. No caso do álcool, de acordo com o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), fraudadores utilizam duas formas: adicionam água ao álcool hidratado, ultrapassando o limite especificado. Antes a fraude era praticada utilizando-se álcool anidro (usado na mistura da gasolina) com adição de água, tornando-o álcool hidratado. Essa fraude tornou-se dificultada com a mistura de um corante alaranjado ao anidro. Basta ficar de olho: o álcool combustível deve ser incolor; caso esteja com cor laranja, é o “molhado”. Fuja dele – e denuncie o posto.Para adicionar álcool à gasolina, o processo é mais simples. Os fraudadores podem realizar esse processo no próprio posto. Já para adicionar solventes, a “especialização” está cada vez mais sofisticada – já se consegue balancear a densidade do solvente com a da gasolina tornando a identificação da fraude possível somente em laboratório. O álcool adulterado é mais fácil de identificar através do “termodensímetro” (aparelho que mede a densidade do álcool), já presente em todos os postos.Quanto ao GNV, o Sindicom não possui registro de qualquer tipo de fraude envolvendo esse produto. Segundo o consultor técnico da Texaco Rogério Mesquita, é praticamente impossível adulterar o gás natural: “o GNV é mais difícil de ser adulterado porque é canalizado desde a distribuidora até os postos. Não há estoque e não há produto para ser adicionado ao gás”, explica Mesquita. Para escapar dos piratasEspecialistas recomendam que, antes de mais nada, o motorista procure abastecer sempre no mesmo posto e exigir nota fiscal. É importante tomar esses cuidados, pois, caso haja dúvida sobre a qualidade da gasolina, o consumidor saberá onde voltar para fazer a reclamação. Outra recomendação é usar preferencialmente gasolina aditivada, que contém detergentes que limpam o motor e sempre ficar atento às recomendações da fábrica.O ex-piloto e proprietário de escola de pilotagem Roberto Manzini também recomenda abastecer sempre no mesmo posto e ainda verificar o consumo de combustível no trajeto que se percorre no dia-a-dia. “Se o veículo apresentar consumo diferente num trajeto que se percorre normalmente, é motivo para desconfiar do combustível”, afirma Manzini.De acordo com dados do Sindicom, o consumidor pode exigir que seja realizado o teste de qualidade do produto. Os postos de serviço são obrigados pela legislação (Resolução ANP 248 art.8º ) a realizar as análises dos combustíveis sempre que solicitado. Para isso, todos os postos devem possuir equipamentos para realização de teste de teor alcóolico na gasolina, a pedido do consumidor (bureta graduada e o recipiente graduado para testar a vazão da bomba). Se o posto se nega a fazer isso, o consumidor deve informar o ocorrido à Agência Nacional do Petróleo (ANP) 0800-900-267.Hoje, as maiores distribuidoras desenvolveram programas de controle de qualidade, colocando marcadores químicos e corantes nos combustíveis. Além disso, laboratórios móveis visitam periodicamente os postos e analisam os combustíveis para verificar sua qualidade e origem. Vale lembrar que qualquer distribuidora é obrigada pela ANP a fornecer um Boletim de Conformidade (para cada fornecimento) que atesta a qualidade do combustível entregue ao posto. Este documento deve ser apresentado pelo dono do posto quando exigido por um consumidor.Também possuem serviços de atendimento ao consumidor, via iInternet ou por telefone, que disponibilizam a relação de seus postos em qualquer cidade do país. A ANP mantém em seu site a relação preços praticados no país, bem como os postos não apresentam nota fiscal de compra.
Denúncias e Reclamações
Agência Nacional do Petróleo (ANP) www.anp.gov.br Tel: 0800-900267
Distribuidoras Esso www.esso.com.br Tel: 0800-117991
Ipiranga www.ipiranga.com.brTel: 0800-235805
Petrobrás (BR) www.br-petrobras.com.br Tel: 0800-789001
Shell www.shell.com.br Tel: 0800-781616
Texaco www.texaco.com.br Tel: 0800-212233

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