sábado, 25 de abril de 2009

Hora da verdade para os veículos


Começou sexta-feira o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular
Depois de quase três anos de espera, finalmente o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) começou na 6ª. feira, 17 de abril, de forma ainda tímida. Vários órgãos governamentais movimentaram-se para implantar esse controle de consumo de combustível que há muito deveria ter sido objeto de atenção. A operacionalidade coube ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) com apoio institucional do Conpet (Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural) vinculado à Petrobras.

Em meados da década de 1980 o Ministério das Minas e Energia havia lançado o PECO (Programa de Economia de Combustível) com metas de melhoria nos motores. Na época, os quatros únicos fabricantes de automóveis aderiram e cumpriram os objetivos. Pena que durou apenas três anos. O assunto só voltou à baila no Salão do Automóvel de São Paulo em 2006. Sofreu atrasos burocráticos e suscitou muitas discussões sobre o enquadramento dos modelos por categorias: subcompactos, compactos, médios, grandes, esporte, fora-de-estrada e picapes. O critério é a área projetada no solo. A indústria atribuiu parte do atraso ao início, em 1º de janeiro, da fase atual de controle de emissões veiculares.

O PBVE não estabelece redução de consumo, mas aposta que exigências do consumidor farão com que as fábricas se mexam para ajustar os motores. O Brasil era o único país com um mercado de peso – sem a crise econômica estaríamos acima de três milhões de unidades anuais – onde a maioria das empresas não informava dados de consumo. Alegavam sofrer questionamentos na Justiça sobre os indicadores obtidos nas bancadas de testes em relação à vida real.

Trata-se mais de conveniência do que justificativa. Tanto que a ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) traz em destaque que se trata de valores referenciais medidos em laboratório. Pela repetibilidade é o melhor instrumento de comparação. A coluna defende que a ENCE deveria ser obrigatória, a exemplo de EUA, China e Japão (em outros países é voluntária, como aqui). Mas tem o viés positivo de mostrar, agora, quem desrespeita o consumidor. Além de todos os importadores (salvo a Kia), sonegam informações: Citroën, Ford, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Renault e Toyota. O Inmetro divulgará os consumos em outubro de cada ano (agora ocorreu uma prévia). Haverá adesões no segundo semestre.

Na escala do melhor (nota A) para o pior (nota E), Gol (1,0), Fit (motor 1,4, manual), Mille (1,0), Picanto (1,0) e Polo Bluemotion (1,6) foram campeões. Estão mal na foto (E): Palio (1,4 e 1,8), Idea (1,4), Siena (1,8). A Volkswagen saiu-se, claramente, melhor. A Chevrolet, na intermediária (C). No total, 24 de 31 modelos já podem usar a etiqueta.

Os resultados – hora da verdade – desmistificam que um motor de apenas 1 litro de cilindrada é, de fato, vantajoso em relação ao de 1,4. Considerando a relação desempenho/consumo, o de maior cilindrada mostra-se adequado. O Mille é exceção por se tratar de um carro de menor peso e poucos opcionais. Também refletem que uma carroceria monovolume ou mais pesada cobra seu ônus em termos de consumo.

RODA VIVA

BRASIL subiu uma posição no ranking mundial de vendas de veículos, ao final do primeiro trimestre deste ano. As 670.000 unidades estão quase 60.000 à frente da França. China lidera: 400.000 acima do segundo colocado, os EUA, seguidos por Japão e Alemanha. Rússia, que terminou 2008 com pequena vantagem sobre o Brasil, despencou para a décima colocação.

APESAR de desistências de grandes expositores em razão da crise financeira, a Automec, feira de autopeças, equipamentos e serviços, atingiu os objetivos. Realizada a cada dois anos em São Paulo, deu oportunidade a exportadores asiáticos que antes tinham pouco espaço disponível. Atrai mais o publico profissional e esse compareceu como sempre.

TAMBÉM foi anunciado na Automec a volta da certificação ASE, instrumento de aperfeiçoamento da mão-de-obra de mecânicos e técnicos. Programa ficou interrompido por dois anos e agora está sob responsabilidade da Associação Brasileira das Reparadoras Independentes de Veículos (ABRIVE). Oficinas com esses profissionais têm sido valorizadas no mercado de manutenção.

PROPOSTA honesta e preço muito interessante (R$ 70 mil) fazem do Kia Magentis um competidor a considerar na faixa superior dos médios (Passat, Fusion, etc.). Além do motor de 2 litros mais potente (164 cv) do segmento, o interior tem bom acabamento e característica singular: tudo o que se procura a bordo está colocado onde qualquer motorista espera encontrar.

DIFÍCIL para o Contran, sem briga judicial, impor os rastreadores nos veículos seguindo cronograma a partir de agosto próximo. Primeiro round foi vencido pelo Ministério Público Federal graças à liminar obtida pelo procurador Márcio Araújo. Mas o juiz Douglas Gonzales não proibiu os bloqueadores antifurto.

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