quinta-feira, 7 de maio de 2009

Não compre no escuro - Citroen Xsara Picasso

Esse monovolume foi lançado em abril de 2001 e vai para seu sétimo ano de mercado sem grandes mudanças. O estilo ousado e as soluções inteligentes – como o carrinho, localizado no porta-malas e já inexistente desde 2002, e as mesinhas dobráveis – o fez cair no gosto do público. É disponível em duas opções, a básica GLX e a top Exclusive. De série ambas trazem airbag duplo frontal e lateral, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, direção hidráulica etc. Ao Exclusive sobram, para diferenciá-lo do básico, faróis de neblina, controle de som no volante, toca-CD, rodas de liga leve e bancos de couro. O ar-condicionado para a parte traseira era o principal opcional tanto para a GLX como para a Exclusive.

O motor também era igual em ambos, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e potência de 118 cv a 5.500 rpm, com torque de 19,8 kgfm a 4.100 rpm. O câmbio disponível inicialmente era manual, de cinco velocidades, e não havia automático como opcional. Em 2002 o carrinho dobrável deixou de ser oferecido e, em maio daquele ano, foi lançada a primeira série especial do Picasso, denominada Brasil. Em dezembro, já como modelo 2003, veio a segunda série especial, a Etoile. Além disso, para 2003 apenas as maçanetas das portas passaram a ser pintadas da cor do carro.

Em compensação, no ano seguinte ocorreram as maiores mudanças na história desse modelo. A embreagem passa a ser hidráulica; é incorporado o sistema de aceleração eletrônica VDO; o Picasso ganha sistema multiplexado Bivancam, mudam as alavancas de seta e do limpador, além da alavanca de mudanças e do comando de rádio por satélite, localizado atrás do volante.

Logo a partir de fevereiro, a motorização EW-10JP ganha 20 cv em ambas as versões, passando a 138 cv a 6.000 rpm, com torque de 20 kgfm a 4.100 rpm. Com isso a aceleração de 0 a 100 km/h declarada pela fábrica é de 9,8 segundos, com velocidade máxima de 212 km/h. Em maio é a vez da versão Automatique dar as caras, utilizando a caixa AL4, com engates seqüenciais por meio do sistema Tiptronic, sendo a mesma transmissão encontrada no Peugeot 307.

Em maio de 2005 passa a ser oferecida a nova versão de entrada do modelo, equipada com motor TU5JP4, de 1,6 litro e 16V. É na verdade a mesma motorização encontrada no C3 e no Peugeot 206. No fim de 2005, mais especificamente em novembro, o Picasso passa a ser o primeiro carro nacional a contar com DVD, numa série especial que foi produzida por curto espaço de tempo. Em março de 2006 é lançada a série especial Seleção, em alusão à Copa do Mundo de futebol. E, finalmente, em setembro de 2006, a Citroën vai apresentar a nova versão 1.6 16V Flex.

Líder de mercado

Quando a Picasso chegou ao mercado pouca gente apostava que o carro fosse ganhar a liderança das minivans. Até aquele ano, a Scènic era a única representante do segmento, no mercado desde 1999 e com mais de 17 mil unidades anuais. A Zafira, que chegou na mesma época que a Picasso, vendeu 13 mil unidades, enquanto o carro da Citroën somou apenas 8.126 unidades em 2001.

Em 2002 a Scénic ainda era a líder, mas a Picasso já vendia mais que a Zafira. Foram 12.463 unidades, 929 a menos que o carro da Renault. No ano seguinte, 2003, as posições não se alteraram: Scénic em primeiro, Picasso em segundo e Zafira em terceiro, mas a diferença no volume de vendas caía ainda mais: dessa vez, menos de 700 unidades separaram a Picasso da liderança. E essa liderança veio em 2004, mantendo-se até hoje.

Com 12.503 unidades vendidas no ano passado, a Picasso conquistou 43% de participação no segmento, mesmo sendo a única das três minivans que ainda não tem a opção de motor flexível em combustível. Neste ano o volume de vendas deve ficar no mesmo patamar, mas o resultado de janeiro a junho mostra que a fatia do bolo da minivan da Citroën está ainda maior, 47%.

A depreciação da Picasso não é muito baixa. O carro perde cerca de 12,62% no primeiro ano de uso. Mas o índice está dentro do patamar dos carros médios.

A Picasso está disponível em duas versões de acabamento (GLX e Exclusive) e com motor 1.6 ou 2.0, mecânico ou automático. Os preços da Picasso vão de R$ 57.915,00 a R$ 67.535,00 e algumas versões são vendidas com desconto de 3%. Veja a tabela (ao lado) e confira os preços oficiais e o “preço de verdade”, cotado pela Molicar.

Comprando um Picasso usado

Esse modelo da Citroën não apresenta grandes defeitos crônicos, mas sem dúvida o principal é a grande quantidade de ruídos indesejáveis. A suspensão dianteira, por exemplo, exige um exame cuidadoso, pois problemas nas buchas e pivôs são bastante comuns. Já na parte interna, os barulhos se referem às peças plásticas e ao rangido da forração de couro, quando existente.

O sistema de ar-condicionado digital também deve ser verificado, assim como a saída de ar quente pelas grades de ventilação, mesmo que esteja comutado para ar frio, quando o condicionador está desligado. Em alguns modelos fabricados até 2003 há uma indesejável trepidação na alavanca de câmbio, que só foi resolvida de vez pela fábrica em 2004, quando o componente foi modificado. O alarme original acionado pela chave, em alguns casos, só funciona quando a distância até o veículo é muito pequena. E, finalmente, cheque o funcionamento dos botões dos vidros elétricos, principalmente os traseiros. Boa sorte!

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