terça-feira, 2 de junho de 2009

Teste drive materno

Levar e trazer crianças, fazer compras e servir de carro no dia a dia não é para qualquer um, ou melhor, para qualquer carro. Hatches não têm espaço suficiente e SUVs são grandes demais. Esportivos de dois lugares então, nem pensar. Para cumprir o papel de ‘carro de mãe’, um automóvel precisa ser simples de usar, espaçoso e, de preferência, não muito caro.
Nessas condições, acaba-se tendo um leque de opções entre os monovolumes, sedãs e peruas. Mas, se uma mãe fosse escolher entre os três, quem levaria a melhor? Para responder a essa questão, o iCarros convidou a gerente de RH e mãe de gêmeos de 6 anos Adriana Spadoni, 37, para testar o Nissan Livina, o Renault Symbol e o Volkswagen Spacefox. Adriana terá a missão de escolher qual das três opções é a mais adequada para a sua rotina, já que ela pretende trocar de carro.

O atual carro da gerente de RH é um Renault Scénic RT 1.6 16v 2001. Ela admite que prefere carros com visual diferenciado, ‘com cara de mau’, como o Renault Sandero Stepway, por exemplo. Porém, para comportar seu casal de filhos e ainda levá-la todos os dias para trabalho, Adriana abre mão de suas preferências pela praticidade dos carros familiares.

Teste drive 1: monovolume
Modelo: Nissan Livina
Entre-eixos: 2,60 metros
Porta-malas: 449 litros

Representante do segmento de monovolumes, o Nissan Livina 1.8 agradou à Adriana pelo arranjo do espaço interno, como, por exemplo, o piso baixo do carro: ‘Facilita a entrada e saída das crianças’, diz. O espaço no banco traseiro também mereceu elogios. Apesar de ter apenas dois filhos, Adriana leva os amigos dos gêmeos. O vão entre os bancos dianteiros possibilita a interação entre mãe e filhos no banco de trás, mas o carro não tem aquele espelho em cima do retrovisor interno, que permite olhar o que acontece na parte traseira sem a necessidade de se virar.

Apesar do Renault Scénic e o Livina serem monovolumes, ambos guardam diferenças entre si. Um aspecto negativo do carro francês, segundo a gerente de RH, é a visibilidade frontal, atrapalhada pelas largas colunas A. No Livina, as colunas são mais finas e a visibilidade é melhor, como Adriana observou. Porém, o Renault leva vantagem sobre o Nissan nos porta-trecos. O Scénic possui dois deles escondidos no assoalho. ‘É bom para guardar os brinquedos das crianças e para não deixar objetos expostos’, conta.

Com um preço sugerido de R$ 50.690, o Nissan Livina 1.8 é equipado com um motor flex de 125 cv de potência quando abastecido com gasolina e 126 cv com álcool. De série, a marca oferece câmbio automático de quatro marchas, ar-condicionado, trio elétrico e direção elétrica com assistência variável. Tantas comodidades agradaram e, na opinião de Adriana, o Livina é um carro fácil de dirigir e com preço bom: ‘Imaginei que era bem mais caro’, diz. Em relação ao design, a gerente de RH elogiou a frente do modelo, com grade imponente, mas a traseira, simples e quadrada, ficou devendo.

A bordo do carro, a mãe parecia encantada até a hora de trancar as portas. Sem contar com o fechamento por controle remoto (disponível apenas nas versões 1.6 SL e 1.8 SL), é preciso um certo malabarismo para trancá-lo, apesar de as quatro portas terem acionamento elétrico e travamento central. A falta da trava por controle remoto é importante na opinião de Adriana: ‘Uma mãe não pode perder tempo para trancar o carro. Até fechar as portas, os filhos já saíram correndo’.

Teste drive 2: sedã
Modelo: Renault Symbol
Entre-eixos: 2,47 metros
Porta-malas: 506 litros

Os sedãs foram representados pelo Renault Symbol, avaliado na versão Privilége, com preço sugerido de R$ 44.490. Nesta configuração, o carro entrega direção hidráulica, ar-condicionado digital, trio elétrico e duplo airbag frontal. Além disso, à favor de Adriana, conta com controle remoto na chave.

No primeiro contato com o Symbol, Adriana foi apresentada aos 506 litros de capacidade do porta-malas e se surpreendeu: ‘Como é grande!’. Quando ela teve seus filhos, ela possuía um Fiat Palio e, na hora de comprar os carrinhos de bebê, um pra cada filho, precisou optar pelos que cabiam no porta-malas, não necessariamente os que queria adquirir.

Outro item do Symbol que agradou à Adriana, com seu 1,52 metro de altura, foi a regulagem do banco. Com a altura ajustada, o carro proveu uma boa visibilidade e o motor 1.6 16v flex de 115 cv (a) e 110 cv (g) deu conta nas ladeiras. Assim como o Livina, o Symbol é um carro confortável e fácil de dirigir, segundo a mãe.

‘O carro é bonito’, diz Adriana. Porém ela não é fã de sedãs: ‘Não é minha preferência’. O pouco espaço para quem vai atrás pesa nesse tipo de carro, principalmente os que são derivados de compactos. Nesse caso, o argentino Symbol é feito sobre a plataforma do Clio sedã que, por sua vez, é derivado do Clio hatch.

Teste drive 3: perua
Modelo: Volkswagen SpaceFox
Entre-eixos: 2,46 metros
Porta-malas: 430 litros

Por muito tempo, as peruas eram as melhores opções para quem precisava carregar a família, mas, hoje, esse tipo de carro está ameaçado pelos monovolumes. Para provar que ainda há esperança para o segmento, Adriana rodou no Volkswagen Spacefox Sportline. O modelo custa R$ 50.380 e é equipado com um motor 1.6 8v flex de 101 cv (g) e 103 (g). Os itens de série incluem ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico.

No geral, Adriana gostou do carro: ‘O volante é molinho. É gostoso de dirigir’, relata. O design, principalmente da traseira, foi elogiado. Outro fato bem avaliado pela mãe foi a quantidade de porta-trecos, como o que há embaixo do banco de motorista. Já o traseiro, que desliza sobre trilhos, é útil para quem tem filhos pequenos: ‘Você pode trazer a cadeirinha para mais perto, dá até para colocar a chupeta na boca do nenê’, avalia. A principal decepção foi com o acabamento, muito simples e que abusa de plásticos. Perto dos outros carros testados, o Spacefox ficou devendo, e muito: ‘Parece o Gol de dez anos atrás’, diz. Cabe aqui uma explicação: o modelo ao qual Adriana se refere é um VW Gol CL 1998, com o acabamento mais básico. O carro pertence à mãe dela e a gerente o utiliza no dia do rodízio do seu carro.

Veredicto da mãe

Primeiro lugar: Nissan Livina
Apesar do senão das travas, o Livina foi o escolhido da gerente de RH. ‘É maior, mais confortável e bonito por dentro’.

Segundo lugar: Renault Symbol
Bonito, confortável, porta-malas espaçoso, mas sem muita folga no banco traseiro. ‘O Symbol é muito confortável, mas não tem tanto espaço’.

Terceiro lugar: VW SpaceFox
Apesar de prático e espaçoso, o acabamento pesou contra o Spacefox, que termina no último posto: ‘O acabamento é muito simples e chega a ser grosseiro’.



Nenhum comentário: