sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tire dúvidas sobre controle de tração

Sistema ficou conhecido na Fórmula 1 e em carros da marca alemã BMW.
Dispositivo evita que as rodas girem em falso e que o veículo patine

Todo motorista já ouviu falar em controle de tração, principalmente quando se trata de competições automobilísticas. A Fórmula 1 se encarregou de popularizar o assunto ao polemizar o uso desse dispositivo nos carros das equipes que também chegou aos automóveis de passeio.

Já faz certo tempo que alguns veículos importados de grande cilindrada são equipados com tal recurso e ao que parece a inovação deve implementar cada vez mais os carros médios e também os nacionais. Mas afinal de contas, o que é e como funciona o controle de tração?

De uma marca para outra esse dispositivo é conhecido por siglas diferentes, embora o equipamento seja o mesmo. O mais comum é a abreviação do inglês “traction control system”, ou seja TCS. Para os brasileiros, a marca que mais difundiu esse recurso foi a BMW, com o recurso chamado de ASC+T, um sistema de controle de estabilidade e tração.

Esse dispositivo foi desenvolvido com o objetivo de aumentar a segurança no trânsito, em razão disso é considerado um sistema embarcado de segurança ativo. Esse equipamento funciona impedindo as rodas motrizes, ou seja, aquelas que tracionam, de perder o contato com o solo ao reduzir a força enviada às rodas, principalmente durante as arrancadas e curvas. O controle de tração pode ser instalado em carros com todo tipo de tração, seja apenas nas rodas dianteiras, nas traseiras ou nas quatro rodas. O mais comum ainda são nas rodas traseiras, pois os carros mais potentes contam com essa configuração.

O controle de tração é um sistema eletrônico gerenciado por uma central que atua sobre os freios e o motor do carro. Sua característica autoblocante impede que uma roda receba mais tração que a outra, em outras palavras, perca tração ao girar em falso, sem obter aderência para empurrar o carro para frente. Os sensores dos freios ABS identificam o momento em que a roda tende a girar em falso e imediatamente enviam essa informação para a central eletrônica, que comanda o sistema de injeção de combustível e assim passa a diminuir o fornecimento ao motor. A central também aciona o sistema de freios ABS para bloquear a roda sem tração.

Sistema atua sobre os freios e o motor do carro (Foto: Reprodução/TV Globo)

Com isso, evita-se que o torque seja enviado de forma desigual às rodas, permitindo um maior controle do carro em situações de baixa velocidade, principalmente no momento de aceleração nas saídas de curva. Na prática seria como se o motorista percebesse a patinagem e assim aliviasse o pé do acelerador momentaneamente para retomar a aceleração em seguida. A grande diferença é que tudo isso funciona numa fração de segundos, coisa que nem o motorista mais habilidoso conseguiria fazer com tal maestria.

Cada vez mais os equipamentos eletrônicos avançados têm um papel fundamental em veículos de maior potência, os carros superesportivos, mas o que inicialmente só era visto em carrões já está disponível até mesmo nos modelos populares, como, por exemplo, o sistema de freios ABS.


O controle de tração anda de mãos dadas com o ABS e também com o controle de estabilidade. A soma de todos esses recursos, sem dúvida alguma, proporciona enorme segurança ao condutor. Esses recursos mostraram-se tão eficientes que a União Européia vai tornar obrigatório o controle de estabilidade (ESP) em toda a Europa a partir de 2011. De acordo com a comissão responsável pela norma, atualmente metade dos carros vendidos no Velho Continente são equipados com o controle de estabilidade. Com esse recurso obrigatório nos carros, o objetivo é evitar 80% dos acidentes nas estradas.

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